Capri Iate Clube – Joinville Iate Clube
Do diário de Marta
Marta Rech

Sábado, 30/12/06

Mais um final de ano, fizemos uma programação de aproximadamente dez dias de férias em família e a bordo do nosso querido veleiro, pensávamos em conhecer as ilhas da Paz e do arquipélago da Babitonga, visitar mais uma vez a charmosa São Francisco e o Museu Nacional do Mar e depois seguir rumo a Ilha do Mel na entrada da baía de Paranaguá.
Enfim, depois de muitos anos, algo em torno de dez ou mais, decidimos passar um ano novo “Novo” mesmo, somente Eu o Fernando e a Vitória.

Deixamos para trás aquele reveillon tipo festão e com todos os parentes.
Decisão tomada, deixamos Garopaba por volta de 10:00h rumo a São Francisco do Sul onde fica o Capri Iate Clube, onde nos esperava o Planeta. Ah! Vale lembrar que após uma queda, eu estava com o pé esquerdo imobilizado e assim mesmo decidi que não deveríamos adiar nossas férias, ficando assim só de figurante sem nenhuma tarefa especial.
Chegamos no Capri às 15:00h, abrimos o barco e o Capitão e a Vitória partiram para a limpeza e organização, quando constataram que o clube estava sem água, e o barco estava com os tanques vazios, não havendo outra alternativa senão, usarmos toda a água mineral que carregávamos no barco, para efetuar a limpeza, sacanagem né?

Mas esse era o menor problema que nos aguardava, continuando a arrumação, nosso Capitão foi desligar o carregador de baterias e constatou que junto ao banco de baterias havia ocorrido um curto circuito, pois alguns fios estavam carbonizados, perplexo com o que viu resolveu seguir a fiação...passando por trás do painel... armários de banheiro... paiol toda a fiação havia sido bastante danificada, chegando à popa seu coração quase parou...adivinhem quem estava mergulhado na água? O chicote com o plug do carregador do motor de popa.
Ele me olhou e disse:
O barco poderia ter incendiado, e com ele o de nossos vizinhos.
Não acreditamos em tamanha irresponsabilidade do marinheiro que deixamos encarregado de cuidar do Planeta, adoçar o motor e trocar o óleo da rabeta.

Bom talvez mais surpresas nos aguardassem, mas por hora fomos convidadas pelo Capitão para passear de bote...bote na água.. .motor do bote no lugar... afoga puxa... puxa mais uma vez... afoga puxa três, quatro, dez e o motor nada. Nem estávamos tão afim assim de passear de bote por isso deixamos o passeio para o dia seguinte.
Já estava quase caindo à noite e então resolvemos tomar um banho e comer alguma coisa no restaurante do clube. Tomamos banho primeiro, diga-se um banho bem merecido e gostoso, ficamos aguardando o Capitão que voltou dizendo que o primeiro chuveiro em que entrou não funcionou, mas na segunda tentativa conseguiu tomar o banho tão esperado para descarregar a urucubaca e repor as energias positivas para o dia seguinte.
Jantamos, tomamos um chopinho e nos recolhemos com a esperança de o outro dia ser melhor.

Domingo, 31/12/06.
Véspera de ano novo, não havia comentado antes, mas o tempo estava nublado com fortes pancadas de chuva, e hoje continua igual, o trapiche também continua sem água.
Passamos o dia pelo clube e a bordo sem muitas alternativas, apenas aguardando a chegada de 2007 e acompanhando o movimento dos preparativos para a festa de reveillon.
Por volta das 21:00h fomos tomar banho, passar perfume e colocar “as becas”, todos lindos ( eu com um pé de havaianas e o outro de tamanco).

Fomos para a festa, o local estava bacana e ornamentado (veja a foto) , éramos convidados do gerente do Capri Sr. César, que nos apresentou sua família e com ele confraternizamos e até cantamos a “Montanha” de Roberto Carlos. Jantamos, tomamos muita champagne, conversamos um pouco, vimos os fogos e depois fomos dançar, “brincadeirinha”, ver os outros dançar. A Vitória se divertiu, tinha um pessoal maquiando e aplicando tatuagens nos baixinhos e altinhos, cama elástica e muita criança.
01:00h pensamos em nos retirar e fomos vaiados pela nossa filha que tem apenas 10 anos:
-É muito cedo mãe!

Segunda-feira, 01/01/07.

Metereologia inalterada, tempo nublado e de tempos em tempos pancadas de chuva, tentamos uma saída com o bote para atravessar a baía até a Vila da Glória, algo tipo atravessar de Rio Grande para São José do Norte, saída esta com retorno quase que imediato, pois o vento era contra e a maré estava enchendo e as ondas começaram a embarcar sem pedir licença, os três e as mochilas molhadas, tivemos que rir, pois os ventos realmente não estavam a nosso favor. A sorte é que tudo isso não havia afetado nosso humor, pois estávamos de férias, então largamos as mochilas no barco e mudamos nosso rumo para o lado de dentro do clube, fomos até o final do canal, apreciando as belas casas e barcos, na volta desembarcamos numa parte bem movimentada da praia que fica enfrente ao condomínio Capri para um bom banho de mar.

