Fundeio tranqüilo
Uma vela para parar o barco
Danilo Chagas Ribeiro

O cruzeirista fundeado em dia ventoso observa um giro do barco, tendo o cabo da âncora por raio. Observa também um outro giro, tendo o bico de proa como centro. Enquanto estiver ventando, o navegador conviverá com estes movimentos. Na Praia do Sítio, bem ao sul do Guaíba, por exemplo, isto é muito comum. O barco não pára quieto enquanto não parar de ventar. Alguns, como eu, não se importam com isso, mas ouvi de um experiente comandante que o sono não lhe é tão reparador quanto seria com o barco quieto. Para imobilizar seu veleiro ou diminuir o movimento, ele usa uma âncora na popa.

A movimentação é ainda muito mais notável em catamarans, já que a âncora está em uma ds canoas, deixando o barco bem atravessado em relação ao vento. A solução encontrada pelo Comandante Paulo Hennig foi fixar o cabo da âncora ao centro de um outro cabo que une as duas proas.

Sonâmbulo
O Comandante Ademir Correa diz que "o Bruma19, por ser muito leve, quando ancorado em lugares com uma mínima incidência de vento, é um verdadeiro sonâmbulo, e para ancorar junto com outros barcos maiores tem que deixar uma boa folga, porque ele reage diferente do vizinho maior.".

Imobilizado mas barulhento
Para eliminar a movimentação indesejável, uma "vela de ancoragem" é utilizada por alguns velejadores. É um pequeno pano triangular (pode ser a vela storm) armado sobre a retranca e fixada no backstay. Quando o barco tenta se afastar da direção do vento, a vela recebe vento, trazendo o barco para a posição original. É mínimo portanto o movimento lateral do barco. Ocorre que quando o barco está aproado, a barulheira é grande. Dizem alguns que o incômodo da vela panejando é maior que o do movimento do barco.

Vela de ancoragem dupla
Um projeto apresentado na revista Ocean Navigator (Mar/Abr 2000) e encaminhado ao popa pelo Comandante Jorge Zaduchliver Feitiço/VDS, apresenta uma inovação em relação à simples vela de ancoragem. A vela é dobrada de forma a oferecer dois panos ao vento, um por cada bordo do veleiro, com 30º em relação ao vento. Os panos recebem pressão do vento continuamente, impedindo o movimento de forma silenciosa. O topo do pano dobrado é fixado ao backstay e a parte inferior à retranca. Entre as duas extremidades (fixadas por cabos ao convés) uma haste determina o ângulo da vela. Veja o desenho para melhor entendimento.
O apresentador do projeto, Earl Hinz, viajou bastante pelo Pacífico e escreveu 6 livros sobre tópicos marítimos.

Colaboração Jorge Zaduchliver

 

 

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