Proposta Radical
Solaris em Trinidad Tobago
Fernando Niedermeier

DIÁRIO SOLARIS
ETAPA LUIZ CORREIA-TRINIDAD

17-11 Saída de Luiz Correia às 4 h. Destino Guiana Francesa, 800 MN, RV 310.
Vento forte alheta de pôpa, G3, segunda forra, mar grosso, ondas quebrando na pôpa.

19-11 18h Vento diminuiu, través, velocidade 6 nós + 2 nós de correnteza.

21-11 Vento muito fraco de popa. Velas batendo. Um saco.

22-11 11 h. Chegada em Iles du Salut na Guiana Francesa. Fundeamos no ancoradouro da Ilha Royale. Lindo Lugar. Lá estavam aproximadamente oito veleiros, incluindo o Ketchup, australiano, que havíamos encontrado em Recife. Desembarcamos para um passeio na ilha. O que foi um presídio francês agora é uma atração turística. Celas transformadas em albergues (diária=10 euros), casas dos funcionários do presídio para alugar (120 euros). O bonito restaurante do hotel servia refeições a 22 euros e cerveja a 3.

23 a 24-11 Outros passeios em Royale, trilhas bonitas, muitos macacos, agoutis(espécie de roedor), araras, iguanas verdes, tartarugas marinhas, mangueiras recheadas de frutos e coqueiros, muitos coqueiros. Aliás, as três ilhas do arquipélago Iles du Salut (Royale, du Diable e Saint Joseph) são carregadas de coqueiros.

25-11 Saímos às 7 h para Kourou, no continente, apenas 7 MN. O acesso para a cidade é realizado pelo rio de mesmo nome, que possui canal dragado e sinalizado. Abastecemos o barco com água e compramos óleo lubrificante e gasolina, muito caros. Hoje é feriado (dia da cidade) em Kourou. A barraca do Brasil tinha música e comidas típicas. A grande maioria da população é negra e existem muitos brasileiros. Encontramos o veleiro Toa Toa do Jean(francês), Maria(brasileira) e Thur(8 anos), que esteve na Baia da Ilha Grande por muitos anos.

26-11 Fomos de bote para a Ilha de Saint Joseph. Muitas ruínas das celas e administração do presídio.

27-11 Saída às 8:30 h para Tobago, 600MN, RV 310, mas mantivemos 350 para andar um pouco, vento muito fraco.
28-11 Pouco vento, ainda orçando.

29-11 Motorada. Como imaginamos estar na ZCIT, continuamos nos 350 para ganhar latitude. Vários pirajás.

30-11 Motor. Calmaria e CBs potentes. Com eles velejadas de 1 ou 2 horas com ventos por vezes fortes.

1-12 Amanheceu e desligamos o motor para ter uma reserva de diesel, pois o último abastecimento foi em Recife e, já na latitude de Tobago, 11 graus N, não poderia mais ser a ZCIT. Às 8 h começou uma brisa. Trocamos a G2 pela G1 e rumamos para Tobago, RV 270.

2-11 Tudo igual.

3-12 Chegada às 7 h em Charlotte Ville-Tobago. Uma vila pequena, população negra, muito alegres e receptivos, falam um dialeto inglês difícil de entender.

4-12 Quando estávamos fazendo compras e telefonando para a Katie, encontramos um cara com camiseta da seleção do Brasil, que logo notou que éramos brasileiros. O Vicente, italiano que morou no Brasil 7 anos casado com brasileira, piloto aposentado da Alitalia, proprietário de um magnífico Halberg e Rassy 45, nos deu várias informações sobre o Caribe. Conversando com ele, soubemos que as calmarias em que passamos eram conseqüência da atividade de um pequeno furacão nas Bermudas, pois a ZCIT chega no máximo aos 10 graus N.

5-12 Caminhada pelos arredores da vila, de ruas limpas e casas boas e bonitas. Vimos um enorme marlim azul, capturado por um dos vários pequenos barcos de madeira, equipados com potentes motores de popa (gasolina muito barata, 2,6 TT$, equivalente a 1,08 R$) e varas de bambu para rebocarem os corricos. Detalhe interessante na fauna são os pelicanos, que daqui para a frente começaram a aparecer.

6-12 Saída em direção ao extremo SW da ilha, para de lá sair no dia seguinte para Trinidad. Parada na Bloodybay para almoço. Com pouco vento acabamos ficando em Plymouth para dormir.

7-12 Passeamos pela vila com as mesmas características de Charlotte Ville, porém um pouco maior. Compramos diesel em bombonas, também barato(1,5 TT$, equivalente a 0,62 R$).

8-12 Saída às 14 h para Trinidad, 70 MN.
9-12 Chegada às 2 h em Scothland Bay-Trinidad, uma pequena enseada abrigada que faz parte de um parque nacional, onde haviam 43 veleiros ancorados. Pela manhã, nos dirigimos para Chaguaramas para providenciar a Clearance Imigration and Custom. Neste local existem milhares de veleiros distribuídos em 8 marinas, sendo que a grande maioria está em terra para reparos ou simplesmente parados sem uso.

10 a 16-12 Duas idas a Porto of Spain, capital de Trinidad, cidade feia, muita pobreza, tudo muito caro(para o nosso bolso, pois para os europeus é barbada). Todos os dias, as 8h, escutamos a net no canal 68-VHF. Sob coordenação da Associação dos Prestadores de Serviços Náuticos, são transmitidas informações meteorológicas, veleiros que chegam e que partem, atividades sociais, materiais e equipamentos náuticos novos e usados para doação ou venda.

17 e 18-12 Retornamos a Scothland Bay para passar o fim-de-semana. Lindíssimo lugar. Água limpa, muito peixe, mata nativa, macacos iguais aos nossos bugios. Sempre lotada de veleiros, todos estrangeiros, em ordem: suecos, franceses, alemães, ingleses, americanos, canadenses e o resto. Entre eles, um veleiro norueguês muito antigo, tanto quanto seu dono, construído em madeira, doblebow, mastro de madeira, mestra com carangueja, velas de algodão.

19 a 23-12 Chaguaramas, comprar gás, lavar roupas,etc.

24 a 27-12 Natal em Scothland Bay. Janta: lasanha de salmão rosa do alasca.

28-12 Chaguaramas. Internet, telefonemas, compras e pensando em sair para Granada.

 

 

 

Saiba mais: Solaris - uma proposta radical

14 Jan 2006
Parabéns pela idéia desta viagem! E pela coragem de realizá-la. Aqui estamos torcendo para que tudo ocorra da melhor forma a todos voces. As fotos são muito bonitas. Podemos imaginar como não deverá ser toda essa paisagem ao vivo.Ficamos deveras felizes ao vê-los tão bem na noite de Natal. Uma ótima viagem é o que desejamos!
Marta,Marcio e Pedrinho.

 

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