Por muito pouco...
Susto, coragem e solidariedade Geraldo Moeller 09 Jan 2009 O vento continuou aumentando muito, vindo do continente, com ondas quebrando como nunca visto antes, conforme pessoal da Marina Ponta Norte. As embarcações corcoveavam doidamente. A partir das 16 horas entrou o ciclone extra-tropical com força total, provocando altas ondas, ventos de mais de 50 nós e um intenso spray pelo mar. Ao entardecer nosso cabo de âncora se rompeu, e o veleiro, incrivelmente começou a navegar sozinho, saltando nas ondas paralelamente à praia como se alguém estivesse timoneando. Dado o alerta rapidamente, Marcelo Baldauf tentou desesperadamente conseguir alguma embarcação que pudesse ajudar a resgatar o barco, levando-nos até ele, mas não obteve êxito. Naquele mesmo instante, Eduardo Baldauf correu rente à praia enquanto eu lhe alcançava as chaves da cabine. Quando o Folgad 2 se aproximava perigosamente das pedras, Eduardo se jogou na água, contrariando a minha recomendação, e nadou rapidamente alcançando o veleiro. Estava a poucos metros das pedras e corcoveava muito. A subida no barco não foi fácil, pois além do balanço, o bote estava suspenso na targa, na popa do barco, dificultando o acesso. Eduardo teve de se esgueirar entre o bote e o guarda-mancebo. Na urgência da situação, após abrir o cadeado de segurança e vendo as pedras se aproximarem cada vez mais, arrombou a portinhola da cabine. Tentou ligar o motor numa das baterias. Não funcionou. A esta altura o barco estava quase se chocando com as pedras. Eduardo nunca havia ligado o motor do barco antes, e tentou a outra bateria. Então o motor funcionou, salvando o veleiro nos últimos segundos, que pareceram eternos. As condições do tempo ainda dificultaram muito a progressão do barco, que moveu-se lentamente contra o vento e as ondas, apesar do motor estar com aceleração total. A esta altura, uma multidão já havia se juntado na praia, até com binóculo, não para observar o navio de turismo que estava ao largo, mas ansiosos para ver melhor o que ocorria e qual seria o desfecho daquela situação. Outro veleiro menor também garrou e foi dar na praia. Pelo noticiário da TV local e no meio náutico, soubemos que várias embarcações foram jogadas na praia em vários outros locais. O bar flutuante em Cachadaço afundou. Um veleiro de 48 pés de Santa Catarina também deu na praia em Bombinhas. Eduardo conduziu o Folgad 2 sozinho até à praia de Canasvieiras, um pouco mais protegida. Chegando lá, com as ondas um pouco menores, conseguiu entrar na cabine e estabelecer contato pelo VHF com o veleiro Molokai, fundeado junto à praia. Recebeu então preciosa ajuda de Norton e Newton Aerts, que apesar de cansados pelo resgate de outra embarcação, prestaram toda a assistência possível. Norton subiu a bordo e os dois conseguiram por em funcionamento a âncora de reserva. Depois, com o bote Molokaizinho, a tripulação do Molokai ainda levou Marcelo e eu para bordo. Foi incrível !!! Muito, muito obrigado amigos. VALEU MESMO. Um agradecimento especial ao pessoal da Marina Ponta Norte, na pessoa do Marquinhos. Comentários: info@popa.com.br |
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10 Jan 2009
Gabriel von der Heyde Caro Moeller, Fiquei sabendo do "apuro" que passaste em Santa Catarina pelo site do Popa, que susto!!! Parabens para o Eduardo. Coisas assim acontecem mas sei que é dificil o coração aguentar. Te desejo boas velejadas por lá e que Netuno de uma maneirada contigo. Abraço e BV Gabriel von der Heyde - Carumbé 10 Jan 2009 11 Jan 2009 |