Batismo de Netuno
"Garantia" de navegadas tranqüilas
Tau Golin

A cerimônia é registrada desde que a navegação de longo curso no Atlântico se converteu em um sistema importante, com relatos detalhados a partir dos Quinhentos. 

Na passagem pela linha do Equador, um tripulante respeitado pelos demais (ou o comandante) vestia trajes como se fosse Netuno e, através de um ritual, procedia o batismo dos tripulantes que cruzavam a linha pela primeira vez. As motivações para a origem do ritual são diversas. Uma das versões mais aceitas é que abaixo do Equador os navegadores ingressariam em mar tenebroso, povoado de animais asquerosos, cujos fenômenos poderiam inclusive sugá-los.  

Neste espaço de mistérios e desconhecimento, os navegadores passaram a realizar um rito homenageando Netuno, deus da mitologia romana (Posêidon, na grega).

Com o passar do tempo, aqueles que passavam pelo ritual recebiam um certificado, pretensa garantia de Netuno para que nenhuma tragédia ocorresse durante a travessia. O Arquivo Histórico Regional da Universidade de Passo Fundo conserva um modelo de certificado (anexado).

Na internet encontram-se diversos relatos do ritual, entretanto as versões contemporâneas são mais humorísticas. Não correspondem àqueles momentos de tensão e medo, com os mistérios das antigas travessias.
Tau Golin  


 

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