13 Jan 2009
Às 10 horas da manhã de 28/12/2007 cheguei ao aeroporto de Trinidad para esperar a Cleuza e as crianças, e o tal vôo não chegava. Trilhei por doze horas o aeroporto. Depois de quase treze horas de atraso, chegaram. Apesar de todo o transtorno da viagem, todos estavam felizes por estarem aqui.
Passamos o ano novo a bordo do Entre Pólos na companhia do casal Jack e Denise, do trawler Jade, Elio do veleiro Crapum e Luciano Zim do veleiro Tritom. A passagem do ano foi bem animada com um belo jantar a bordo na companhia da família e de novos e velhos amigos. Talvez pela distância de nossa terra, os laço de amizade são freqüentes e mais fortes entre brasileiros. Decidimos obter visto de entrada nos EUA aqui em Trinidad, pois se der tempo iremos até as Ilhas Virgens. Assim que chegarem os passaportes partiremos para Grenada.
06/01/2008
Saímos com o Entre Pólos fomos a uma ilha próxima 7.5 milhas, da nossa marina em Chaguaramas. Chacachacaré é uma Ilha com uma praia que lembra muito a Ilha da Cotia em Parati, o domingo foi ótimo, nossos amigos o casal do Trawler Jade e o Elio do veleiro Crapum, estavam nos acompanhando no Entre Pólos.
O8/01/2008
Eu e o meu filho Júnior estamos trabalhando no abastecimento do Barco, resolvemos abastecer com mais diesel, no Entre Pólos temos dois tanques, um com 250 litros e outro com 200 litros, carrego nos porões 14 galões de 25 litros também para Diesel. Resolvemos encher os tanques e os galões para aproveitar os preços de Trinidad, trinta centavos de Dólar, ainda tinha diesel sobrando. Sai de Fortaleza com os tanques cheios e mais 75 litros em galões que com mais 410 litros de Trinidad, somaram 800 litros. Quando abasteci descobri que meus velhos galões em vês de 25 litros, cabiam quase 27 litros, resolvi não reclamar afinal estava em um País desconhecido, brinquei com meu filho! Acho que quanto mais subirmos as latitudes Norte, mais os galões vão inchar. Acertamos neste abastecimento pois em Sint Maarten, é mais caro, e agora temos diesel sobrando para a nossa travessia do Atlântico, bastando apenas completar para repor o que gastamos até aqui.
09/01/2008
Chegou os passaportes com os vistos, e também as cartas náuticas que eu havia encomendado, começaram os preparativos para zarpar no próximo dia, supermercado abastecimento com água, acerto de conta com a marina e emigração, despedimos de nossos amigos, sairíamos de madrugada.
10/01/2008
Às 5.15 horas da manhã rumamos para Grenada distante 85 milhas de Trinidad, até St.George’s a navegada foi tranqüila, sempre a motor vento de 0 a 6 nós de popa, após 20 milhas navegadas pegamos uma corrente contra de 1.5 nós a 2 nós, que nos acompanhou durante todo o percurso. Chegamos a St.George’s e fudeamos no Lagoon às 17.30 horas, a noite fizemos um churrasco com uma costela comprada em Trinidad, ficou boa, o carvão do Ceará que não ajudou a Cleuza fez maionese para acompanhar, este foi o nosso ultimo churrasco que fizemos na viagem, a partir de Grenada carne só no forno pois o carvão ruim do Ceará estava no fim, não quis comprar carvão no caribe pois já tinham me falado sobre ele.
11/01/2008
Fomos à emigração dar entrada em Grenada, surpresa, antes de sair me informei sobre vistos das ilhas em uma empresa de despachante de visto, me informaram que para chegar de Barco faria o visto na chegada, errado tem que ter visto antecipado, o oficial que nos atendeu não muito simpático e muito irônico, com os passaportes na mão perguntou-me: quantos dias eu ficaria, cinco dias mais ou menos, bom o visto custa US$40,00 por pessoa, argumentei que por ser pouco tempo não seria interessante gastar este dinheiro, pois seria US$40,00 vezes quatro pessoas dividido por um bolso, e que seguiria para St.Vincent. Não podem sair. Quais as garantias que temos que vocês irão embora e não ficarão pela ilha? Nossa gente esteve na Argentina e foram presos e deportados, pois não tinham vistos, mas não somos da Argentina somos do Brasil, me disse, para nós é tudo igual Brasil também precisa de vistos, e se as leis aqui em Grenada não fosse tão mole você e sua família já estariam presos, e se podem pagar por visto Americano também podem pagar o visto de Grenada que vale por três meses, então não vamos fazer casos por causa de dinheiro, vamos fazer o visto.
