Ilhabela-SP à Paraty-RJ
Explorando a Praia do Sono
Fernando Maciel


"Às vezes,
um minúsculo acontecimento pode abalar o curso de nossa vida,
se temos a sorte de tomarmos consciência,
de afastar sem hesitação o modo de vida anterior e de nos precipitar no novo.
Foi o que me aconteceu, quando meus olhos se abriram para o mar".

Jacques-Yves Cousteau


Sexta-feira, 20 de abril de 2007.

01:00h, A viagem foi mais demorada que o previsto, a almiranta e este jaguara estão "very" cansadinhos. Ao invés de irmos até o Yacht Club de Ilhabela, onde vamos encontrar o Planeta em uma poita... A esta hora... As mochilas... O Banho... Vem e vai. Terra barco, barco terra.
-Nada disso! Vamos passar esta noite em um hotel. Comunico a almiranta, que balança positivamente a cabeça.

Esta é a primeira vez que a almiranta vem a Ilhabela, ela está encantada. A ilha é realmente linda, cheia de enigmas, histórias, lendas, tesouros e naufrágios. Prometi a mim mesmo, mais adiante escrever um texto só sobre a Ilhabela. Mas, isto requer mais algumas visitas a ilha, esta é apenas minha terceira passagem por aqui.

Foram dois os motivos que nos trouxeram à ilha. O primeiro, levar o Planeta até Paraty; o segundo, dar uma olhada no "New Port", um Delta 32 pelo qual nos interessamos. O Ricardo Weber, da Delta Yachts, quando estávamos em Porto Alegre, nos falou deste veleiro. Ele havia recebido este 32 em um outro negócio e nos disse o que queríamos ouvir:
-É um barco como vocês querem... Um 32 versão regata.

Sábado, 21 de abril de 2007.

09:00h, É hora de levantar e procurar o café da manhã. Marcamos com o Reinaldo, marinheiro que cuida do "New Port", por volta das 10:00h. "Não" por coincidência, a poita em que está o barco fica exatamente em frente ao hotel que estamos hospedados.
Muito bem alimentados, damos uma volta para conhecer o bonito hotel Itapemar, e também para clicar algumas fotos. Algum tempo depois, estávamos a bordo de um inflável na companhia do Reinaldo, um sujeito do tipo baixinho, atarracado, com ar bonachão. Vamos na direção da poita onde está o belo Delta 32.

Reinaldo pula e sai retirando as capas do convés. Eu e a almiranta vamos olhando, inspecionando, perguntando e xeretando tudo. O barco está muito bem cuidado. O "New Port" passou em nossa vistoria. A parte mais fácil estava ok. Ligo para o Ricardo e digo que gostamos do barco. Vai ficar para Porto Alegre a parte complicada, a "negociação". Quem sabe o "New Port" em breve não se transforme no novo Planeta Água!

Passamos o resto da manhã caminhando pela orla do canal de São Sebastião. Sonhávamos acordados com a possibilidade de trocarmos de barco. Mas o nosso valente 26 estava lá à nossa espera. Caminhando, fomos ao YCI (Yacht Club de Ilhabela). Lá mais uma vez encontramos o simpático Lamblet e, não muito longe, apoitado, avistamos nosso amigão Planeta.

Quando deixamos o Planeta aqui no YCI, o Lamblet nos indicou como marinheiro para ficar cuidando do Deltinha, o Seu Zé. Magro, cabelos e bigodão grisalhos, bigodão daqueles de revolucionário mexicano, o Zé aparenta ter uns cinqüenta e tantos anos. Pois bem, lá vamos nós carregados de mochilas encontrar o Planeta. Estamos de carona com o Zé em uma das embarcações do clube utilizadas para o vai e vem.

Após o almoço a almiranta se encarrega de fazer as compras dos mantimentos, eu trago o Planeta para o pier e, como sempre, abasteço os tanques com água. Logo depois, com duas bambonas de 20 litros, vou até a bomba de combústivel. Final de tarde o Planeta está pronto para novamente soltar as amarras. Agora nosso destino é Paraty.

