Lanchas no IIIº Cruzeiro-Regata Porto Alegre - Tapes
Rogério Schröder

20 Mai 2009
Na sua terceira edição, o Cruzeiro a Tapes evoluiu. Com apoio da Marinha, a saída na sexta feira, 08 de maio 2009, foi muito bonita. Um navio da Marinha atracado no Guaíba fez a largada com o pessoal da organização, banda da Brigada Militar, madrinha do evento e convidados ilustres.

Neste final de semana participamos do magnífico evento realizado pelo Danilo Chagas Ribeiro do site www.popa.com.br. Com mais de 60 embarcações o evento foi novamente um sucesso.

Pontualmente às 17:00 horas saímos num grupo de 12 lanchas, rumo a praia do Sítio em Itapuã. No caminho pudemos apreciar as belas paisagens de diversas praias, do morro da Ponta Grossa, Belém Novo, a Ilha do Chico Manoel. Já o pôr-do-sol foi um espetáculo à parte, o céu avermelhado contrastava com as nuvens cinzas o que dava um colorido especial ao visual.

Chegamos à praia do Sítio já à noite, onde ancoramos as lanchas lado a lado. Daí pra frente a confraternização entre a galera rolou solta. Cada um apareceu com sua respectiva bebida, uns com espumante. O Helton e a Nêne com a tradicional Absolut e suco de laranja e teve alguém (que não lembro) que bebia refrigerante. Atacamos o churrasco de ovelha/”maminha” do Josué, coisa da melhor qualidade.

O tempo estava meio fechado, tipo uma neblina ou névoa, mas quem ficou acordado na madrugada pode presenciar o espetáculo da lua cheia, quando o céu apareceu aberto e a luz da lua tornou a noite praticamente dia.

Amanheceu e tomamos um café na corrida, e iniciamos a navegada rumo a Tapes. Daí a cerração baixou, a visibilidade ficou bastante comprometida e por vezes os que ficavam mais para trás tiveram dificuldade de acompanhar a turma.

Um fato marcante e ao mesmo tempo prazeroso, foi que nós lancheiros pudemos ajudar um amigo velejador que estava em iminência de ficar sem combustível. Pelo rádio ouvimos o pedido de socorro. Prontamente o Josué (proprietário de posto de gasolina e precisando faturar, hehehe) informou que tinha uma reserva técnica a bordo.

Eu e comandante Marco Braun pegamos as coordenadas e fomos de encontro ao Veleiro Canibal onde o Danilo se encontrava e providenciou para atender ao velejador com problema. Curiosidade, aproveitamos pra perguntar aos velejadores: “mas o barco de vocês não é movido à vento?” Hehehe.

Navegando “tranquilamente”, se é que dá pra ficar tranqüilo na neblina com pouca visibilidade, chegamos ao naufrágio do Álvaro Alberto, que apareceu entre a névoa, num ar até certo ponto macabro. Desta vez a turma não se conteve e embarcamos no naufrágio pra dar uma de turista.

Já no saco de Tapes, mais uma surpresa. Um zunido ao longe logo se transformou num forte ronco de motor V8. E quase chegando ao Clube Náutico Tapense, o “veloz” Paulo Teixeira, meu pai o Joel e seu marinheiro o Alfredo, nos passaram a pelo menos 50 milhas por hora: coisas de Paulo...

Na chegada ao clube informei ao Paulo que ele tinha ganho a tal “corrida”, mas que não tinha troféu pra ele... Hehehe. Os malucos fizeram o trajeto em exatas 1 hora e 28 minutos. Pra dar uma idéia do que é isso, de veleiro se leva de 12 a 13 horas, de lanchas em cruzeiro em torno de 4 horas. Aviso ao Paulo, vamos bater o recorde dele de jet ski. Eu e o Júlio Gil.

