Das Ilhas Baleares, no Mediterrâneo, até Saint Marten, no Caribe
(De Outubro a Dezembro de 2000)
O diário, as histórias e os versos do Comandante Aderbal Torres de Amorim
Direitos autorais doados ao Asilo Padre Cacique


Quatro Mil Milhas Além
Uma travessia, o Homem e o Mar
Aderbal Torres de Amorim

GLOSSÁRIO DE TERMOS NÁUTICOS

Abatimento – desvio que a embarcação sofre de seu rumo programado em decorrência de ventos, correntes e ondas. Ao avanço, adiciona-se um movimento de escorregar para o lado.

Adriça – cabo usado para içar qualquer tipo de vela.

Alcançado – luz branca posta na popa das embarcações.

Alheta – região entre o espelho de popa e o costado do barco.

Amantilho – cabo que tem uma de suas extremidades amarrada no tope do mastro, ou próximo dele, e que serve para sustentar a retranca, ou o pau da vela de proa e do balão.

Amarra – qualquer cabo que tenha por função prender o barco, seja em pier, em trapiche, a contrabordo de outra embarcação, etc.

Aparelho – conjunto formado pelo mastro e demais elementos que o sustentam, tais como os estais e os brandais, ou estais de força.

Armação - é a forma pela qual as velas são arranjadas no mastro. Se a vela de avante for fixada no tope do mastro, diz-se-a armação ao tope; se for fixada abaixo do tope, chama-se-a armação fracionada.

Arriar – descer a vela ou qualquer outro componente do barco.

Arribar – manobra que visa afastar a proa do barco da direção do vento. Opõe-se a orçar. O vocábulo também é usado para a situação em que o barco segue para um rumo diferente do antes programado, levando-o a destino diferente do que o anteriormente pretendido.

Asa-de-pombo – posição das velas em que uma delas é fixada por bombordo e a outra por boreste, nas navegadas de popa.

Avante – parte frontal do barco.

Balão – vela içada na proa, usada nos ventos em popa, que incrementa fortemente a velocidade do barco. Geralmente é colorida e tem a feição de um balão.

Balão assimétrico – usado especialmente nos catamarãs, mas não exclusivamente, em que uma das valumas é maior que a outra. Nos barcos monocascos, é uma vela bastante recomendada em ventos de través.

Barlavento – lado de onde o vento sopra. Opõe-se a sotavento. Se estou, por exemplo, de frente para o vento, minha face, em relação a meu corpo, está a barlavento; minha nuca está a sotavento.

Bochecha – parte frontal do costado da embarcação, próximo ao bico de proa.

Borda - parte superior do costado.

Brandais – cabos laterais que sustentam o mastro e que se prendem neste e no convés.

Burro – qualquer cabo que tenha por função puxar para baixo a retranca ou o pau. Daí as denominações de burro-do-pau ou burro-do-grande ( ou da retranca).Opõe-se ao amantilho.

Cabo – designação genérica das cordas usadas no barco.

Caçar – ato de puxar para si qualquer cabo, notadamente as escotas do velame, quando se tratar de distender mais a vela a que estiverem aquelas presas.

Calado – profundidade da água que permite ao barco flutuar livremente. Distância desde a linha da água até a extremidade inferior do barco.

Cambar – virar de bordo quando navegando em contravento, ou seja, recebendo vento pela proa. Opõe-se a jaibe.

Cana-de-fortuna – haste de madeira, ou metálica, ligada diretamente ao leme, que substitui o timão quando rompe-se qualquer dos cabos que liga este e aquele.

Carrinho do travel (ou simplesmente travel) – mecanismo geralmente metálico que corre sobre um trilho transversal no qual prende-se a escota da vela grande e que permite, com sua mobilidade, fazer com que o grande se afaste ou se aproxime de uma das bordas. O mesmo nome emprega-se para os trilhos laterais e longitudinais em que correm os carrinhos por onde passam as escotas da genoa. Tem por finalidade abrir ou fechar o ângulo do vento em relação à respectiva vela.

Casco – é o corpo do barco sem qualquer outra peça que constitua o aparelho.

Cockpit – parte do barco localizada na popa na qual alojam-se a roda de leme e, em geral, bancos para sentar.

Convés – piso externo da embarcação.

Costado – parte lateral externa do casco.

Corrico – modalidade de pesca consistente em colocar a rapala na ponta de uma linha e jogá-la pela popa. O peixe abocanha a rapala com o barco em movimento e assim é fisgado.

Cunho – peça rígida, muito forte, geralmente de madeira ou ferro, onde são amarradas escotas, adriças e amarras.

Dingue – pequeno bote de plástico, madeira, ou fibra, geralmente equipado com motor de popa.

Enora – abertura na cabine dos barcos por onde passa o mastro cuja extremidade inferior fixa-se na quilha. Esses barcos possuem, portanto, mastro passante.

Escota – cabo usado para prender os punhos de qualquer vela de avante ou fixar a retranca no travel a fim de trimar a vela grande.

