Sucessão náutica 27 Jun 2008 E a realidade acabou mostrando-se muito diferente: foram poucas às vezes que passamos do farol de Itapuã, e não navegamos mais do que e 60 milhas do nosso porto de origem, o Clube dos Jangadeiros. O barco-casinha acabou virando uma casinha de uso bem eventual, e com um capital investido bem significativo: hora de rever as prioridades... Vendendo o Tiza, quito o meu apartamento e o carro, e ainda sobra mais dinheiro no dia-a-dia para viajar e sonhar com outros projetos... Vou iniciar a construção de outro veleiro! Cheguei a pensar em comprar usado, mas não adianta, a minha vocação é de construtor. A diferença é que vou ousar um pouco mais. O Tiza foi acompanhado e planejado passo a passo, mas construído por um estaleiro profissional, o Estaleiro Mordente. Agora quero botar a mão na massa, construir sozinho: ser pai ao invés de parteiro. É claro que não pode ser um barco grande, se não ficaria com o Tiza mesmo. A idéia é ser simples, ter o básico para pequenas velejadas, regatas em solitário e regatas de percurso como Poa-Tapes e Poa-Rio Grande: este é o projeto. Nada de cozinha, pé-direito e o escambau... Quero um barco ágil mas seguro, de baixo calado mas que orce bem, com uma boa cama e só, já está ótimo. Tenho pesquisado modelos de vários projetistas, até o limite de 23 pés. Aqui estão alguns projetos que considero interessantes: Pop 20: http://www.yachtdesign.com.br/01_portugues/projetos/pp20/pop20_1.htm Por fim, o meu escolhido, ao menos por enquanto: Como podem ver, é um barco gracioso: costado baixo, uma pequena cabine, armado em sloop fracionado e com uma boa área vélica. Alterei ligeiramente o projeto do interior e da popa, substituindo um paiol por uma plataforma para o motor. Apenas o básico: dois bons beliches, uma pia, um pequeno tanque de água e um vaso sanitário (ou porta-potti). E nada de cama de casal: a proa é para colocar os sacos de velas mesmo! Um aspecto que me agrada particularmente neste projeto, e foi um dos fatores que levou à escolha do mesmo, é a disposição da cabine. Em dias de chuva, coloco o barco no piloto automático e vou para dentro. Confortavelmente sentado nos beliches laterais posso controlar todo o horizonte... Se tiver controle remoto do piloto então, vou me sentir como um rei. Quem é que diz que um 20 pés não pode ter pilot-house? O problema é onde construir, já que moro em apartamento. O Clube não é opção para um projeto de longo prazo: preciso mesmo é de um galpão ou uma garagem bem grande. Fui aos classificados, para alugar, e tive boas surpresas. Não é tão caro e existem várias opções em bairros mais afastados. Agora é só sair a venda do Tiza e mãos à obra: Rei morto, rei posto.
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Phialle, de Ted Brewer
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