Joinville Iate Clube - Ilha da Paz - Iate Clube de Paranaguá
Sexta-feira, 02 de fevereiro de 2007. 16:00h. Estamos em Garopaba, deixamos parte de nossa tripulação que tem outro compromisso, nos despedimos e pegamos novamente a estrada rumo a Joinville. 18:00h. Entramos no estacionamento do J.I.C., chega de estrada e carro..., procuramos pelo Zé Mário marinheiro que ficou com as chaves do Planeta, não demorou muito e o encontramos junto com o Joacir que renovou a pintura de fundo de nosso pequeno grande veleiro. Eu já havia consultado a tabua de marés e sabia que ao meio dia a maré estaria atingindo seu topo, o que seria ideal para sairmos em direção ao mar ou seja: dali em diante seria lomba a baixo. Preparo o barco para a noite: (Lembram do Maruim?... Aquele mosquitinho que agente não enxerga?) O restaurante do J.I.C. infelizmente abre somente para almoço e fecha lá pelas 19:00h. Vamos até a guarita dos guardas que fica a poucos metros de onde agora se encontra o Planeta e perguntamos: 07:00h. Com a ajuda de quem cedo madruga o Planeta já estava na água, agora faltavam os finalmentes: 11:00h. Estávamos de volta ao clube e rapidamente fui fazendo os acertos deixando o clube por último, tinha que pedir junto a secretária umas fotos aéreas que eu havia visto em uma revista do J.I.C. "Gaivota" um "Minuano" VDS melhorado, eu queria poder compartilhar com o pessoal do popa e dar a real dimensão da beleza deste lugar. 12:00h. Tudo Ok. Resolvemos almoçar no restaurante do clube e logo após sair rumo a Ilha da Paz, o planejado era desembarcar para conhecer a Ilha e o Farol, dormir no abrigo de seu portinho para na madrugada de domingo seguir rumo a Paranaguá. O desembarque na Ilha da Paz requer autorização prévia da Capitânia de São Francisco do Sul, ao contrário do que sugere o encarte Náutica Sul (n°200) em sua matéria sobre a Ilha, infelizmente não é permitido visitar a Ilha sem autorização. 13:20h. Soltamos as amarras que prendiam o Planeta ao flutuante do J.I.C., juntos Lauri e Zé Mário ajudaram na manobra e agora acenam e nos desejam uma boa navegada. 17:30h.Fundeio em 8 metros, tudo o que temos direito e disponível, solto os 35 metros de cabo: 05 de corrente e 30 de cabo...em seguida pego o ferro reserva com mais 30 metros de cabo, passo para o bote e me afasto pela popa até esticar todo o cabo, segundo ferro na água. No Planeta o Ladislau caça até ter a certeza que o ferro unhou e então faz um sinal de positivo. Foram percorridas 20MN do J.I.C. até o "Portinho". Ladislau achou mais prudente usar os dois ferros um na proa e outro na popa pois, estávamos próximos a margem e também a mercê da corrente entre a Ilha da Paz e a sua vizinha Ilha da Velha, existe entre as duas um canal estreito com 6 metros de profundidade. Passamos ao lado de um gerador já perto de uma escadaria, esta por sua vez conduz ao platô onde fica o farol. Levantamos da mesa e o cabo Ilton vai nos mostrando os outros cômodos da acanhada residência, saímos pela porta dos fundos onde noto árvores frutíferas e uma pequena horta com temperos e saladas. Cabo Ilton antes de iniciar a subida nos conta que a escada é de ferro fundido e tem mais de um século, aponta para uma pequena portinhola na base da escada e me pede que abra, com alguma dificuldade consigo abrir e percebo que o pilar central da escada é oco. Então... Com um ar sabido ele explica... Quando o farol foi inaugurado há 100 anos ele girava movido por um sistema de pendulo, (tipo relógio cuco)... Para o faroleiro não ter que subir até o alto do farol ele abria esta portinha e puxava um cabo, já a luz era conseguida através da queima de querosene sob pressão. Já no alto junto ao jogo de lentes (foto ao lado), mais uma portinha se abre e deixa amostra uma lâmpada de 1000W e uma válvula de gás com seu encanamento...cabo Ilton explica: A vista lá de cima também impressiona pela grande beleza, vemos o Planeta minúsculo nas águas abrigadas da ilha... Aproveito e tiro muitas fotos, nesta hora lembro de todos amigos do "popa" e quero compartilhar com todos este lugar incrível. Ladislau e eu fomos descendo pela trilha, ambos fascinados pelo que acabáramos de ver e ouvir, andamos até a ponta S da ilha onde existe uma prainha e mais um conjunto de prédios em ruínas, tiramos mais fotos...e lentamente fomos voltando para o ponto onde deixáramos o bote. De volta ao barco a pedida era um mergulho naquele mar cristalino e quente, assim foi, nos refrescamos após tanto calor até notarmos o sol se pondo, era o sinal, a hora de instalar a churrasqueira. Carne assando, conversa fluindo... não esquecendo de molhar as palavras, não demora muito chega um barco de pesca que acaba fundeando não muito longe do Planeta, barco grande, algo por volta de 12 