Como já é fim de dia e amanhã queremos sair cedinho, vamos até a sala do Lamblet para as despedidas e também para saber quanto estamos devendo de diárias. Questionado sobre as diárias, Lamblet abre um sorriso e diz:
-Aqui vocês não devem nada! Façam uma boa navegada e liguem quando chegarem a Paraty para que a gente fique tranquilo. Ok!
O YCI ainda nos surpreenderia positivamente mais vezes, por ocasião de outras passagens pela Ilhabela. Mais uma vez agradecemos o comodoro do YCI Carlos Eduardo de Macedo Costa, o diretor de vela José Manoel de A. "Nolasco", e nosso amigo Paulo Lamblet.

O YCI é um exemplo de clube, tudo é muito bem cuidado. Nas suas instalações encontramos de tudo, mini mercado, restaurante, posto de combústivel, oficinas e muito mais. Mas, o que chama mesmo a atenção é a gente solícita que encontramos aqui.

Depois de um delicioso banho com direito àaqueles mimos oferecidos pelo YCI como toalhas, sabonete e shampoo, decidimos comer uma pizza no Aeroilha. É sempre uma boa pedida, ainda mais combinada com uma "boa" companhia.

11:30h, Estou fotogrando a Rua do Meio no centro da vila (foto).
-Putz! Já é muito tarde, almiranta. Vamos dormir... Amanhã quero sair antes do sol nascer. "Bora" que são 80MN até Paraty.

Domingo, 22 de abril de 2007.

05:30h, O Jaguara madrugador! Quando a almiranta acordou, já havíamos deixado o farol da Ponta das Canas, extremo Norte da Ilhabela pelo través de BE. Través do farol da Ponta das Canas, S 23°43,420' W 045°20,500' proa no través da Ponta Grossa, na marcação S 23°35,082' W 045°12,353' RM 062°, distante 11MN.

Tudo é novidade, é a primeira vez que navegamos por estas águas. Praias, costões, pontas, enseadas, ilhas, difícil é eleger o cantinho mais bonito. Aqui neste trecho do nosso litoral, difícil é também evitar a redundância, a repetição e a superfluidade de palavras. Credo! Agora me puxei!

Través da Ponta Grossa, proa no través da Ilha do Mar Virado, coordenadas S 23°33,153' W 045°09,277' RM 077° distante 3,4MN. Atenção para a Laje de Dentro exatamente em frente à Ilhota de Dentro. Dependendo da maré pode estar submersa.
Com relação à Ilha do Mar Virado, Ladislau, sujeito de muitas histórias e estórias, nos advertiu: Cuidado ao passar por lá! Todas as vezes que passei no través daquela encrenca de ilha, sempre alguma coisa quebrou: bússola enlouqueceu, motor parou, adriça rebentou...Tremendo cutufu!

Vamos deixando a tal ilha pelo través de BE... Pssssssss... Bem quietinhos para ela não nos ver. Todos os dedos cruzados, meus e da almiranta. Sai pra lá coisa ruim!

Tamo safo! Través da Ilha do Mar Virado, proa no Boqueirão S 23°31,228' W 045°04,521' RM 087°, distante 4,6MN. Vamos deixando por BB a Ponta da Espia no continente. Esta ponta fica no extremo E da Enseada do Flamengo. A Enseada do Flamengo é um dos lugares mais abrigados e aprazíveis deste trecho de nosso litoral.
A nosso BE, a Ilha Anchieta que ainda esconde praias intactas segundo nos confidenciou um amigo que mora em Ubatuba. A Ilha Anchieta, também conhecida por Ilha dos Porcos é um dos lugares que queremos conhecer com mais tempo.

Boqueirão, proa na marcação S 23°26,000' W 044°51,380'. Través da Ilha das Couves por BB, RM 087°, distante 13MN.

