Brasil veleja com três campeões mundiais, mas sem favoritismo
Muitos velejadores têm chance de pódio
Bruno Doro/UOL



Bruno Prada e Robert Scheidt vão juntos, sem favoritismo, em busca do ouro

08 Ago 2008
A
vela é o esporte que mais medalhas olímpicas deu ao país, 14 no total. Mas, nas Olimpíadas de Pequim, vai competir na condição de azarão na disputa pelo ouro. Ao contrário de Jogos passados, o país não conta mais com um octacampeão mundial em uma classe ou um velejador considerado um gênio dos mares em outra.

Robert Scheidt, o octacampeão em questão, está na delegação, mas vai competir em um novo barco. Ele pode ter sido campeão mundial em 2007, ao lado de Bruno Prada, e liderado o ranking da Isaf (Federação Internacional de Vela) na classe Star, mas em 2008 seu desempenho foi, até agora, irregular e ele chega embolado com um grupo grande de velejadores que tem chance de pódio.

"Nós estamos entre os favoritos, mas não somos a dupla favorita para o ouro. A intenção é construir a competição regata a regata. A raia é muito difícil e todos vão errar um pouquinho", diz Scheidt. "Pelo menos dez duplas vão brigar pelo pódio", completa.

Segundo ele, os poloneses Mateusz Kusznierewicz e Dominik Zucki, os italianos Diego Negri e Luigi Viale, os suecos Frederik Loof e Anders Ekstrom, os americanos John Dane e Austin Sperry, os neozelandeses Hamish Pepper e Carl Williams, os ingleses Iain Percy e Andrew Simpson, os australianos Iain Murray e Andrew Palfrey e os portugueses Afonso Domingos e Bernardo Santos estão neste grupo.

O mesmo acontece com Ricardo Winicki, o Bimba, da prancha a vela RS:X. Quarto colocado em Atenas-2004, o velejador teve de conviver com o estigma de amarelão por quatro anos, após perder a medalha de ouro (a de prata e a de bronze também) na última regata. Nesse período, porém, foi campeão do mundo em 2007, levou o título no Pan-Americano do Rio dias depois e, garante, ganhou confiança.

O problema é que, em Qingdao, onde serão disputadas as regatas olímpicas, o retrospecto não segue esse histórico: em 2006, na semana pré-olímpica, ele foi o 15º. Um ano depois, o nono. O vilão são os ventos fracos da raia.

1ª OLIMPÍADA SEM GRAEL
Os Jogos de Pequim marcam os primeiros Jogos Olímpicos desde Los Angeles, em 1984, sem o maior atleta olímpico da história brasileira. Bicampeão olímpico e cinco vezes medalhista, Torben Grael, considerado um dos velejadores mais talentosos do planeta, deixou a vela olímpica de lado no ciclo de Pequim-2008 para dar, pela segunda vez, a volta ao mundo. Em outubro ele parte, comandando o barco sueco "Ericsson", para a Volvo Ocean Race. Na edição 2005-2006 da competição, a bordo do brasileiro "Brasil 1", ele foi o terceiro colocado.
Fonte: UOL

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