De Benalmádena (Málaga) a Barcelona 12 Ago 2008
Detalhe: Em outra parada abrimos as tampas de inspeção e vimos uma gosma pegajosa que parece lama. É uma bactéria que se forma no diesel e procria. Lavamos os tanques e colocamos um aditivo especial, bactericida, resolvendo o problema. É importante saber que estas bactérias não são espanholas nem portuguesas. Nós as temos também no Brasil. Se alguém tiver lama marrom e pegajosa no tanque, não é cocô de cachorro não, por mais que pareça. É bactéria e será preciso limpar e adicionar o aditivo. Os mecânicos sabem. Vale a dica...
29 de junho: O Entre Pólos ronrona macio. A quatro milhas de Cartagena, o Gigante preparou um entrecot ao forno com arroz e legumes, simplesmente espetacular. Ou a fome também era gigante... Afinal, só comemos sanduíches durante a noite. Tínhamos decidido a entrar em Cartagena. Eram 16:00 horas. Resolvemos dar uma volta pela cidade. Era domingo e estava tudo fechado. Fizemos um passeio em um ônibus de dois andares, o de cima conversível. Há muitas edificações antigas interessantes, mas a maior parte da cidade é moderna, mas bonita e ajardinada. Retornamos para lavar roupa, ajeitar o barco e por em dia nossas comunicações. No final das contas, o Gigante conseguiu a internet de graça. Simpatia e bom humor conseguem milagres. Muito barulho, buzinaços até dos navios, algazarra nas ruas. A Espanha ganhou da Alemanha de 2 x 0. Campeã da Copa Europa! Há 44 anos que não conseguia... VALE!!
Meu filho tinha um compromisso em Valencia. Está mais ao norte, mas seria muito mais longe ir de barco e retornar de lá para as ilhas Baleares. Resolvemos alugar um carro e ir por terra até lá, resolver o assunto e passear, retornando no mesmo dia para Cartagena. Dia muito quente e ensolarado. Alugamos um carro pequeno e fomos os três para Valença, a aproximadamente 270 km Estradas muito boas e conservadas. Velocidade permitida até 130 Km/h. De bom tamanho. Montanhas e cidadezinhas á beira do mar. Clima seco e pouco verde. Tivemos vontade de entrar em algumas delas, mas queríamos voltar antes de escurecer. Não havia o GPS na locadora. Nos perdemos inúmeras vezes até encontrar o endereço, mas chegamos. Tudo certo agora. Passeamos pela cidade e fomos conhecer a marina. Tudo estava em obras. Vimos enormes galpões da BMW Oracle, Alinghi e outras feras da vela. Estão refazendo tudo: marinas novas e enormes, pontes, cais e uma pista de Fórmula 1 que contorna as marinas e parte da cidade. Passeamos pelo centro. Prédios modernos, muito tráfego, stress de se perder muitas vezes. Retornamos a Cartagena. Paramos em um grande centro de compras, a uns 4 km antes da cidade, com vários shoppings, restaurantes e cadeias de lojas internacionais. Fizemos nossas compras em um Carrefour enorme, aproveitando que estávamos de carro. Depois de um bom arroz com lingüiça, fomos dormir, vencidos pelo cansaço da aventura.
01 de julho: Enquanto o Gigante preparava o barco, devolvemos o carro. Passamos pelas lojas perto da estação de trem e novamente não estavam abertas. Sabemos que aqui se faz a siesta, abrindo somente à tarde, mas passamos três vezes em horários de comércio, e nada estava aberto. Seria feriado? Isto nos aconteceu várias vezes aqui na Espanha. Quando será que trabalham aqui? Sabemos que são apenas 36 horas de trabalho por semana, mas será que temos que combinar um horário com cada dono de loja para conseguir comprar algo? Não é à toa que muitos portugueses sonham em ir trabalhar na Espanha. Mas, aqui entre nós, as praias e o calor justificam...