Fomos conhecer a cidade St.George’s, muito bonita, caminhamos na calçada ao lado do Lagoon, após um lanche voltamos ao barco, decidimos sair do lagoon e fundear do lado de fora para nadar pois seria nosso primeiro banho de mar com águas claras no Caribe, a água de Trinidad não é boa para banho. À noite voltamos ao lagoon, tínhamos internet wifi free, e o pobre computador era disputado a cada minuto pelo Júnior e pela Tayná, todos conectados.
12/01/2008
Mudamos para Prickly Bay, ótimo fundeio bem abrigado águas claras e muitos barcos de todas as bandeiras, ficamos três dias.
Fomos a Carriacou , chegamos as dezessete horas em Tyrell Bay, uma enseada abrigada, não tem grandes estruturas, tem uns setenta barcos ancorados, uma pequena Marina, uma pizzaria com internet free, um mini micro mercado, muita sujeira na praia, os nativos da ilha jogam todo o lixo na praia galhos de arvore garrafas plásticos, é lixo que não vem com a maré.
16/01/2008
Saímos cedo para Hillsborogh Bay, para fazer a saída de Grenada. Neste País tanto na entrada, quanto na saída, foi muito constrangedor, muita hostilidade e antipatia, me senti muito mal naquela Ilha apesar de bonito, fiquei muito preocupado pensando como seria nas outras ilhas, mais foi só em Grenada, todas as outras ilhas fomos muito bem recebidos pelas autoridades, tanto emigração como custon (Alfândega).
Navegamos sete milhas e chegamos a Union Island, barcos e mais barcos ao largo, muito vento as turbinas não param por aqui, fundeio complicado pelo grande numero de barcos, e pelo forte vento, mas depois do procedimento correto muito seguro.
Passamos o dia conhecendo o lugar, muito Bote tur. fizemos a entrada no País, emigração, custom, aqui foi outro nível fomos tratados de igual para igual, já começo a esquecer das autoridades de Grenada.
17/01/2008
Rumamos para Mayreal, Saline Bay, ancoramos perto do Wind Surf, um navio veleiro de turismo, enorme. Almoçamos e fomos passear na praia em meio a milhares de turista do navio, depois de um bom banho de mar, seguimos para Tobago Cays; sim Tobago Cays, And Horseshoe Reef, o mais bonito até agora. Descemos na pequena praia que separa o ancoradouro a barreira de corais, fotos e mais fotos, fotografei até uma pequena Iguana. Após aproveitamos para mergulhar naquelas águas azuis transparente, mergulhamos em uma reserva, onde nos disseram que havia peixes e tartaruga, só vi grama, a única vida marinha, lembrei o nosso jardineiro, como deve estar à grama La de casa! Infelizmente todos os lugares que mergulhei de Trinidad a St.Maarten, não vi muita vida marinha, pode ser azar meu, talvez não estive nos lugares mais indicados para mergulho, ou Fernando de Noronha me deixou mal acostumado.Mas a turbina de vento não para é uma maravilha, o vento sempre segue o mesmo rumo, até esqueci os planos de ter ar condicionado a bordo.
A tarde está chegando ao fim, ao nosso lado ancorou um catamaran da empresa de charter Moorning, e os tripulantes gritaram olha a bandeira do Brasil,o idioma português entrou nos nossos ouvidos, como uma antiga musica a muito não ouvida. Logo vieram a bordo nos visitar, e retribuímos a visita indo ao Catamaran, eram dois casais de Brasília, um casal com dois filhos e outro com três, mais o tripulante do barco. À noite tive que fazer pães, aqui ancorado os preços são elevados e a qualidade duvidosa.
18/01/2008
De manhã mergulhei, aproveitando a clareza das águas para revisar o casco, hélice e leme, sempre que tenho águas claras aproveito para revisar, também me acostumei a subir no mastro, sempre revisando antes de uma travessia, desde Porto Alegre já era a quinta subida antes desta viagem evitava, somente subia ate o radar, meu forte não é altura e sim os pés molhados, acho que me sentiria melhor em um avião se pudesse voar com os pés em uma bacia de água. Às 11 horas rumamos para Canoan , resolvemos não parar e seguir direto para Bequia, uma Ilha distante 25 milhas de Tobago Cays, chegamos as 16 horas sempre com muito vento na cara. Não gostei do fundeio, tivemos que trocar quatro vezes de lugar, muitos barcos os melhores lugares estavam cheios, só tinha muito raso ou muito fundo, e toma vento, parece que quando temos que fundear ele aumenta para nos sacanear. Não desembarquei, só a Cleuza e as crianças, fiquei cuidando do barco, também resolvi dormir no kokpit para qualquer eventualidade com o fundeio.
