De Lisboa até Benalmádena (Málaga)
(ou até Barcelona, quem sabe...)
Andreas Bernauer

Diário de bordo do Entre Pólos

04 Jul 2008
T
ivemos a grata satisfação de receber um convite do Gigante Ademir de Miranda, para participar de uma perna da sua grande viagem pelo mundo. Fiquei imensamente grato por ter esta oportunidade. Afinal, quem de nós velejadores não sonhou ou sonha em fazer uma viagem pelo mundo? A idéia era conhecer os Açores mas tivemos alguma dificuldade em sincronizar as datas e acabamos por decidir ir de Lisboa em diante. Assim, meu filho Andreas e eu deixamos Porto Alegre no domingo dia 15 de junho de 2008 rumo ao Rio de Janeiro e Lisboa. Chegamos lá na segunda feira cedo de manhã, às 06:30 da manhã. Ficamos na fila do passaporte quase duas horas e como era de se esperar, não encontramos mais as malas. Foram retiradas dos carrosséis e ninguém sabia informar qual deles era o do nosso vôo. Tivemos que garimpar em todos para encontrar nossas malas e lá se foi mais uma hora. Tomamos um táxi e rumamos para Doca de Alcântara, onde estaria o Entre Polos. O Gigante já nos tinha dado o numero da senha do portão e logo o avistamos, alegre e sorridente, nos acolhendo e fazendo jus à sua fama de excelente anfitrião.

Instalamo-nos nos dois camarotes da popa, com toda a comodidade. Em segundos, já nos sentimos em casa. Como ainda era cedo, resolvemos sai para conhecer Lisboa. Saímos à pé rumo à cidade. Na Praça do Comércio pegamos um ônibus de turismo, de dois andares, e sem capota na parte superior. Fizemos um bonito passeio. No dia seguinte, fomos para Cascais, de metrô (ou de Comboio, como dizem lá). O Gigante mostrou a marina onde passou alguns dias antes de entrar em Lisboa. Cascais é uma cidade muito bonita, com praias de mar transparente e casario bem antigo. As ruas são estreitas e tortas, o que dá um charme todo especial. Comemos um bacalhau muito bom em um pequeno restaurante com mesas diretamente na rua. Nas praias, algumas mulheres dispensavam o soutien. Não eram as de meia idade, mas sim, as de "idade inteira". Mas a natureza não reclamou... Continuava linda. Tomamos o Comboio de volta para a marina, jantamos e fomos dormir cedo.

18 de junho: Ao amanhecer, saímos da marina e entramos motorando no rio Tejo, com suas águas transparentes. Passamos sob a magnífica ponte e apreciamos os muitos monumentos e castelos nas margens do rio. Logo estávamos no mar azul e transparente, em um dia de sol radiante. Quem diria... velejando em Portugal, participando de um velho sonho do Gigante tornado realidade. Tem presente melhor?

Fomos em direção ao porto de Sines, a 55milhas ao sul, na costa atlântica oeste de Portugal. Acompanhamos as escarpas de pedra da costa, com altura de uns 150 metros e com muitos faróis, Igrejas e vilarejos rente às bardas. Em alguns trechos havia dunas de areia branca intercalada entre as rochas. Rara paisagem.

Estamos com horário de verão aqui. Diferença de 5 horas com o Brasil, dificultando as chamadas on-line com nossas famílias. Amanhece perto das 04:30 e escurece lá pelas 22:00. Assim, quase sempre velejamos de dia, apesar da maravilhosa lua cheia, com ventinho frio à noite.

Como no Brasil, existem muitas redes de pesca perto da costa mas nenhuma de superfície, havendo pouco risco de enrosco, felizmente. O mar está calmo, com pouco vento. 6 a 10 nós e deu para a bola. Motor, motor, motor... Cruzamos os molhes de Sines perto das 15:00 e entramos na marina. Já estavam nos esperando e foram muito gentis. Atracamos nos flutuantes e fomos para a sala de recepção, apresentar nossos passaportes, a documentação do barco e apólice do seguro. Nada mais. Segundo o Gigante, a maior burocracia de toda a viagem até agora foi a brasileira. Nem a habilitação de Capitão Amador foi apresentada uma vez sequer.