Noite linda, lua meio cheia, 15 nós de vento, mestra, genoa e trinqueta, 6,5 nós de velocidade. O Gigante sabe muito bem como “tirar suco” do Entre Pólos. A combinação da genoa e trinqueta (foto ao lado) forma um canal entre as velas que aumenta a velocidade em torno de 0,5 nó. A Refeno que se cuide... Chegamos às 11:00 horas na pequena ilha de Formentera (foto abaixo), antes de Ibiza. Ancoramos perto da cidade, onde havia muitos barcos, lanchas e veleiros de todos os tamanhos. Baixamos o bote e seguimos para o porto e marina para consultar valores. 150,00 Euros por dia! Ficamos na ancora mesmo. Tivemos dificuldade para saber onde deixar o bote. Ninguém informava nada e nem davam bola para nós. Acabamos amarrando perto da rampa de serviço. Como ninguém falou nada, o Gigante colocou o cabo de aço com cadeado no motor e no bote e fomos dar uma volta. No porto, não tem cidade. Tem umas poucas lojas, uma náutica. Notamos que há uma profusão de lojas alugando motos, bicicletas e carros. Paisagem seca e empoeirada... O lance aqui é alugar moto e rodar pelas pequenas estradinhas das praias. São lindas, de areias brancas e mar azul turquesa. Dizem que aqui nas Baleares é o Caribe do Mediterrâneo. E não é exagero. Estávamos preocupados com o bote e resolvemos voltar para o barco.
Levantamos as 10:00 horas. Saímos rumo a Ibiza, acompanhando a costa e as praias. Um desbunde! A cor do mar é espetacular. Merecia ficar mais tempo. Ibiza está a 12 milhas de Formentera. Muitíssimo transito de veleiros, iates de alto luxo, catamarans de transporte e tudo o mais. Difícil fazer uma rota sem ter de alterá-la constantemente, para desviar.
Ainda era cedo. Resolvemos rumar até uma pequena baia entre as montanhas, a 5 milhas apenas, que parecia mais protegida para dormir. Estava previsto um vento forte nesta noite. É bom prevenir.
4 de julho: A noite foi um tanto preocupante. O vento apertou, nossa popa estava bem perto das pedras (foto ao lado). Chegamos à tarde em Palma de Majorca. A ilha tem montanhas de pedra, altas, mas com mais vegetação. Fomos entrando na baia onde está a cidade. É bem grande e o porto é enorme e muito movimentado. Entramos na marina em frente ao calçadão. É enorme e superlotada de barcos a vela e iates e muito confusa também. Indicaram-nos um lugar para atracar e falar com a recepção, ou o Controle, como dizem aqui. Resumo: 82,00 Euros por dia. Caro, mas razoável, pela fama do lugar. Resolvemos ficar um dia. Atracamos na vaga indicada, no flutuante. Fizemos o restante do atum que pescamos, congelado no freezer, revisamos o barco e fomos dormir.
5 de julho: A ilha é muito grande e aqui também seria necessário ficar alguns dias e alugar um carro para conhecer os melhores lugares. De barco, seria necessário ficar muito tempo, para circunavegar a ilha toda e conhecer seus lindos atributos. Com muito calor, fomos a um restaurante italiano na beira do calçadão. Boa comida e preço razoável. Palma não é uma cidade cara, como dizem. Os preços são iguais aos da Espanha. Nossa diária já estava vencida e resolvemos partir, rumo a Barcelona. Depois de 21.000 milhas percorridas, o piloto automático cansou. Para o leme ficar mais leve, retiramos o pistão e levamos “no braço” até Barcelona. Vento de alheta, moderado. Velas perfeitamente equilibradas pelo Gigante. O Entre Pólos singrando os mares majestosamente. Colocamos dois elásticos, um de cada lado do timão e era isso. Horas de velejada com apenas um ajustezinho, feito suavemente com o pé... Era um perfeito “automatic piloteixon Tabajara”! A lua se pôs, o vento escasseou. Motor ajudando. Turnos de duas horas ou mais, conforme a animação do timoneiro. Pouco movimento de navios e pesqueiros por aqui.
6 e 7 de julho:
Barcelona é espetacular. Ouvem-se inúmeros idiomas diferentes. Muitos turistas, muita gente bizarra, trajes loucos, vê-se de tudo. Tudo parece uma grande festa. Muitas bicicletas nas ciclovias. Nas avenidas, restaurantes nas calçadas, lojas, gente passeando e curtindo.
Um grande abraço, Gigante Ademir de Miranda. Os Andreas, pai e filho. Comentários: info@popa.com.br |
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