Morro do Côco
Texto e fotos de Rodrigo "Asterix" Beheregaray

O Morro do Côco possui uma praia muito prazeirosa para banho, lazer e descanso ficando muitopróximo a Itapuã. Cerca de 20-30 min de velejada com ventos fracos de través ou orça (~10nós).

Também oferece um ótimo abrigo para ventos do quadrante SW-N. Mas cuidar os ventos do quadrante S-SE-E que pode se tornar uma roubada. No entanto, a praia na sua porção central, é essencialmente de fundo de areia e oferece segurança para o fundeio.

Alerto apenas para não se aproximar com o barco mais do que 50m para barcos que calam ~1m porque o declive da praia é bastante suave, o que engana quando você está vendo a praia e o que pode resultar num encalhe ou raspagem da quilha na areia. Se você se aproximar com velocidade e encalhar legal e o vento rondar para Sul... o prazer pode virar aborrecimento.

O Asterix cala em 1,05m (veleiro modelo Rio-20), e a minha sugestão é se aproximar 70-60m da areia da praia e lançar ferro, deixando correr por mais uns 10-20m a amarra. Pode cair na água, e certamente a profundidade estará cerca de 1,5m, portanto cuidado com os "biquinhos". Você pode dar com a cabeça na areia... :)

Também sugiro cuidar não se aproximar muito da margem esquerda da praia principal com o barco porque há bastante pedras. Mas pelo centro dela não há erro.

Lembro também que o Geraldo Knippling, em seu livro sobre o Guaíba e a Lagoa dos Patos, alerta para não tentar chagar muito perto com a embarcação da pequena Praia mais extrema do Morro do Côco (ponta S) (veja Carta Náutica e livro do Geraldo Knippling) devido a grande quantidade de pedras submersas, mas sugere a possibilidade do uso de Dingues e recomenda a visita devido a grande beleza e exuberância selvagem da mata e praia.

Morro do Côco, pelo que andei vendo, é muito pouco visitado por embarcações e apesar de existir acesso por terra, quase não se vê pessoas, exceto uma única residência na beira da praia, que costuma ser pouco movimentada também. Esporadicamente se vê alguns pescadores artesanais nas imediações. Assim, o lugar além de muito bonito é muito tranquilo e tem acesso rápido para quem sai de Itapuã.

A água é extremamente limpa, não há correntes fortes em frente a praia e nem buracos, além de se estar rodeado por uma vegetação nativa densa e muito bela. A fauna é rica podendo-se ouvir muitos pásaros de várias espécies diferentes, o que reflete em ser um lugar ainda bastante preservado e que merece nosso cuidado quando for visitar... Sugiro fazer pouco barulho (música alta, motores em alta rotação, etc.), o que afugenta muitos animais, e nem preciso falar em deixar lixo, né? Se você ver lagartos na praia, ou seus rastros na areia, não se assuste e não tenha medo. Certamente eles se espantarão mais em ver você e o deixaram para trás tão logo for possível.

Na oportunidade em que estive e que tirei as fotos que envio, ouvimos duas famílias de bugios gritando, cada uma em uma extremidade do morro (veja a foto panorâmica). Uma mais a SW e a outra mais a NE de onde estávamos ancorados. Os gritos dos machos dominantes eram bastante altos e chagavam a ecoar no vale. Quem sabe eles estavam discutindo um com o outro cada um em sua "casa"? Também presenciamos um espetáculo muito bonito das nuvens de chuva se formando e que rondaram pelo quadrante W-S, criando cúmulos próximos e que contrastaram com o tempo bom que estava do quadrante N-E. Mas era apenas chuva de verão e não houve tempestade.

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Enfim, o Morro do Côco tem se mostrado um passeio sempre muito agradável e proveitoso, e especialmente interessante quando não se tem muito tempo disponível. Isto é claro quando se está próximo como é o caso do Asterix sediado no Clube Náutico Itapuã (CNI). Mas se você estiver vindo da Lagoa dos Patos ou mesmo de Porto Alegre asseguro que, estando as condições favoráveis, não se arrependerá da paz que ali reina.

Era isso. Bons ventos!

Rodrigo (e Asterix).
Biólogo Zoólogo