A marina está no canto de uma praia limpa e bonita. Em todas as marinas há grandes peixes cascudos, de uns 30 cm de comprimento, pacificamente nadando ao redor dos barcos, nas águas transparentes e limpas, convivendo com os barcos, a praia e a natureza. Não sei porque no Brasil é tão difícil fazer marinas porque atrapalham a natureza, segundo dizem a Marinha e os ecologistas... As fotos mostram o contrário (foto com peixes e barcos).

Estava cedo e ensolarado, com cerca de 25 graus. Fomos passear a pé pela avenida que beira a praia e subimos as escadarias para a parte alta da cidade. Pequena e bonita. Voltamos para jantar no barco e fomos dormir cedo.

19 de junho: Saímos ao amanhecer com rumo para Portimão, na parte sul de Portugal, no Algarve, a aproximadamente 120 milhas. Navegamos em linha reta até o Cabo de São Vicente, onde a costa vira "a esquina" e o rumo fica Leste em vez de Sul. A costa voltou a ser um paredão de rocha alto, com varias construções antigas em cima. Passar perto desta parede de pedras até intimida e causa respeito. O cabo de São Vicente é nesta parte da costa e tem um ilhote em frente. É muito bonito e diferente da costa brasileira. Aqui é rochoso e seco e as pedras tem muitas cavernas perto do nível da água, causadas provavelmente pela erosão das fortes ondas no inverno. Muitas cavernas poderiam ser vistas entrando nelas com um bote. Infelizmente não tínhamos tempo e seria difícil fundear com os 70 a 100 metros de profundidade aqui na costa. Para quem gosta de mergulho, é um prato cheio... Logo depois do cabo, vem a cidade de Sagres, recuada dentro de uma baía de pedras. Neste trecho pudemos velejar com um bom vento de alheta e ajudados por uma corrente de 1 nó ou mais. Ao entardecer, estávamos entrando no rio de Portimão e na marina. Atracamos no flutuante externo. Novamente, apresentamos os documentos, pagamos a diária e saímos a pé. Em volta da marina há restaurantes, hotéis, praia, barzinhos e muitas coisas bonitas. No lado oposto do rio, em frente da marina, há um castelo e uma praia linda.

No dia seguinte, passeamos pela praia e comemos em um restaurante holandês. Aqui se fala de tudo: holandês, norueguês, dinamarquês e até português. O povo é simpático e agradável. Passeamos na passarela de madeira da praia até o fim da praia que termina em umas imensas rochas com cavernas em baixo, algumas na água. Muito bonito. Subimos as escadarias para a cidade alta, sobre as bardas de pedra. Cidade moderna com um comércio ativo. Atendendo aos insistentes pedidos das bolhas em nossos pés, voltamos para o barco. Depois dos sanduíches, internet e telefonemas, fomos dormir.

21 de junho: Saímos às 04:00 da manhã, ainda de noite, com rumo para Cadiz, na Espanha, a 130 milhas. Havia uma forte neblina, com visibilidade de 20 metros ou menos. Radar ligado, Andreas filho atento na tela, avisando o que via. Havia navios pesqueiros em volta e foi muito estressante. Somente depois da 10:00 e com o sol é que o nevoeiro diminuiu e pudemos acelerar para a velocidade cruzeiro de 7 nós, motorando novamente. Fizemos rumo de aproximadamente 130 graus, direto para Cádiz, nos afastando cerca de 20 milhas da costa. Já era noite quando chegamos ao enorme porto. Ironicamente, motoramos o dia inteiro e ao entrar, tínhamos cerca de 20 nós de vento na cara. A baía do porto é grande, com navios entrando e saindo, mas a marina é do lado direito e está bem representada na carta eletrônica C-Map do plotter e com bastante precisão. Só as bóias aqui são invertidas, padrão IALA A. Quem VEM do mar deixa bóias encarnadas por bombordo. Estávamos acompanhando os molhes da marina mas era impossível encontrar a entrada, com vento, no escuro, mar mexido pelo ventão. Felizmente apareceu um veleiro e entrou por uma brecha de uns 10 metros, entre o muro de concreto e um cais flutuante e fez uma rápida guinada para trás do concreto e sumiu. Era a entrada. Fomos atrás e quase batemos nele, porque estava manobrando para entrar na vaga. Não havia lugar e atracamos num cais flutuante. Subimos uma escada marinheira e logo fomos abordados por uma senhora de uniforme de guarda. Era a vigilante dizendo que não poderíamos parar ai porque era o cais para abastecer e para emergências. Isso em um espanhol dialetado e "metralhado", de tão rápido que falava. Perguntou qual a "eslora" do barco. Descobrimos que era o comprimento. Dissemos que era de 40 pés. Aí complicou... disse que não teria lugar, era grande demais, não daria para manobrar, etc. coisa e tal. Ficamos sem saber o que fazer. Fomos com ela até a recepção. Ela ligou para um cara e disse para esperar. Preenchemos as fichas e documentos e ela nos deu um valor bem salgado para a diária. Depois de um bom tempo, apareceu finalmente um cara que sabia das coisas. Nos atendeu muito bem e deu um valor beeeem menor. Aí descobrimos que a vigilante entendeu que o Entre Polos tinha 40 METROS de comprimento. Daí o alvoroço todo e o preço dado também. Tudo esclarecido, deram-nos uma vaga muito boa e fomos dormir. Beem cansados, desta vez.