19/01/2008
Um taxi boat me chama às 6.30 da manhã, ordenando que eu saísse do fundeio, pois iriam atracar um navio de transporte de petróleo, e sua popa seria amarrada em uma gigantesca bóia que estava próxima ao Entre Pólos, mudamos o fundeio com muito vento novamente, na segunda tentativa fundeamos com 16 metros de fundo, 50 metros de corrente e 20 de cabo, e 25 nós de vento. Depois do café da manhã, saímos para comprar frutas, verduras e legumes. Cidade muito suja. Fizemos as compras e rumamos para St.Vincent. Atracamos no cais do porto na capital Kington para fazer a saída, dois nativos nos ajudaram a atracar, não tivemos escolha, nos acompanharam para fazermos a saída. A Cleuza e a Tayná ficaram no Barco, quando passamos pelos portões do porto fiquei assustado. A Baixada Fluminense vira bairro nobre perto daquele lugar, falei para meu filho se estes dois não nos assaltar em estamos salvos, pois se estivéssemos só seria difícil escapar, a cidade é horrível muitos vagabundos nas ruas, era sábado eu estava preocupado com a Cleuza e a Tayná que ficaram cuidando do barco, deveria ter feito a saída em Bequia, depois fui saber que não se vai a Kington, não tem atrativo nenhum, não dá para ancorar pois a profundidade é grande. Quando estávamos a uns 200 metros do barco, os dois sujeitos param e mudam totalmente a fisionomia, (Agora tem que pagar! sim o que tenho que pagar? Nós trabalhamos você paga, sem problema quanto eu pago quarenta dólares para cada um de nós, dólares caribenho! Não americanos, aí quem mudou a fisionomia foi eu. Que oitenta dólares? pago dez dólares e ainda tem que ajudar a desamarrar o barco, sentiram que o jogo era duro e não tiveram escolha. U$ 10 muito bem pago por uma caminhada de dez minutos.
Aqui no Caribe é assim. Tudo começa com preços elevados, não dá para se intimidar. Em Union Island, um garoto com um peixe de meio quilo sujo me pediu 60 dólares, ainda bem que eu comprei um estoque de Salmão enlatado do Canadá em Trinidad , a noventa centavos de dólares a lata uma delicia, peixe fresco fica para o atlântico norte, La eu mesmo pesco. Em St.Vincent temos que passar ao largo, tem duas baias muito bonitas onde foram feitas cenas do filme piratas do Caribe, “Wallilabou, Bay, para nos não deu estava muito mexido muito fundo e as melhores poitas, estavam ocupadas. Rumamos para St.Lucia, uma motorada de 30 milhas de contra vento, não podia ser diferente, com ondas grandes de proa e de traves, um caldeirão. Tentamos o primeiro fundeio as 21 horas, um lugar deserto e perigoso e não abriga muito, tentamos outra baia três milhas ao sul, muito perigosa para fundear de noite, chegamos a entrar mas era pedra de um lado e arrebentação de outro, um nativo da ilha veio de caiaque gritando já quase subindo a bordo querendo nos levar ao píer, não aceitei pois era muito perigoso para o barco, o nativo insistiu tentando subir a bordo só desistiu porque tive que me alterar, e o cidadão mostrava visivelmente o combustível etílico que usara para remar até o veleiro. Resolvemos seguir mais oito milhas rumo a Marigot.
Chegamos já passando da meia noite, entramos até o fim da Baia, o lugar é maravilhoso, mas com uma super população de barcos, tivemos que voltar e fundear em frente a uma enorme pedra na entrada, é difícil ancorar na entrada a profundidade é grande, os barcos fundeiam um perto do outro, se o vento parar e dar banzeiro os barcos se encostariam, mas nesta época isto não acontece, no nosso caso chegamos a uns dez metros da pedra conseguindo oito metros de fundo, pois também não podemos largar muito cabo porque a entrada é estreita. Estávamos sem almoço neste dia só lanche, bolachinhas, a Cleuza se animou e fez a janta na madrugada, está Almiranta é de fé, almoçamos às duas horas da madrugada do dia 20/01. Amanheceu acordei cedo e fui nadar, dei uma geral no visual, que já era de homem das cavernas de tanto pelo no rosto. Era domingo e como não poderia ser diferente, saiu um entrecot assado no forno, (Carne trazida do Brasil) maionese e arroz. À tarde rumamos para a capital Castries, ancoramos dentro da Baia, em frente à cidade, a Cleuza e as crianças foram passear para conhecer Castries, eu fiquei na faina.
