Barcos 749
Guto Vieira da Fonseca

Canoas Centenárias de Rio Grande

A canoa Centronave tem 106 anos, e a canoa Tradição, 145 (em Dez 2009). São as embarcações a vela mais antigas em atividade no Rio Grande do Sul

 

 

 

 

 

Saiba mais sobre as "Canoas Centenárias" de Rio Grande

Comentários recebidos

23 Dez 2009
Gabriel von der Heyde

Que belo visual essas canoas acrescentam á lagoa. Uma curiosidade que fiquei é qual velocidade desenvolvem.

24 Dez 2009
Guto

COM VENTO AO LARGO, EM TORNO DE 25/30 KTS,  9,5 NÓS

29 Dez 2009
Jorge Vidal

Meu Caro Danilo Chagas.

Navegando no site do “POPA”, me deparei com a reportagem sobre as Canoas Centenárias da Cidade de Rio Grande, assim como também, assisti na televisão.

Como sabe o meu querido amigo que a minha origem é Rio Grande e como estou já com 77 anos de idade, portanto também, quase “centenário”, sirvo-me para comentar o seguinte: que talvez possa ser útil para teus leitores deste extraordinário site que é o “POPA”.

Vamos lá: Meu pai possuía em Rio Grande no “Saco da Mangueira”, na vila Junção aonde morávamos na beira da praia, uma canoa idêntica a estas centenárias que vi nas fotos. Pela idade que tenho e pelos anos que ele a possuía, acredito não deixa de ser também uma canoa centenária...

Foi construída em um pequeno estaleiro de ribeira na “Linha do Parque”, por um marceneiro português, que construía tal tipo de embarcação. Era de madeira nobre com fundo chato e pequeno “patilhão”, porém possuía somente um mastro, não tinha mezena, com velas de lona revestida com óleo de linhaça, tanto a grande como a buja. O mastro era um tronco de eucalipto, com pau a-pique, fixado numa plataforma sem estaiamento e com duas toleteras e um par de remos, para o caso de falta de ventos, coisa rara no Rio Grande, artisticamente moldados. A âncora era uma “fateixa” e os cabos totalmente de sisal. Ela media aproximadamente 10 metros, seu leme era removível com ferragem de cobre no espelho de popa, com uma cana bastante comprida.

Naquela época pelos idos de 1940, pois nasci em 1932, às pequenas embarcações não eram registras na Capitania e sim nas Colônias de Pesca, que eram identificadas por “Zonas” (zona 1, zona 2, zona 3 e assim por diante), mas me recordo do seu nome, que foi escolhido pela minha mãe; chamava-se “NOVO HORIZONTE”.

Nós a utilizávamos para o transporte de cebola, junco e outros materiais, entre o Saco da Mangueira, Ilha dos Marinheiros, Ilha da Torutama, Rio Grande e São José do Norte. (vide capitulo 1 do livro de minha autoria “Conta Todas Vovô! Velejando e Contando Historias” e comentários do prefaciador do livro).

Sirvo-me destas informações para que seja acrescida a história das Canoas Centenárias de Rio Grande. Com o passar dos anos não posso afirmar se ela ainda existe e aonde se encontra, pois seguindo “Novos Horizontes”
quando ainda rapaz, me mudei da Cidade de Rio Grande para Porto Alegre e nunca mais soube noticias daquela embarcação.

Te abraça, desejando bons ventos o,

Jorge Vidal

13 Out 2010
António Fangueiro

Bom dia.

Escrevo-lhes desde a Polônia, onde vivo e trabalho há 5 anos, e sou natural de Caxinas, a dois passos da Póvoa de Varzim e Vila do Conde em Portugal. Dedico-me ao estudo dos barcos tradicionais portugueses e suas ligações no mundo, incluindo origens norte-europeias e mediterrânicas.
Toda a minha família sempre esteve ligada à pesca na Póvoa de Varzim e tenho um enorme fascínio pelos antigos barcos típicos "poveiros". Recentemente comecei a investigar as embarcações do Brasil e dei agora mesmo com esta canoa de pranchão, a qual me pôs bastante sorridente, pois acabo de descobrir no Brasil "um avô" da actual lancha poveira que temos.
Estas canoas apresentam as antigas características dos barcos poveiros de grande porte, com os dois mastros de vela bastarda e a última referência de 2 mastros na Póvoa será por alturas de 1860. No Brasil descubro agora que se mantiveram bem até ao séc. XX. Mais ainda, a forma do casco da canoa de pranchão apresenta as antigas características de proa pouco lançada e popa bem redonda. Aquela marca de X duplo na popa é inconfundivelmente poveira. Estou encantado a olhar esses barcos.
Agradeço-lhes imenso a publicação destas fotos e em breve escreverei no meu blog sobre as canoas, esta visão viva do passado da Póvoa de Varzim e Norte de Portugal ao qual estou tão ligado.
Poderão ver algo sobre a lancha poveira actual neste link 
http://ww.cm-pvarzim.pt/biblioteca/index.php?op=event&id=662&cat=activ

Um abraço,
António Fangueiro www.caxinas-a-freguesia.blogs.sapo.pt
Foto: Daniel Curval, biblioteca municipal rocha peixoto, Póvoa de Varzim


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