13:30h, Há algum tempo venho observando na proa, um pouco a BE, uma quantidade muita grande de embarcações... Mais tarde descubro que era o Parcel Grande da Rapada ponto de mergulho e pesca sub.

A Ilha da Couves, nos disseram ser imperdível... Marçal Ceccon descreve muito bem este paraíso em seu Guia Náutico da Costa Brasileira. Mais um lugar para a lista das escalas mais demoradas.

Tenho uma enorme vontade de aproximar e fundear aqui, é um lugar convidativo e exótico. Chegando do Sul, o lugar lembra "aquelas" ilhas, "daquele" filme do James Bond. Acho que ficam na Tailândia.

Través da Ilha das Couves, passamos a 01MN da Ponta S., distância suficiente para safar a Laje do Assovio. Proa no través da Ponta da Trindade S 23°23,000' W 044°43,200' RM 089°, distante 8,2MN. A Ponta da Trindade é divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Quando a deixarmos pelo nosso través de BB já estaremos costeando terras pertencentes a Paraty.

O tempo está fechando, ficando feio mesmo... Não demoramos a ouvir alguns trovões. No princípio pareciam meio tímidos, mas, logo perderam a timidez e a coisa encrespou. Fiz o motor funcionar, enrolei a genoa e baixei o grande.
-Vamos ver o que vem por aí. Digo para a almiranta que assistia à movimentação.

Carta 1634... Como a cartilha manda, eu já havia dado uma olhada nas alternativas de abrigo em caso de mau tempo nesta área. Sem muita dificuldade, resolvo fazer uma parada na praia do Sono (foto), na Enseada de mesmo nome, que fica a 06MN da Ponta da Trindade. Vamos deixando a Ilha das Laranjeiras por BB e entrando na enseada. Logo após a Ponta do Sobrado fica a entrada para a praia da Fazenda e também do famoso Condomínio das Laranjeiras, lugar para poucos privilegiados. Fundeamos em 8 metros, bem ao lado de um paredão de pedra no canto direito da Praia. De acordo com a bússola, estamos na verdade no canto E. Passamos alguns minutos contemplando o lugar... Convido a almiranta para conhecer a praia. Baixamos o bote e vamos remando até a praia. Praia de areia grossa, muita sombra... De uma ponta à outra a praia do Sono é repleta de frondosas amendoeiras. São poucas as casas, casas simples de gente simples, resistentes caiçaras. A luz elétrica ainda não chegou aqui. Na verdade são duas as maneiras de se chegar até aqui: por mar ou por "terra", terra mesmo, uma trilha bem danada.

Vendo tudo isto, imediatamente me transporto para a praia do Sítio - Itapuã, no Guaíba. Início dos anos 70, também sem luz elétrica e uma picada que não podia ser chamada de estrada. A pequena casinha do Tio Chico e sua bela baleeira cabinada "Coral" fundeada em frente à grande figueira centenária. Saudades! Acho, que foi nas noites em que dormi a bordo daquela encantadora embarcação, sempre na companhia de meu inesquecível pai, que surgiu esta paixão que hoje tenho pelos barcos.

Não dá para acreditar. Depois de todo aquele banzé, nuvens escuras, trovões e raios... O tempo, como num passe de mágica, melhorou e o sol reapareceu.

17:00h, Após caminharmos até a Ponta W da praia, começamos o caminho de volta e, ao chegarmos no canto Este, encontramos um pequeno rio, o Rio do Sono (foto acima). Não resistimos aos apelos do lugar... Enseada do "Sono", Praia do "Sono" (foto) , Rio do "Sono". Resolvemos dormir aqui mesmo.