Por falar em Jet Ski, tivemos a companhia do fiel Júlio Gil que foi solito e voltou com os lancheiros em seu Yamaha FX SHO de 4 tempos. Essa figura é um grande parceiro de navegadas e foi convidado especial do popa.com.br, o que certamente foi uma honra, pois a imagem dos jet skiadores junto aos velejadores não é das melhores. Mas a prova de que o veículo jet é uma máquina maravilhosa é o tipo de uso que se pode fazer dele. O Júlio enfrentou a lagoa do Patos brincando, aliás coisa que está acostumado a fazer.

Abastecidas as lanchas, a tarde foi livre, alguns foram passear pelo belo saco de Tapes e nossa turma, agora chefiada pelo casal assador e verdadeiro desbravador de Tapes, a Nádia e o Afrânio, trataram de abrir um açougue, e compraram tudo e assaram um magnífico churrasco sob as árvores do Hotel Pontal. Aliás, comemos feito malucos de tão bom que estava.

À noite, fomos ao clube Náutico Tapense, onde a prefeitura junto com o Popa.com.br nos brindou com um delicioso jantar, e lá fomos nós navegadores/comilões pra fila. Marcante e até emocionante foi a homenagem que eu e o Marco recebemos pela ajuda com o combustível entregue aos velejadores. O Marco como adora um troféu e ganhamos um pelo feito, agora é conhecido também por Mutley, lembram? “medalha, medalha, medalha”.

Na manhã de domingo levantamos tarde e parte da turma já tinha partido. Entramos na lagoa depois das 9 da manhã e enfrentamos em torno de uma hora de ondas relativamente chatas, nada que nossas bravas Fockers não tirassem de “letra”. A volta foi um pouco mais demorada e ao meio dia chegamos novamente à praia do Sítio onde, com sol forte, pudemos curtir o ronco forte dos bugios. Desta vez desembarcamos e tentamos explorar um pouco mata a dentro, uma vez que freqüentei aquela praia há anos atrás onde havia uma residência e uma pequena igreja. O que me chamou a atenção foi como em poucos anos depois do fechamento desta e de outras praias da reserva de Itapuã, a mata tomou conta e está quase intransponível. A natureza recompôs rapidamente o que o homem havia desfeito e a prova do acerto desta medida é a proliferação das mais diversas espécies na reserva de Itapuã.

Retornamos aos nossos clubes e marinas e realmente ficou um gostinho de quero mais. Agradeço a parceria dos participantes deste passeio e também do Danilo do Popa.com.br e seus “Jaguaras” que sempre nos tratam com muito carinho.

Na próxima, conto com a participação de mais lanchas, pois quem vai nestas brincadeiras sempre quer voltar.
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Fotos aéreas: Ten Cel Moacyr Stocker; Outras fotos: Danilo Chagas Ribeiro

20 Mai 2009
Marco Antonio Braun

Muito bom, fico feliz com o relato da nossa aventura, pois é o que é, uma aventura para todos os participantes, é muito boa a sensação e ver a alegria e felicidade no rosto de todos depois de ter feito um percurso como este, que seguramente para a maioria dos lancheiros, é o maior que foi feito. Vale muito apena lembrar que uma constância quase de 100%, é dos lancheiros ter sempre sua amada esposa,companheira,namorada a seu lado, coisa que ouvi dos velejadores ser dificil acontecer nos veleiros. Mas tenho certeza de que só está faltando uma maior integração, uma maior descontração, assim como podemos provar ser possível a convivência de Lanchas, veleiros e jet, algo que já vi muitos dizerem ser impossível, está aí a prova de que não é. O mundo, a náutica, as pessoas, quando juntas sempre são mais felizes, e tenho certeza de que é o que todos querem, ser feliz. Quanto à medalha, fico feliz e honrado de tal homenagem, pena que o Rogério não assumiu que ficou quase ou mais feliz do que eu na hora da homenagem. Tô "loco" para a próxima, e se sinto algo é pena e tristeza, dos que não foram e não puderam sentir toda a aventura, felicidade, sensações,companheirismo, enfim tudo de bom que sentimos. Esperamos que no próximo possam compartilhar da alegria que sentimos e que está encrustada dentro de nós.
Abraço
Marco Antonio Braun - Quatro Estações


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