metros, cabinado e de madeira, contei 12 "pescadores" que logo presumi haviam alugado o barco e o seu comandante para leva-los até lá para a "pescaria". Foi nossa diversão enquanto saboreávamos nosso churrasco e bebíamos algumas cervejas saídas no ponto da geladeira do Planeta, os tais pescadores só não beberam água do mar, a bordo muita fumaça produzida por uma churrasqueira improvisada em um meio tonel, uma algazarra imensa com todos tentando contar suas estórias ao mesmo tempo, o comandante completava dando uma de DJ com um repertório de sertanejas tocadas no volume máximo e garanto que o tal pesqueiro tinha módulos e outros apetrechos destinados a perturbação da ordem náutica... Eu e o Ladislau ficamos até tarde ouvindo e assistindo a anarquia daquela turma de "pescadores", de tempo em tempo a nau da zorra passava bem próximo a nosso Planeta menos de 5 metros nos deixando preocupados, eles estavam girando ao sabor da corrente e do vento enquanto o Planeta se encontrava com dois ferros um pela proa e outro a popa. Algum tempo depois o comandante da nau pesqueira ligou seu motor e fundeou um pouco mais afastado do Planeta, era o que faltava para irmos dormir. Antes de pegar no sono ainda ouvi algumas canções daquele pessoal lá das banda de Goiás sempre acompanhadas pelos pescadores cantantes... No través de Guaratuba mais um belo espetáculo, outro amanhecer maravilhoso, assisto calado e agradeço a Deus por mais este dia. A nosso BB a Ilha dos Currais passa rapidamente olho o Speed que marca 06 nós, confiro com o GPS que registra a mesma velocidade, vento E 10 a 12 nós. Desde a nossa saída do JIC estamos trabalhando com as Tábuas das Marés nem poderia ser diferente, pois um veleiro como o Planeta equipado com um simples motor de popa de 8hp., tem que entrar e sair na hora certa de baías coma a da Babitonga e agora a de Paranaguá. Nossa hora para entrar no Canal da Galheta é as 12:00h e com uma pontualidade britânica passamos entre a Ilha do Mel e a Ilha da Galheta às 12:30h, fazendo de 07 a 08 nós de carona com a corrente de maré (de vazante para cheia). Boa escolha de navegar pelo Canal da Cotinga, lugar exótico, zona de mangue, muita vegetação, até Paranaguá (veja imagem de satélite mais abaixo). Cruzamos com vários barcos de passageiros, aqui estes barcos são como nossos ônibus, pois tudo é mais perto por água e em muitos casos o mar é o único acesso, Ilha do Mel, Ilha das Peças, Guaraqueçaba, Superagui são alguns dos destinos destas embarcações. 14:00h Estamos com a sub-sede do ICP a BE, ponta W da ilha da Cotinga, aqui o canal da Cotinga contorna a ilha e encontra o canal de navegação comercial já junto ao Porto de Paranaguá, continuamos enfrente agora navegando no rio Itiberê, no rádio chamo o ICP e aviso que estamos nos aproximando, como de costume o clube já nos aguarda, tenho procurado fazer disto uma regra a cada escala que escolhemos comunicamos o clube ou marina antecipadamente, com este simples procedimento o clube ou marina fica esperando por nossa chegada, uso para isso e-mails e telefone e garanto que vale a pena, em todas as nossas escalas eu disse "todas" fomos bem recebidos. 14:30h Estamos no Iate Clube de Paranaguá, auxiliados por dois marinheiros vamos prendendo com cuidado o Planeta a um flutuante reservado especialmente para este valente veleiro. O Iate Clube de Paranaguá oferece total infra-estrutura de apoio aos navegadores que visitam a baia de Paranaguá, atende pelo canal 68 VHF, possui vagas molhadas para visitantes com dois dias de cortesia e diárias apartir de 35,00 por barco para quem pretende passar mais tempo na região. O clube tem um ótimo restaurante e banheiros confortáveis. A corrente de maré é bastante significativa nos trapiches do ICP, fique atento aos cabos e leve boas defensas. Acabamos deixando o Planeta aos cuidados do Ângelo, ele foi um dos marinheiros que nos recebeu de forma muita profissional e simpática, mais tarde iríamos descobrir que foi uma excelente escolha. Fernando Maciel |
Entrada do Canal da Galheta até a Cotinga
Canal da Cotinga
Entrada do Canal da Galheta
1.. ENGALH 25°37'14.4"S - 048°16'31.8"W 2.. CANGAL 25°34'19.6"S - 048°19'35.0"W 3.. CANGA1 25°33'31.0"S - 048°20'26.5"W 4.. CANGA2 25°32'42.9"S - 048°21'16.6"W 5.. TENENG 25°32'27.2"S - 048°22'41.5"W 6.. MACIEL 25°33'08.4"S - 048°24'42.1"W 7.. COTIN1 25°33'01.2"S - 048°25'23.8"W 8.. COTIN2 25°32'02.1"S - 048°27'41.1"W 9.. COTIN3 25°31'40.0"S - 048°28'24.0"W 10.. COTIN4 25°31'21.0"S - 048°28'44.5"W 11.. COTIN5 25°31'10.1"S - 048°28'53.5"W 12.. COTIN6 25°31'02.7"S - 048°29'17.9"W 13.. COTIN7 25°30'49.6"S - 048°29'35.5"W 14.. COTIN8 25°30'54.2"S - 048°29'54.0"W 15.. ICPGUA 25°31'14.2"S - 048°30'16.9"W |
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