Saímos a pé até a cidade antiga, a um quilometro da marina. Vimos que Cádiz é uma baía enorme, com a cidade moderna do lado esquerdo, com praias e porto e a cidade antiga do lado direito. Passeamos pelas ruelas estreitas e casarios antigos. Estava tudo vazio porque era domingo. De qualquer modo, aqui é a Espanha e aqui se faz "siesta": tudo abre às 09:00 até as 13:30, fecha para a soneca do almoço e reabre às 17:00, fechando às 20:00.

Gastamos nossos pés até encontrar um posto de gasolina que tivesse óleo para o cárter do Entre Polos. Voltamos para o barco de táxi. Era cedo e resolvemos trocar o filtro, o óleo e os filtros de diesel. Terminada a faina, começou a limpeza da meleca de óleo pelo barco inteiro. O Gigante passou um pano no piso e jogou vinagre. Foi só passar um pano limpo e estava tido brilhando e sem gordura. Genial!

No dia seguinte, manobramos para abastecer o barco. Diesel a 1,20 €. (1,00€ = R$ 2,40). Em Portugal, era 0,92€. Feita a faina, fomos de novo para a cidade, passear nas ruazinhas e lojas, e fazer compras para o resto da viagem. Paramos para comer na praça da Catedral porque lá tem Internet grátis e bons restaurantes. Depois da siesta, fomos para o Carrefour e compramos mantimentos, o que nos obrigou a voltar de taxi para a marina. Resolvemos trocar o rotor da bomba de água salgada. Estava bom, mas já tinha 2.000 horas de uso. Achei arriscado fazer uma travessia assim. A Lei de Murphy impera a bordo. Poderia estragar no pior momento... e o Gigante voltará solito para o Brasil. Isto faz parte do seu sonho. Para ele, é uma meta a cumprir. É um sonho planejado nos mínimos detalhes.

24 de junho: Saimos de Cádiz ao amanhecer, rumo a Gibraltar, a cerca de 130 milhas. Rumo aproximado de 130 graus, vínhamos acompanhando a costa da Espanha. Segundo o plotter, passaríamos por alguns baixios mas com profundidade de 3 ou mais metros, área de pesca proibida. Passamos ao largo destes baixios mas com nossa vara de pesca a postos, com cerca de 100 metros de linha e isca artificial. Como o vento estava fraco, continuamos motorando. Haviam algumas lanchas e muitas poitas para pescar, apesar da grande distancia da costa. Não demorou muito, a linha começou a correr. Diminui a velocidade e o Gigante iniciou a batalha. Deixou o bicho cansar e com maestria, recolheu a linha. Era um atum de uns 6 Kg. Valeu! Imediatamente o Gigante destrinchou o peixe na popa mesmo, para evitar o cheiro de peixe na cozinha. Tudo limpo, colocado e 2 sacos plásticos e guardado no freezer. Sim! Temos um novo e compacto freezer de 12V, que funciona muito bem.

A maré estava enchendo e a corrente perto do estreito aumenta com a maré. Estavamos motorando a 7 nós e o GPS chegou a indicar 9,2 nós no pico de velocidade.