21/01/2008
Às seis horas da manhã saímos rumo a Martinique, agora ficou bom, voltamos a velejar e de traves a orça folgada, com vento em torno dos vinte nós. Até St. Lucia se veleja muito pouco geralmente o vento é na fussa, e forte com ondas grandes tem que ajudar no motor. Chegamos a Fort de France, às onze horas da manhã, ancoramos em frente à cidade, perto das autoridades para fazermos a entrada no País. Eu estava muito preocupado, pois não tinha visto Frances, ainda em Porto Alegre passei uma lista de ilhas que iria navegar no caribe a um escritório de despachantes de visto, as informações que me passaram era que teria que tirar o visto na chegada, pois iria navegando, esta informação errada ou sem interesse do escritório, me custou aquele constrangimento de Grenada a qual quase fomos presos. Precisa de visto antecipado para entrar nas Ilhas Francesas, na Martinica chegamos a achar que não era preciso, a entrada na Martinica se faz em uma loja de artigos náuticos credenciada, preenchemos os papeis com dia de entrada e aproximadamente a saída, que após vencer a data teríamos ainda três dias, não precisaria nem voltar para dar a saída este papel era a entrada e a saída, só olharam os passaportes e nos deram uma Xerox dos papeis preenchidos e carimbados, saímos tranqüilo, achávamos que toda ilha Francesa seria igual.
Saímos felizes, até levei minha família para almoçar em um famoso restaurante tradicional Americano, McDonald. Ficamos contentes em ver que aqui os carros andam do lado certo da rua, pois nas outras ilhas o carro está na contramão e o motorista do lado errado do carro. Fomos ao super, queijo e salaminho baguete, aqueles pães que os Franceses carregam embaixo do braço.
Saímos de Fort de France para o outro lado da Baia, Pointe De La Rose, uma praia simpática com bastante gente da terceira idade, a maioria Europeus, e uma centena de barcos ancorados, a tarde fomos a uma Marina, Pointe Du Bout, uma Marina diferente, a impressão que ela fica no meio da vila não se vê o mar nem a entrada só circulando e procurando.
Passamos a manhã na praia, à tarde voltamos a Fort de France, para passear, e retornamos a noite. A noite foi tumultuado, muito vento chuva, alguns Pirajá.
23/01/2008
Rumamos a Saint Pierre, oito milhas a diante quase no final da ilha, a cidade fica aos pés do monte Pelée, um vulcão adormecido que em 1902 acabou com sua população, hoje muitas ruínas estão preservadas, e nos da à idéia da fúria desta tragédia natural, ficamos só um dia e uma noite, mas deu para passear bastante, o monte Pelée estava encoberto com uma nevoa, depois de uma breve chuva, foi decorada com um belo arco Iris, que se mostrou ainda mais belo este lugar.
24/01/2008
Saímos às sete horas rumo a Dominica, passamos e tentamos ancorar na capital Roseau, uma pequena cidade com pouco fundeio, onde da para ficar tem que pagar poitas, pois a profundidade é grande, no nosso caso só pararíamos para almoçar, resolvemos seguir e almoçar navegando, também não queríamos fazer a entrada neste país pois só passaríamos a noite, seguimos navegando e 18 milhas depois, fundeamos em Portsmout para passar a noite. O Júnior e a Cleuza foram comprar cartão para Internet, eu e a Tayná ficamos nadando. Aqui no caribe em varias ilhas existe um serviço de internet, você chega ancora liga o computador, procura um canto no barco, tipo rastreando sinal de wifi, se aparecer o sinal Hot Hot Hot spot, você compra um cartão com a senha e tem direito a 24 horas de internet corridas, compra-se as 17 horas e vai até as 17 horas do dia seguinte se não usar no período perde, custa U$ 10, a principio se acha caro, mas fica barato levando em conta que a media aqui nas lan House o preço varia de U$ 5 a US 10, a hora,na Martinica em Pointe Du Bout pagamos EU$ 10 a hora.As vezes se consegue sinal aberto apesar de raro. A noite de novo muito vento e chuva.
