A "Ilha verde" esverdeou 29 Jun 2008 A situação é "bastante grave", afirma um comunicado na página de internet do governo chinês, que refere que o vice-presidente do Gabinete do Mar, Wang Fei, está a dirigir pessoalmente as operações de limpeza, nas quais participam 3.000 pessoas e quase mil barcos. Fotografias divulgadas na página de internet do jornal chinês Xinmin Evening Post mostram a camada verde de algas que cobriu as praias e centenas de metros da costa do Mar Amarelo, a cerca de 550 quilómetros a sudeste de Pequim, e pessoas a encherem sacos de algas. Até agora já foram retiradas da água mais de 50.000 toneladas de algas e os especialistas consideram que a praga não vai afectar o ecossistema marinho na costa. De acordo com o Gabinete da Água de Qingdao, o denso manto de limo, que cobre 800 quilómetros de costa, resulta das chuvas e do aumento da temperatura e dos nutrientes da água. As pragas de algas são comuns nas águas fortemente poluídas da China e na maioria das vezes surgem devido às descargas de águas residuais não tratadas provenientes de esgotos, que contêm alta concentração de nitrogénio, um dos principais ingredientes dos detergentes e fertilizantes. Residentes da cidade de Qingdao, cujo nome significa "Ilha Verde", afirmaram à imprensa que a infestação de algas é frequente no Verão mas que este ano o caso é bastante pior. "Sim, as algas verdes estão de volta como acontece todos os anos, mas parece que há mais do que no ano passado", disse à imprensa um empregado de um hotel situado perto da costa na cidade. As regatas olímpicas vão acontecer neste cenário entre os dias 09 e 13 de Agosto e as autoridades esperam implementar as medidas necessárias para evitar que outra praga destas arruíne a competição. A infestação de algas é o último problema que se coloca em Qingdao, depois das preocupações relacionadas com a falta de vento no local. Mais de 400 velejadores de 60 países deverão participar nas competições olímpicas de vela em Agosto, a partir da nova marina de Qingdao, que custou 430 milhões de dólares e foi construída para o evento olímpico. Muitos participantes desistiram da regata realizada na cidade no ano passado, em Agosto, devido à falta de vento no Mar Amarelo e vários desportistas de alta competição afirmaram que serão forçados a rever a forma como velejam devido às condições. A China, que possui um fraco curriculum de protecção ambiental, prometeu uns Jogos "verdes", em que a sensibilidade face às preocupações ambientais estaria entre as prioridades da organização do evento. Mas a poluição continua a ser uma das maiores ameaças aos Jogos que se realizam entre 08 e 24 de Agosto em Pequim, que permanece uma cidade envolvida na habitual camada de nevoeiro tóxico na maioria dos dias. O Presidente do Comité Olímpico Internacional, Jacques Rogge, avisou Pequim que as provas de fundo como a maratona poderão ser adiadas para proteger a saúde dos atletas devido à má qualidade do ar. Em anos anteriores, o governo de Qingdao recorreu a muitos voluntários para ajudarem a controlar os surtos de algas que todos os anos prejudicam a actividade turística na cidade, conhecida por ter águas e céu limpos, segundo os critérios chineses. |