Depois de uma excelente navegada e empurrados pela correnteza, chegamos mais cedo do que o esperado, e de novo com vento na cara, na baía de Algeciras, com a imponente ponta de Gibraltar à direita, com sua grande montanha rochosa. A baia toda é um porto gigantesco, com muitos píeres de atracação, navios em profusão, ancorados, em manobras e atracados. É preciso estar muito atento porque existem ferrys que são gigantescos catamarãs andando a 50 nós de velocidade, rumo à África, carregados de carros, cargas e caminhões. A cidade está toda a beira de um cais com marinas esportivas e navios, de passageiros e militares. Havia um mega-iate cujo dinghy era um veleiro de 40 pés, colocado sobre o convés.

A marina estava no fundo da baia, ao lado da pista de pouso do aeroporto. Excelente atendimento. Gibraltar é terra Inglesa e aqui se fala o inglês britânico. O cruzamento de barcos logo na entrada, foi pela esquerda, com mão inglesa. Ainda não sei se foi barbeiragem ou mão inglesa... mas foi pela esquerda. Atracados, marina limpa e bonita, fomos passear pela cidade. Era depois das 18:00 e estava tudo fechado. Os carros andam à direita, tudo normal. Acho que foi barbeiragem mesmo... O centro da cidade tem ruazinhas pequenas e becos com pubs, botecos e restaurantes, com um lindo charme inglês. Aqui é porto livre. Tudo é free-shop. Mas os preços são os mesmos que em Portugal e Espanha. Atendendo aos pedidos das bolhas dos pés, voltamos para a marina. Provando que é um excelente anfitrião, o Gigante preparou o atum com cebolas, batatas cozidas e salada. Simplesmente magnífico! Pelo menos sabíamos que era peixe fresco...

É muito estranho ver aviões decolando e pousando a uns 200 metros dos nossos mastros. Fomos conferir andando a pé atravessando a pista de pouso. Tem uma sinaleira para parar o transito quando decola um avião. É muito bizarro estar atravessando a pé por uma pista de decolagem. Pouco depois da pista, está a alfândega e a fronteira com a Espanha. Outra raridade que só tem aqui.

Aqui tem uma curiosidade interessante: pode-se ver três países (Espanha, Inglaterra e Marrocos) e dois continentes (África e Europa), com uma só olhada. Constatamos isso subindo o teleférico até o topo da montanha de pedra. Outra peculiaridade: no topo existem muitos macacos convivendo soltos com os turistas. É um show à parte. Mas alimentá-los pode custar uma multa de 500Libras Esterlinas (1 Libra = 1,50€). A vista sobre a baia é deslumbrante. Vê-se muito bem as montanhas da África, a 10 milhas apenas. Depois de curtir a vista, filmar e fotografar a macacada, voltamos para o barco para internetar, comer um carreteiro e dormir.

26 de junho: Atravessamos o estreito rumo a Ceuta. Está situada sobre uma ponta rochosa no Marrocos, mas pertence à Espanha. Chegamos na marina à tarde. A travessia é de apenas 12 milhas. O Entre Polos desbrava um novo continente.

A cidade é moderna e sem graça. Tem alguns prédios antigos com arquitetura que apenas lembra os arcos árabes. Esperávamos ver mais Marrocos e menos Espanha. De qualquer modo, é bonita de ver. Muitas calçadas são com cerâmica decorada e brilhante, dando um aspecto limpo e asseado. Tem ruas pequenas e muitas para uso de pedestres e uns poucos taxis. Como Gibraltar, tudo é sem impostos e aqui os preços são melhores que em Gibraltar, mas tem pouca variedade. Para quem volta navegando para o Brasil e quiser encher o barco de combustível para a travessia, convém abastecer diesel em Ceuta. É mais barato que na Europa.

Chegamos bem na hora da "siesta". Tudo fechado. Fomos almoçar um peixe Gallo em um restaurante com decoração náutica. Bem bonito. Sob a mesa, uma barata nos espreitava. Será que era decoração náutica também? Perguntamos para a garçonete se havia comida marroquina. Ouvimos: "Aqui é Espanha e nada aqui é marroquino!" Dito com orgulho espanhol. Que pena, pensei...