De volta ao Planeta, uma rápida organizada e o barco está novamente pronto para sairmos amanhã bem cedo. Após o jantar, ficamos tempo a contemplar as estrelas e as luzes dos lampiões nas pequenas casinhas da praia. Encantador este lugar.Aqui parece que os ponteiros do relógio do tempo pararam no século passado. Um peixe pula ao lado do barco e noto na água a luminescência. Chamo a atenção da almiranta e com o croque em uma das mãos agito a água provocando um lindo espetáculo. A luminescência é causada pelo plâncton chamado dinoflagelado que produz uma fosforescência espetacular quando perturbado. Este fenômeno é uma das coisas mais lindas e emocionantes que podemos presenciar quando velejamos à noite.

Segunda-feira, 23 de abril de 2007

06:30h, Levantamos o ferro. Para trás foi ficando a segurança da enseada do Sono. Na proa, um trecho de costa do qual já muito ouvimos falar. Da Ponta Negra até a Ponta da Juatinga (foto) são 08MN, pedaço de litoral famoso entre navegadores por sua beleza natural e suas perigosas águas. Se ouve de tudo sobre a Ponta da Juatinga, para alguns "enjoatinga". Não faltam adjetivos para este deslumbrante lugar. Bela, maldita, linda, terrível, paraíso, traiçoeira. Considerada por muitos o "Cabo Horn Brasileiro", o fato é que a Ponta da Juatinga é linda, mata virgem, águas limpas e muito peixe. Mas quem costuma passar por aqui de barco sabe que este paraíso pode, do nada, virar uma filial do inferno... Um mar de contradições.

A Ponta tem fama de tão ruim em razão de seus vários naufrágios... Foi aqui que naufragou o veleiro Clach na Sula, do casal Vera e Yuri Sanada. Fica aqui mais uma promessa: escrever uma matéria só sobre a Juatinga.

Conselho de pescador: -Nunca passe rente à ponta. Deixe sempre uma lazeira para solução de eventuais problemas como falta de vento, pane de motor, etc. Vento Sudoeste? Saia correndo deste lugar!

07:39h, Través da Ponta Negra (foto) S 23°23,000' W 044°36,200', proa no través da Juatinga, marcação S 23°18,090' W 044°29,150' RM 074° distante 08MN. Muitas nuvens escuras. Depois de tudo o que ouvimos, confesso que não passa uma agulha, quero contornar o mais rápido possível a "enjoatinga".

09:10h, Estamos no través da Ponta da Juatinga. Surfando, vamos entrando na Baía da Ilha Grande RM 341°. Que sensação maravilhosa! Faço uma festa... Vários uhus... Abraço a almiranta que não está entendendo nada, e explico:
-Ta feito, conseguimos, atingimos nosso primeiro objetivo. Chegamos ao Rio de Janeiro com um Deltinha com motor de popa de 8HP. Paraty fica logo ali!
Maravilha, que coisa boa! Faz muito tempo que não me sentia assim... REALIZADO.

Resolvemos parar e preparar um bom café da manhã. Na enseada do Sono, acordamos e saímos navegando direto. O combinado era não perder tempo e se ver livre deste trecho polêmico. Agora vale uma parada. Entramos na enseada do Pouso e rumamos para a Praia Grande da Cajaíba. Por BB deixamos a Ilha Itaoca e fundeamos em 05 metros. Tudo, tudo aqui é fantasticamente lindo. Não temos como descrever, não dá... É de perder o fôlego.

11:07h, Após um renovador banho de mar e um delicioso café, já estamos de volta à nossa rota. Proa entre a Ilha Deserta e a Ponta da Cajaíba S 23°13,300' W 044°33,300' RM 341°. Parecemos dois "abestalhados", de boca aberta, incrédulos com o que estávamos vendo. O diálogo era mais ou menos assim:
-Olha aquela ilha! E aquela praia então! Mas, olha lá! Tem uma casa na ilha! Bem capaz guria, a ilha é muita pequena... Bahhhhhhh! Não é que tem mesmo.

