Sem leme no mar
40 nós de vento e ondas de 5 a 6m

Danilo Chagas Ribeiro

O veleiro My Hobby é um Jeanneau-Sun Odyssey 49', calado 1,65m. Procedente de Miami, c/3 tripulantes, o barco fez uma escala em Fortaleza. Velejava rumo a Punta de Leste, na altura de Mostardas, a 80 mn da costa, quando às 04:00h do dia 11.01.06, com vento NE de 40 nós e ondas de 5 a 6m, perdeu o leme. O My Hobby ficou à deriva durante 26 horas, informou o Comandante Guto Vieira da Fonseca, Comodoro do Rio Grande Yacht Club, o mais antigo clube náutico do Rio Grande do Sul.

O Comodoro Guto informou ao popa ainda, que a Capitania dos Portos e o 5º Distrito Naval (SALVAMAR SUL) foram acionados, e o navio patrulha Benevente saiu para resgatar o My Hobby. Uma lancha da Capitania fez o reboque até o RGYC. Um novo leme está vindo da França e deve chegar em 7 a 10 dias. O pessoal da Delta também foi acionado e está fazendo um de reserva. O proprietário do barco é um dos donos da Ponto Frio.

No rumo da Patagônia, do Pacífico, e de Angra dos Reis
O Rio Grande Yacht Club recebe barcos de diversas nacionalidades durante o ano todo, mas é no Verão que o tráfego torna-se mais intenso, diz o Comandante Guto. Na semana passada havia um barco americano, dois franceses e um inglês de 44', muito bonito. O RGYC oferece, além do abrigo e da guarda, a infra-estrutura tão almejada por quem vem do mar, do chuveiro quente a um bom papo no belo bar temático. Além dos europeus e americanos descendo em direção à Patagônia e ao Pacífico, há também argentinos subindo para Angra dos Reis.

Molhes de Rio Grande
Rio Grande tem importância estratégica para a navegação da região. Desde os tempos do Império que os molhes para a barra da Lagoa dos Patos vinham sendo reivindicados para acabar com a loucura de nunca saber se seria ou não possível entrar pela barra. Navios ficavam fundeados, às vezes, mais de mês esperando por condições para entrar em Rio Grande. Nestes casos, cfe relatos, a âncora não podia mais ser suspensa. Hoje em dia, depois de uma obra faraônica, o porto de Rio Grande tem importante papel na economia gaúcha.

Único refúgio em 600 milhas
No que toca à navegação de recreio, o Rio Grande Yacht Club tem sido a solução para os velejadores do litoral sul do Brasil e do Uruguai. Nas quase 600 milhas de costa entre Florianópolis e Punta del Este (Uruguai), Rio Grande é o único ponto de entrada seguro e que oferece infra-estrutura ao velejador.
"Laguna não é pra qualquer hora e Imbituba não oferece infra-estrutura para a navegação de recreio", diz o Comandante Eduardo Hofmeister, o Capitão Ferrugem, que já cruzou esta costa inúmeras vezes. La Paloma, no Uruguai, oferece acesso, mas é porto para pesqueiros. É só para abrigo. Outros pontos como Laguna, Tramandaí e Torres têm molhes, mas são de tão difícil acesso que nem são cogitados pelos navegadores.

 

 

 

 

 

Fotos: Guto Vieira da Fonseca

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