Esperamos até as 17:30 e logo começou o movimento. Atravessamos a cidade rumo ao sul e chegamos às praias, atrás da ponta. Areias escuras e algumas pedras, mas com o intenso azul Mediterrâneo. Praias públicas com boa infra estrutura. Já se vêem algumas mulheres com trajes árabes nas ruas. Tem uma fortificação com um canal de mar cristalino que atravessa até a marina do outro lado. Ficamos tentados a fazer esta passagem de bote mas a preguiça venceu. Voltamos para o barco ainda com céu claro. Comendo um lanche, escutamos vários gritos: goooool!! E depois uma enorme festa tomou conta das ruas, bem ao estilo brasileiro. Era a Espanha indo para a final da Eurocopa, contra a Alemanha, neste domingo. Buzinaços até alta madrugada. Telefonemas feitos, fomos dormir.

Detalhe: A Internet é muito ruim aqui na Europa. Sem ter uma wi-fi paga, não é fácil se conectar. As redes abertas são muito fracas e escassas. Pagar uma rede aqui não quer dizer que vai funcionar em outros lugares. Como somos nômades, fica ruim. Ainda é melhor o cartão de telefone, que é relativamente barato e pode ser usado em vários países da Comunidade Européia.

27 de junho: Saimos de Ceuta com rumo para Málaga, na Espanha, logo de manhã, às 7:00. Tempo bom, sol e nada de vento. Motoramos cerca de uma hora e ficamos envolvidos por uma intensa neblina, típica no estreito. É bastante preocupante estar sem visibilidade sabendo do intenso transito de navios. Levantamos as velas, para dar maior visibilidade para os navios, ligamos o radar e ficamos atentos. Ainda não estávamos cruzando a "avenida" dos navios, mas estávamos chegando cada vez mais perto. Felizmente apareceu um vento de 10 nós e com o sol, a neblina levantou. Isto explicou porque vimos até pequenos botes infláveis com radar.

Não é recomendável fazer este cruzamento do estreito de noite. A neblina pode aparecer do nada e, além disso, nos alertaram sobre embarcações clandestinas fazendo o percurso sem nenhuma luz acesa, o que complica ainda mais a travessia. É um tipo de gente que não fazemos questão nenhuma de conhecer...

Nosso percurso era de aproximadamente 60 milhas até Málaga. Ninguém pescando, nenhum barco de pesca, nada! A ressaca do futebol foi grande. Málaga é uma brande baia com o porto ao fundo. No porto há uma marina. O Gigante verificou no Plotter que havia outra marina no nosso través e a cidade parecia bem bonita. Arribamos e entramos na marina. Era a cidade de Benalmádena. Esta cidade se estende pela costa até um rio e continua como Málaga após o rio. Feitos os tramites, gente simpática, divertiram-se com as brincadeiras do Gigante. Preparamos nossos pés "embolhados" e saímos. Passeamos pela beira das lindas praias, ruas ajardinadas, muitos barzinhos e restaurantes.O sol estava literalmente fritando nossa cabeças. Aqui o clima é semi-árido, com montanhas rochosas e pouca vegetação. Muito seco. Paramos num barzinho para tomar uns vários refrigerantes e nos rehidratar. Paramos num supermercado para fazer compras de alguns mantimentos e muitas garrafas de refrigerante, tudo carregado na mão até o barco. Comprei uma lembrança da cidade e notei que a grande atração era a marina onde estávamos. Descarregamos as compras e resolvemos aproveitar a luz do dia, mesmo às 10:00 da "noite". Os dias são longos no verão daqui. Andamos pelas ruas da marina e chegamos a uma verdadeira Veneza moderna. Muitos prédios de apartamentos com arquitetura estilo Árabe moderno com vielas e cais flutuantes com barcos, barcos e mais barcos. A rua beirava estes flutuantes e tinha lojas, restaurantes, atrações, muita gente circulando e barcos fazendo pequenas excursões de 30 minutos, por € 10,00. Tinha até um junco chinês fazendo excursão. Escutávamos os idiomas falados e tentávamos descobrir quais eram, tal era a profusão deles. Gente de todo o mundo. Fomos até o fim desta rua interna e chegamos a umas praças lindas, com mais restaurantes e bares. Uma festa para os olhos. Fomos dormir felizes por termos arribado nesta cidade, meio sem querer. Vale!!

 

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