Quando Boreste ainda era Estibordo
Danilo Chagas Ribeiro
Fotos: Augusto Chagas

O Comandante Augusto Chagas tem uma invejável coleção de imagens obtidas nas velejadas que vem fazendo há várias décadas, ainda no tempo (logo ali atrás) em que nem se pensava em fotos a cores.

Depenando o Frango d'Água
A caça e a pesca eram liberadas naqueles anos 40, 50 e 60. Anos em que a palavra ecologia ainda não havia sido inventada, ou não fazia sentido.


Depenando o "Frango d'Água" pro almoço

Foi um tempo em que tudo o que voava era comestível. Sim, era um mundo selvagem aos olhos dos adolescentes que estão saindo da escola nos dias de hoje, mas alguém que fosse contra a caça naqueles tempos seria logo taxado de "fresco", para usar o adjetivo de então.

Em uma visão geral, entretanto, aqueles tempos foram muito mais "ecológicos" do que estes em que despejam o esgoto de 37 hospitais e clínicas no Arroio Dilúvio, em Porto Alegre (alguns contendo substâncias radioativas).

Que aqueles que repudiarem a imagem ao lado estudem para descobrir o que realmente fez sumir boa parte da bicharada: se foi o instinto caçador de seus antepassados, ou algumas conseqüências do progresso.

Inspecionando os alicerces de madeira do Bojuru
O Farol do Bojuru (ou Bujuru) começou a ser construído no tempo em que os negros ainda eram escravos (1.856). Navegadores gaúchos têm se mobilizado para evitar que outros faróis do estado tenham o mesmo destino do Bojuru.
Saiba mais sobre o Bojuru.


 

Caíque soterrado por carvão junto à usina
A chaminé da Usina do Gasômetro, hoje convertida em espaço de arte, fumegava muito. Dependendo dos ventos, os parapeitos das janelas da vizinhança ficavam tapados de fuligem. O carvão mineral vinha pelo Rio Jacuí e era descarregado ali na usina, à beira do rio. Restos de carvão e cinzas misturavam-se à areia da praia. Depois de um dia de vento e ondas, o caíque do pescador ficou soterrado pelas cinzas (mais leves do que a areia).

 

Restos do Rio Negro
O Rio Negro é hoje apenas mais um obstáculo demarcado na carta da Marinha,
no meio da Lagoa dos Patos. Em 1960 ainda ainda se via o mastro do navio.

 

Lobo Marinho desgarrado
O Cmte Augusto Chagas fotografou um Lobo Marinho desgarrado, a oeste da Praia do Tigre.
Veja mais abaixo outra imagem do mesmo flagrante da Páscoa de 1.960, de outro ângulo.

 

 

 

Aloha, um Guanabara no ventão
(observe a genoa no lugar da grande)

 

Obs: Boreste (antigamente Estibordo) é o lado direito de uma embarcação. O termo foi alterado para evitar confusão com Bombordo (lado esquerdo). Na hora do grito numa faina crítica era fácil fazer besteira.