A idéia neste feriadão de 15 de novembro era ir até as "Falésias do Barba Negra" (não sei o nome verdadeiro). Convidamos um casal de amigos que tem uma filha de 7 anos, mesma idade da nossa (eles não são navegadores).
Previsão de tempo excelente, partimos do Veleiros do Sul no início da tarde de sábado, tendo como destino à Chico Manoel. Como o vento era sul, decidi motorar até a Ponta Grossa. Como brinde, vimos a largada de uma regata de soling e a montagem da bóia de barlavento.
Plano de Navegação especial
Depois da Ponta Grossa abrimos os panos e velejamos até a Chico, com as crianças fazendo borda (obviamente de colete e acompanhadas das mães). A parada na Chico tinha um objetivo estratégico: o plano de navegação deveria ser adequado a navegação com crianças e "turistas" a bordo, ou seja, com navegadas não muito longas e a possibilidade de desembarcar para descansar e brincar. Depois de muitas brincadeiras e o tradicional churrasco na Chico, partimos para dormir na Praia do Sítio.
Comendo as orelhas
Com uma lua maravilhosa, desatracamos às 23h e, com um leste/sudeste em torno de 12kts, velejamos até lá.
No domingo, a idéia era acordar bem cedo e seguir para as falésias. Após uma noite de sono espetacular, o "bem cedo" foi substituído por "o mais cedo possível". Levantamos âncora às 10h...
Entramos na Lagos dos Patos com a idéia de passar ao N do Barba Negra, passando sobre o banco de areia ali existente, utilizando os WP do livro do Cmte Knippling. Fomos conferindo a profundidade e avisando o Canibal, que vinha logo atrás. Logo após o WP bar1 (início do banco, para quem cruza de E p/ W) a profundidade chegou a 1.20 m, sendo a mínima em todo trajeto sobre o banco. O Sul soprava em torno de 12 Kts, numa orça bem folgada (quase través), proporcionando uma navegada fantástica. Pouca onda, sol e velas cheias... Fui flagrado pelo Torrano, que disse: "olha a cara do Jorge, tá comendo as orelhas".
Protestos
Nem tudo é perfeito.
Quando ancoramos em frente às falésias, o Sul havia apertado para uns 15 Kts. Como o lugar não é abrigado, as ondas estavam grandes. Soltei o ferro (com 2.1m de prof.) com bastante amarra e observei com motor ligado durante algum tempo. Com o barco bem ancorado era hora de proferir o comunicado mais difícil de todo o feriado: com aquelas condições não poderíamos descer na praia. Os protestos da tripulação infantil não pouparam nem a Lagoa...
Marimbondos
O vento S foi rondando para E e perdendo força, até que o desembarque iniciou e fomos todos para a praia. Falésias imensas, sand board na mão, a festa parecia estar começando quando ouvi a Ana pedindo socorro. Ela e sua amiguinha, Isadora, estavam cercadas por um enxame de marimbondos. Corremos para o bote e a brincadeira na praia, que recém havia começado, estava acabada. Ninguém foi picado, mas a sensação de que algo muito grave poderia ter acontecido não é nada boa.
Antes de sair tomamos um belo banho de lagoa na popa do Feitiço.
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Motor.
Voltamos a motor, com um E fraco bem na cara. Cruzamos sobre o banco, desta vez com a profundidade no ponto crítico chegando a 1.1m (calado do Feitiço).
Chegamos na Chico no final da tarde de domingo cansados, mas muito felizes com a bela navegada. As crianças se comportaram muito bem, apesar da grande decepção nas falésias.
Na 2a. feira saímos da Chico após um belo dia de sol, com pescaria e muita praia. Chegamos à noite no clube.
Foram três dias muito agradáveis e os convidados se comportaram muito bem. Importante observar que esta não foi a primeira vez que eles saíram conosco e que receberam orientações sobre o que levar (e quanto!).
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