Veleiros, redes e pescadores
A luta contra as redes
Cristina Sanz

Não sei como ainda não deu filme, é uma trilogia e tanto para os velejadores, e aparentemente sem solução.

Especificamente em Florianópolis, as redes são colocadas indiscriminadamente na Baía Sul e em toda Costa, que vai da Baía Norte até a Ponta de Daniela.

Segundo regra da capitania, as redes deveriam se colocadas, em uma bóia, com uma bandeira de sinalização colorida (vermelha ou laranja - verde), 1,5m acima da água.

Mas as bóias/bandeiras, quando existem, são pretas, em ambos os lados, a menos de 1m de altura e sem a menor chance de indicação, por qual lado se deve passar. Deveriam também, sinalizar as redes de superfície diferente das de fundo. O que também, é claro que não acontece. Não confundir com as bóias de marcação de área reservada para banhista, que são bóias circulares amarelas, colocadas ao longo da costa da Ilha, demarcando 200m, onde não é permitido navegar, a não ser pra chegar e sair.

Enfim, a única recomendação certa, é ir alguém (não muito estressado) na proa, olhando à frente deduzindo o melhor caminho. Aproveitem e façam apostas a bordo, porque nem sempre existem duas bóias, e sim várias, ficando quem está no veleiro sem saber, qual vai pra qual das bandeiras, difícil saber onde passar. Outras vezes, a rede está entre uma bóia e um barco, a dica é ficar olhando para ver se eles fazem algum sinal.

A pior região é em torno das ilhas Ratones, lembrando o nome, uma ratoeira. Ali não raro, velejadores tem problemas com os pescadores, e várias situações surgiram de eles irem direto ao barco cobrar, alegando, que a rede foi danificada. Situações duvidosas, que muitas vezes acabam na Capitania, ou, evitando se incomodar, o veleiro termina pagando mesmo tendo a certeza de quê não passou pela rede.

Ainda neste ano de 2005, os pescadores moveram uma ação contra o Iate Clube, dizendo que em uma regata, destruíram mais de 300 metros de rede. Ora, é difícil um veleiro pegar uma rede e não sentir, mas como provar? Melhor é se afastar deles.

Na Baía Sul, muitas redes colocadas bem no meio da Baía também podem causar problemas. Mas principalmente próximo a costa, tanto da ilha (tapera, Ribeirão) como do Continente. Este ano, também nas regatas, teve um problema um tanto inusitado na Baía Sul perto do Continente, um pequeno barco de pesca, roubou a boia da regata. Se pelo menos ele usarem ela pra demarcação, será uma compensação.

Também vale ter atenção ao passar por baixo da ponte Hercílio Luz, no centro da cidade. Segundo norma da Capitania, não é permitido colocar linhas no vão central da ponte, mas adivinhem...colocam mesmo assim. Por isso, mesmo passando pelo vão central, que seria mais garantido, é necessário cuidar as linhas.

Como dá pra perceber, chegar em Florianópolis pode ser uma corrida de obstáculos, mas por sorte, no melhor lugar pra velejar em torno de Florianópolis, no norte da Ilha (de Jurerê a Lagoinha), é bem mais tranqüilo, ali muito dificilmente se vê uma rede.

Mas pra não perder a pratica de enfrentar redes e bóias, dêem uma esticada até Ganchos, que fica no Continente, em frente a Jurerê.

Boa sorte com as redes e bons ventos!

 

 

 

 


Fotos Cristina Sanz

 

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