Vendo a lua nascer quadrada no Uruguai
Abr 2003

Por László Böhm*

Em 1948, o ORION I, se pôs ao mar, realizando um cruzeiro a Punta Del Este, tendo sido o primeiro iate, ostentando a flâmula do Veleiros do Sul nas águas do Rio da Prata. As Autoridades Navais Uruguaias prenderam toda a tripulação por falta de documentos de despacho da Capitania dos Portos de Rio Grande, como o rol. Assim, o Egon Barth, José Andino Mônaco, Harry Barth e Rolf Bercht, passaram a noite vendo a "lua quadrada".

Nesta ocasião o presidente do Uruguai chegou a Punta de Leste, para uma inspeção. Tomou conhecimento do ocorrido, e sentenciou às Autoridades Locais: "Se vocês estão interessados em desenvolver o turismo nesta terra, então soltem esta gente, já, pois potencialmente são eles os atuais futuros clientes".


Aprendida a lição, o Egon nunca mais deixou de navegar sem os documentos exigidos para águas internacionais. Retornaram ao clube e na primeira tradicional reunião das quartas-feiras contaram a aventura os demais companheiros, regada com chopp...

Na foto, o Orion I em primeiro plano. Atrás, identificado pelo Comte Carlos Altmayer Gonçalves Manotaço, o "Miraguaya", que pertencia a H.Teo Moeller, depois passou para Rolf Sokolowski (aquele do "Atlantis") que rebatizou-o de "Bujurú".

Veja o documento de despacho da tripulação do Orion
(adicionado a esta matéria em Junho de 2005)

 

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(*) László Böhm, húngaro de nascimento e gaúcho de coração, tem muitas histórias para contar. Velejador veterano e ex-comodoro do Veleiros do Sul, László é muito querido por todos os associados do clube. Há sempre alguém à sua volta para escutar as divertidas histórias naquele sotaque tão familiar. Mas László não vive das histórias do tempo em que vencia regatas e era professor na Escola de Engenharia da UFRGS e ainda Diretor do DMAE. O Mestre é um associado cada vez mais interessado pelo clube e tem participado ativamente de assuntos de ordem ecológica, dentre outros.