Saímos cedo rumo a Les Saintes, um conjunto de ilha francesa, pequena próximo a Guadeloupe, é muito bonito, não estava nos meus planos parar nesta ilha. Em Trinidad dentro da marina não conseguimos contato via SSB, quando sai combinei com o Jack do Troller Jade que quando chegasse a Grenada chamaria pelo radio para testar os aparelhos. Ele me pediu para chamar as 19.45, pois era o horário que os brasileiros ficam se comunicando, neste horário na primeira tentativa consegui falar com ele, em seguida me chamou o pessoal do Urus, e o pessoal do Bicho Vermelho, que maravilha conversar com os conterrâneos, eles estavam no Caribe Venezuelano, todos os dias naquele horário ligava o radio quando não falava para não atrapalhar ficava ouvindo, sabendo dos outros brasileiros que podíamos conversar em outra oportunidade, o pessoal do Bicho Vermelho que me falou de Les Saintes. Realmente seria uma perda grande não ter conhecido. Muitos turistas em enormes navios de Cruzeiro Barcos e mais Barcos ancorados, a cidade é muito organizada, e o comercio para turista é forte, tudo muito caro, sem contar a antipatia dos Franceses da Ilha. Passamos o dia e a noite.
26/01/2008
Saímos rumo a Guadeloupe, resolvemos não entrar passamos a sotavento da ilha, curtindo ela bem de perto, muito grande e bonita, paramos para almoçar em uma enseada bem legal e abrigada “Deshaies” resolvemos dormir aqui. Cedo rumamos para Antigua, “English Harbour” e “Faltmonth Harbour” chegamos antes do meio dia uma motorada com ondas pequenas e sem vento.
Hoje é domingo, 27/01 fizemos nossa última carne no forno, ainda carne do Brasil. Este é o lugar com o maior número de mega-yachts que encontramos até agora, realmente nosso barco ficou pequeno, veleiros enormes, trawlers, yachts, escunas, e também uma grande quantidade de barcos normais, como o nosso. Resolvemos não fazer entrada, pois iríamos embora à no máximo dois dias.
28/01/2008
Depois do almoço, mudamos de baía para fotografar e conhecer as marinas. Às 16 horas seguimos para Morris Bay, muito bom fundeio, fica na outra extremidade da ilha bom para quem segue o rumo ao norte. Troquei os filtros de diesel que já estavam incomodando devido à péssima qualidade do óleo abastecido em Fortaleza. Já havia trocado um deles em Trinidad e o outro drenado tirando a água, tenho um sistema com dois filtros Racor em paralelo com registro e vacuômetro, “MADE IN DANIEL URUGUAIO” no caso de entupir um, é só fechar os registros daquele que deu problema e abrir o outro, no meu caso foi útil de Fortaleza em diante.
Às três horas da manhã do dia 29/01 rumamos para Sant-Barthélémy, 75 milhas de contra vento fraco e com mar calmo, uma bela motorada, às 15 horas jogamos ferro ao largo da capital Gustavia. A cidade mais organizada simpática, aparentemente com menos pobreza, e mais mega-yachts. Sant-Barth, é ilha francesa, demos entrada nas autoridades, agora vamos aguardar o que vai dar, não poderíamos estar sem visto, mostrei os papeis de Martinique, argumentando que lá não nos pediram visto, mas ta errado vocês são brasileiros e precisam de visto! Mas então o erro foi de Martinique, nos de o visto! Vamos tirar xerox dos documentos de Martinique e veremos o que podemos fazer, quando voltarem para fazer a saída estará tudo resolvido. Esta foi por pouco, mas a tensão que eu estava até a hora de voltar para dar a saída me deixou um pouco desconfortável. Resolvemos até ir embora antes da nossa previsão, mesmo assim estes quase três dias de Sant-Barth, foram bem aproveitáveis, e com a certeza de que um dia voltarei, mas com vistos para diminuir o estresse.
31/01/2008
Cedo fomos a imigração para dar a saída, o chefe estava bravo com os outros funcionários, uma verdadeira baixaria diante de todos que estavam ali fazendo os tramites, fiquei mais tenso ainda, o oficial chefe pegou nossos passaportes deu uma boa conferida para piorar o meu sistema nervoso, cobrou a taxa de EU$ 16 e nos desejou boa viagem, deu tudo certo, esta ilha diferente de Grenada, nos respeitou vendo que éramos uma família sem maldade e estávamos lá para conhecer, e mesmo pouco, pagamos para estar lá, e não se importaram por não termos visto, nem pelo dinheiro que podiam cobrar pelo visto. Cultura diferenciada e outro nível.