Escotilha – abertura no casco, geralmente pequena, com a função primordial de permitir a entrada de luz e ar no interior do barco.

Estai – cabo de aço que serve de sustentação para o mastro, tanto na proa, quanto na popa.

Esteira – borda inferior de uma vela. Também significa a parte da superfície da água que fica temporariamente marcada pela embarcação, quando esta avança.

Ferro – o mesmo que âncora.

Folgar – ato de aliviar a pressão de qualquer cabo, notadamente as escotas em relação ao velame.

Gato – pequena peça de aço, geralmente usada em pontas de escotas, que serve para engatar estas nos olhéus das velas. É também conhecido como engate rápido.

Garlindéu – peça móvel de ligação entre a retranca e o mastro.

Gaiúta - – abertura no convés ou na cabine do barco fechada como se fora um alçapão.

Genoa – vela de proa presa no estai.

GPS – (Global Position System). Aparelho eletrônico que, em comunicação com um mínimo de três satélites artificiais, permite saber sua localização em qualquer lugar da superfície terrestre.

GMT – (Greenwich Meridian Time) – é a hora oficial mundial tomada a partir do Meridiano de Greenwich que passa por Londres.

Grande – o grande ou a vela grande são as denominações mais comuns da vela mestra, que fica para trás do mastro. É a principal vela de qualquer tipo de veleiro.

Guarda-mancebo – armação de hastes e cabos geralmente metálicos, presa na borda de qualquer barco como se fosse um corrimão, com a finalidade de evitar que pessoas ou objetos caiam para fora da embarcação.

Guincho – mecanismo de tração pelo qual se recolhe a âncora para bordo.

Gurupês – peça de madeira ou metal fixada na proa, em ângulo aproximado de 30 graus em relação à linha horizontal, que se projeta para fora e para diante e é usado em veleiros para fixar uma segunda genoa.

Içar – o mesmo que erguer, levantar, fazer subir, especialmente as velas do barco.

Jaibe – mudar de bordo quando navegando de popa.

Latitude – distância entre a linha do equador e as linhas imaginárias a esse paralelas.

Log – hélice fixado no casco para marcar velocidade. É o velocímetro de qualquer embarcação. Palavra também usada para as anotações de bordo tais como horários, rumos, velocidades, coordenadas, profundidades, temperatura, pressão, etc.

Longitude – distância entre qualquer meridiano e o meridiano de Greenwich.

Mar de fundo – ver swell.

Mastro - peça metálica ou de madeira erguida perpendicularmente ao convés do barco para dar sustentação às velas.

Mastro passante – ver enora.

Moitão – mecanismo de madeira ou metal constituído de duas faces pelo meio das quais fixam-se roldanas para passagem de cabos, possuindo em uma de suas extremidades uma alça para ser fixada em qualquer lugar da embarcação. Permite erguer pesos ou fixar qualquer parte do seio de um cabo.

Paineiro – assoalho interno de uma embarcação.

Paiol – qualquer compartimento destinado a guarda de materiais e mantimentos.

Patesca – moitão com abertura lateral que permite a passagem de um cabo sem necessidade de enfiá-lo a partir de uma de suas extremidades. Muito usada nas escotas das velas de avante para fixá-las na borda dos veleiros.

Perna – segmento de um percurso náutico limitado entre dois pontos.

Popa – parte posterior de qualquer embarcação.

Proa – parte anterior de qualquer embarcação.

Punho – cada um dos cantos de uma vela (em geral três) onde fixam-se os cabos que a sustentam (a adriça e as escotas).

Rapala – isca artificial, imitando um peixe.

Retranca – verga fixada pelo garlindéu na parte inferior do mastro que serve de suporte para a vela grande.

Rizar – diminuir a área vélica, para isso usando cabos que passam pelos olhéus, ou seja, orifícios da vela também conhecidos como rizos.

Sextante – instrumento astronômico pelo qual se mede a altura de um astro ou de uma estrela em relação à linha do horizonte

Singradura – distância total percorrida por uma embarcação, em 24 horas.

Skipper – mestre de uma embarcação e/ou responsável pela manutenção da mesma. Termo igualmente usado para designar o condutor das manobras de um veleiro em regata, seja ele o comandante do barco, ou não.

Solteiro – qualquer cabo isolado existente a bordo, sem destinação específica.

Swell – ondas provocadas geralmente por temporais distantes que entram em portos e baías, tornando a ancoragem desconfortável pela agitação das águas. Também conhecido como Mar de fundo.

Tope – extremidade superior do mastro.

Travel – ver carrinho do travel.

Trimar – regular as velas para adequado aproveitamento do vento e melhor performance do barco.

Tsunami – enorme e devastadora onda provocada por maremoto ou vulcão submarino.

Valuma – bordo trazeiro da vela. Opõe-se à testa, que se prende ao estai (a genoa) ou ao mastro (o grande).

Verga – peça geralmente cilíndrica que se prende ao mastro e serve para fixação de velas, bandeiras, cabos, etc.

Way-point – ponto retirado da carta náutica e transferido para o GPS que deve ser atingido ao longo de uma navegada.