"Uma
Garage Flutuante"
Leopoldo
Geyer
A grafia original da época foi mantida
Pôrto Alegre, onde a vela conquistou adeptos entusiastas, possuindo 3 clubes de yachting, possui também um clube, com a finalidade de desenvolver o gosto pelo esporte de lanchas a motor.
Trata-se não tanto dum clube, mas dum grupo que sob a orientação de Antônio Chaves Barcellos, José Carlos Berta, Fett, Alberto S. Oliveira e outros, adquiriu a antiga estação da Panair, para congressar os amantes de lanchas a motor.
Faltava, no entanto, uma garage onde pudessem ser recolhidas as lanchas e como, segundo o provérbio, "quem procura acha", assim se deu e um belo dia circulou a notícia de que haviam encontrado no fundo do Guaíba um lanchão que ali naufragara na época da construção do cais de Porto Alegre.
Como se tratasse dum casco abandonado e esquecido, Alberto Oliveira conseguiu autorização do Interventor para retira-lo do fundo e fazer dele uma garage flutuante.
Durante algum tempo supunha-se que isso era apenas um conto de fadas. Parecia incrível que pudéssemos possuir uma garage para lanchas oriunda de um achado do fundo do mar, mas o que para muitos representava uma fantasia tornou-se realidade a Porto Alegre, a terra das enchentes, conta hoje com uma garage de dois andares, que abriga em seu bojo mais de 30 lanchas a motor; tem a vantagem de subir com as águas, estando sempre pronta para lançar suas lanchas na água em qualquer emergência.
Agora com a construção
do cais de proteção contra as enchentes, terá de ser
removida a garage para outro local; um simples reboque permitirá a
sua instalação em qualquer outro ponto.
O clube "Marcílio Dias", denominação dada em
homenagem ao nosso grande marinheiro,está aguardando a terminação
da guerra, para com a gasolina tão esperada poder cumprir o seu programa
esportivo.
(Transcrição da Revista Yachting Brasileiro nº7 - Maio
de 1945)
Republicado no popa por cortesia do Cmte Carlos Altmayer Gonçalves Manotaço
|