Chegamos a Sint Maarten às 13.30 horas, distante 15 milhas de Sant-Barth. Almoçamos e ficamos esperando a abertura da ponte que dá acesso ao lagoon. Entramos com a abertura das 17.30 horas. Parece uma festa: muita gente fica ao largo da ponte assistindo a entrada dos barcos, comemorando e dando boas vindas. Nossa bandeira é muito festejada, e sempre tem um lembrando dos nossos atletas do futebol.
Foi difícil achar um bom fundeio, pois estava cheio de barcos. Nossa sorte foi o calado 1.70 metro, que pela primeira vez no Caribe nos facilitou, mesmo assim no outro dia trocamos por um lugar mais profundo e longe dos bancos de areia que estavam muito próximos. O vento de noite apertou, o fundo tem uma vegetação que com muito vento faz com que a âncora garre. Temos sempre que procurar um clarão de areia para garantir, não consegui, fundeamos na vegetação mesmo, com 3.50 metros de profundidade, 50 metros de corrente e a âncora principal do barco, uma Bruce de 23 kg. “MADE IN MANOTAÇO”. À noite ainda deu tempo para passearmos e conhecermos um pouco do lugar.
01/02/2008
Logo cedo fomos à imigração dar entrada, foi tudo fácil com a maior simpatia dos funcionários, e mediante uma taxa de U$ 2.50 ao dia para fundear no lagoon, apesar do movimento ser grande, tudo foi muito rápido. À tarde fomos conhecer as marinas, e ver se encontrávamos o Tatu, Marcelo e Alexandra. Os dias aqui em Sint.Maarten foram os mais agradáveis de todo o Caribe, encontramos amigos como Marcelo e Alexandra, fizemos novas amizades, Família Vicente do veleiro Bethoven, que me cedeu o programa do fax Meteorológico, e me deu toda a explicação de como funciona.
03/02/2008
Desde ontem o vento não pára, uma frente de norte com rajadas de 30 nós, às vezes com chuva e à noite é frio. Ficou por três dias, a nossa ancora segurou direitinho mesmo com fundo de grama, muitos tiveram problema garreando, e pra variar sempre à noite, tivemos sorte, pois os que estavam próximo a nós também estavam seguros. Conseguimos vaga para deixar o barco em uma Marina, com preço bem acessível para nós, resolvemos antecipar a nossa ida para a Marina, vamos voltar ao Brasil via Miami, teríamos que deixar o barco em ordem para o meu retorno, checamos tudo, descobri com alegria uma pequena rachadura no quadrante do leme. Sim, com alegria pois ali poderia consertar, um reparo de solda rápido e simples. No meio do Atlântico a coisa iria ser complicada, limpamos os tanques de combustível, trocamos os relógios de marcação de diesel, lavamos tudo polimos os inox, mergulhamos para checar o casco, tudo em ordem o que precisava de reparo foi feito.
Domingo fomos a uma feira que reúne os cruzeiristas, vendendo e comprando artigos náuticos usados, o que não serve para uns pode servir para outros, aproveitei e cortei o cabelo com uma brasileira que vive a bordo com a família já há muitos anos, também conhecemos o casal do Veleiro Cavalo Marinho com dois filhos pequenos, e muitos outros tripulantes brasileiros que estavam neste domingo nesta feira, achei um bom local de encontro de cruzeiristas para troca de informações.
Os dias aqui passam depressa e chega 14/02, o dia de partirmos. Em Miami ficamos doze dias, para as crianças e para nós também foi maravilhoso estes dias na Florida. Em 25/04 estarei retornando para Sint. Maarten para mais uma etapa da viagem, Atlântico Norte, rumo aos Açores, com previsão de travessia a partir de 05/05, aproximadamente 2400 milhas.
Agradeço aos meus amigos que me acompanham me dando força com muito entusiasmo.
Agradeço também à minha Família, minha mulher Cleuza e meus filhos Júnior e Tayná, que me acompanharam por 640 milhas, de Trinidad a Sint Maarten. Mesmo quando vou só, minha família me dá apoio para realizar meus sonhos e projetos. Assim vou com a certeza de logo estar de volta.