Retornamos, almoçamos e fomos descansar. 16:00h o Capitão nos chama para tomarmos um banho para em seguida irmos ao mercado e dar um passeio no centro histórico de São Francisco.
E aí quando fomos pegar o carro no estacionamento mais uma surpresa, o pneu dianteiro esquerdo furado, procuramos pela borracharia mais próxima algo em torno de 5km (veja foto), lá ficamos quase uma hora.
Terminado o conserto iniciamos o nosso passeio, passamos no mercado e compramos alguns itens que faltavam em nossa despensa e fomos para o centro histórico de São Francisco, muito lindo...praça e igreja matriz enfeitadas para o natal (veja foto abaixo), decidimos jantar por ali mesmo no restaurante Portela que tem um deck enorme a beira mar, fica ao lado do Museu, foi uma boa pedida, até com música ao vivo.
Resolvemos que na manhã seguinte iríamos para Joinville, lá a estrutura do clube nos permitiria executar os reparos necessários com mais facilidade.

Terça-feira, 02/01/07.

O tempo melhorou um pouco, o sol apareceu radiante entre algumas nuvens, tomamos um bom café, organizamos nossa saída, o Capitão foi até a secretaria do clube para dar a saída no Planeta e acertar nossas diárias, as quais o Capri nos isentou como forma de diminuir nosso prejuízo.

Tudo certo tivemos que aguardar a maré subir para podermos sair, 12:45h soltamos as amarras e iniciamos nossa navegação rumo a Joinville, vale lembrar que estávamos sem o instrumento que mede a velocidade e a profundidade provavelmente avariado em função do curto circuito.
Somente com o GPS de mão e com a experiência e responsabilidade de nosso confiável Capitão, pai e marido.

Tudo perfeito, uma paisagem com belas ilhas, sol, uma navegada realmente tranqüila, perto das 16:00h estávamos a 01MN do Joinville Iate Clube (foto ao lado) e o Capitão chamou o JIC pelo rádio e os marinheiros foram nos aguardar no trapiche, Vitória atirou o cabo de proa para um dos marinheiros que foram nos receber e que após amarrarem Planeta nos disseram:
-Vocês estão em casa!

Os funcionários do clube e alguns sócios com os quais mantivemos contato, nos surpreenderam com sua hospitalidade.
Parabéns ao J.I.C. e obrigada pela acolhida.

Antes de sairmos do Capri nosso Capitão contatou seu parceiro e fiel amigo Ladislau, ele é para nós uma espécie de coringa, pois conhece tudo e a todos, logo tratou de, por celular, nos passar nomes e telefones de contatos no J.I.C., para ajudar a resolver nosso problema, temos que lembrar também do Bill do I.C.G. que conhece muito bem o pessoal do J.I.C. e esteve aqui em diversas oportunidades e nos indicou o Sr Lauri que é o gerente náutico do J.I.C., já sabendo a quem procurar não demoramos a encontrar o bem disposto e igualmente atencioso Lauri, que nos indicou três eletricistas para que fizéssemos os orçamentos.
Fomos mais uma vez ao merecido e bom banho e retornamos ao barco para providenciar alguma coisa para o jantar.

Quarta-feira, 03/01/07.

Orçamentos feitos fechamos com o Sr Moacir que no dia iniciou o trabalho.
Passamos o dia pelo clube, fomos convidados a conhecer o veleiro “Sarraceno” um 40 pés fabricado pelo estaleiro I.L.S Yachts, nos apaixonamos a primeira vista ou “visita”.
Almoçamos no restaurante do clube, muito bom, boa comida e excelente ambiente, ficamos por ali o resto da tarde, o Capitão checando os e-mails e cartas náuticas, Vitória assistindo a um filme e eu...escrevendo isto tudo.
À noite fomos ao Shopping Mueller, jantamos, passeamos e retornamos ao clube.

Quinta-feira, 04/01/07.

Acordamos cedo e começamos a arrumar as mochilas para irmos para casa, (05 dias antes do previsto), tomamos café e em seguida o táxi veio nos apanhar para nos levar de volta até o Capri onde havíamos deixado nosso carro.
Chegamos ao Capri as 11:00h e rapidamente transferimos as mochilas, pois tínhamos marcado um almoço com meu irmão Luis Antonio que trabalha em São Francisco no O.G.M.O (órgão gestor da mão de obra do porto).
11:45h já estávamos com meu irmão e durante o almoço nos demos conta que já fazia um ano que não nos víamos.

Após o almoço nos despedimos do Luis “Tonho” para família e fomos visitar o Museu Nacional do Mar, passeio imperdível para quem gosta de embarcações e do mar.
Bem, por ora era isso, embora tivéssemos alguns percalços ao longo destes últimos dias, o resultado final sempre é positivo, pois o barco propicia a integração mais estreita em família e isso para mim é como respirar ou seja, ESSENCIAL e FUNDAMENTAL.
Até mais...

Marta Rech
Veleiro Planeta Água-VDS

 

A família reunida em Joinville

 

Vitória pegando o jeito

 

Comandante tranqüilão

 

Tripulante exausta

 

A família com o Capitão

 

Sem comentários

 

 

Índice do Planeta Água