Oceano de plástico
21 Jul 2008 Das 100 milhões de toneladas de plástico produzidas anualmente, cerca de 10% acaba nos oceanos. Dessa fração, 80% vem de terra firme.
Acredita-se que haja cerca de 100 milhões de toneladas de plásticos de todos os tipos nesse vórtex de lixo. O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo Pacífico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico, de ponta a ponta.
A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico à sua frente. 'Como foi possível fazermos isso?' 'Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'. Pesquisadores alertam para o fato de que cada peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que ainda não foi reciclada, está em algum lugar do planeta. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de Curtis Ebbesmeyer, em algumas áreas do Oceano Pacífico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia alimentar marinha. Todas a peças plásticas à direita foram tiradas do estômago dessa ave.
E para piorar, essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.
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Morro da Formiga, Lagoa dos Patos, Julho 2008
Danilo Chagas Ribeiro
Danilo Chagas Ribeiro
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