Proa no ponto entre a Ilha dos Cocos e a Ilhota dos Meros RM 351°. Través da Ilha dos Meros S 23°11,300' W 044°34,450', proa na marcação S 23°10,580' W 044°38,430' través da Laje dos Moleques por BE RM 299° distante 3,7MN. Nenhuma gota de vento. Motorando com nosso super 8hp vamos deixando por BB a Ilha do Algodão. Há alguns anos atrás, durante uma viagem que fizemos a Paraty, acabamos chegando até aqui em um passeio de escuna. Também a BB, lá no fundo da baía da Preguiça, conseguimos identificar a Igrejinha de Paraty-Mirim. Logo estaremos por lá. Vamos explorar todos os cantinhos deste lugar.

Través da Ilha do Mantimento S 23°11,000' W 044°39,060' proa no Saco Jurumirim S 23°12,060' W 044°39,450' RM 229° distante 1,3MN. Resolvemos fundear na prainha de Jurumirim, refúgio do navegador Amyr Klink.

13:15h, Lá esta a casinha que Amyr chama de "casa vagabunda". Aqui também não existe estrada nem luz elétrica e ele diz que enquanto for vivo não vai ter nenhuma coisa nem outra.

Primeiro um mergulho nesta água cristalina... Depois vamos colocar uma pizza no forno. Entre uma cerveja gelada e um pedaço de pizza, ficamos observando uma tartaruga que vem nos dar as boas vindas. Estamos fascinados, fomos seduzidos por este lugar. E pensar que este foi o ponto de partida e também retorno das circunavegações de Amyr Klink.

14:20h, Hora de seguir viagem. Quero chegar cedo na marina. Como sempre, antecipadamente entrei em contato com o Marcos Telles da Marina Farol de Paraty, e ele está nos aguardando. Livramos a Ponta de Jurumirim que ficou por BB e RM 271° até o través da Ilha da Bexiga.
S 23°12,505' W 044°41,395' deixamos a Ilha por BB, pode-se passar tranqüilamente entre a Ponta do Canta Galo e a Ilha da Bexiga encurtando a distância, mas o "tanso" aqui "dormiu".

15:10h, Chamo a marina no rádio, preciso de orientação para chegar... São muitos barcos e muitos piers, fica difícil saber quem é quem. Descobrimos mais tarde, o que parecia ser uma marina, na verdade são duas. A marina do Engenho e a Farol de Paraty ficam uma ao lado da outra e tem o mesmo acesso por terra.
Logo um bote se aproxima com dois marinheiros, nos dão as boas vindas e nos conduzem até nossa vaga. Agora sim, missão concluída. Estamos em Paraty. Do píer podemos ver a bela cidade que não vamos ter tempo de revisitar desta vez. Vai ficar para a volta. Agora é ajeitar a casinha, tomar um bom banho, jantar e descansar. Amanhã é dia de voltar à realidade. Vamos dar um "pause" no sonho.

Marina Farol de Paraty
S 23°13'86" W 044°01'63"

BR 101 Km 575,5 Rodovia Rio Santos
Boa Vista - Paraty - RJ. Cep 23.970.000
Fones 24 - 3371-1933 / 24 - 7835-6110
Gerente Marcos Telles 24 - 9217 1633

Vale conhecer em Ilhabela
Aeroilha Rest. Sushi e Pizzaria - Praça da Bandeira n°1 - Vila
Cheiro Verde Comida Caseira - Rua da Padroeira, 109 - Centro Histórico
Fita Azul - Hotel - Av Força Expedicionária Brasileira, 98 - www.fitaazul.com.br
Itapemar Hotel - Av Pedro Paula de Moraes, 341 - Saco da Capela - www.itapemar.com.br

Cartas náuticas utilizadas
1613, 1633, 1634, 1635, 1645 e 23100

Leitura Sugerida
Ilhabela seus Enigmas - Histórias - Lendas - Tesouros - Naufrágios - Jeannis Michail Platon
Guia Náutico da Costa Brasileira - Marçal Ceccon

Comentários: info@popa.com.br


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