Um caso para harmonia
Mundial da ORC Brindisi-IT
Da revista Seahorse, com tradução de Manolo Bunge
13 Jun 2010
Por outro lado, os ganhadores GS42 (Foto 4) e GS56 tiveram vantagem não pela forma quadrada do casco tipificada pela IMS, mas por que saíram do estaleiro como barcos de regata, com melhor concentração de peso e inércia. Os barcos com maior área vélica em relação ao deslocamento como o Cookson 50 (Foto 5) e o Felci 50 são muito leves também se comparadas ás áreas molhadas de cada um, são mais estreitos no plano d’agua, e andavam bem na onda curta. O Felci 50 era recém lançado na água, não tiveram tempo de testar o barco e preparar-lo e terminaram 13º. Também porque a regata longa não favoreceu aos barcos maiores. É interessante notar que o único barco de quilha móvel, o Cookson 50, terminou em 5º, com bom desempenho nas regatas barla-sota. As críticas e crenças que dizem que a ORC Internacional é desfavorável aos barcos de lastro móvel não tem mérito: se pudesse descartar a regata longa, ruim que teve, esse barco poderia ter ganhado o Mundial. ...... Outra comparação interessante é entre o GS42 Meliti vs. GS42 Man, mesmo casco com quilhas diferentes:
Meliti tem um a quilha em T, estabilidade incrementada, área vélica maior e deslocamento menor enquanto Man tem uma quilha solida de chumbo. A diferença é claramente visível no Certificado. No entanto, os dois barcos salvaram seu tempo em quase todas as regatas contra os outros barcos similares. A mensagem que nos deixam é muito sugestiva para otimização na ORC: faça seu barco andar mais rápido! Maurizio Cossutti – projetista do ganhador em Classe B, M37 “Low Noise” A diferença de desempenho dos GS42 Meliti (quilha T) e Man (quilha solida) contra o gêmeo Bohemian Express (quilha de chumbo e madeira) pode ser atribuída á um trabalho mais refinado das tripulações dos dois primeiros, mas o beneficio de maior estabilidade no contravento foi visível... A regra também abriu as portas para desenvolvimento das velas mestra com tope quadrados e assimétricos com paus mais compridos que o “J”. Nem tudo foi perfeito: ORC Internacional é um uma ferramenta muito sofisticada e, em minha opinião, precisa de mais atenção no controle de estabilidade e bordas livres. Também, regatas de percurso longo são parte essencial de um Campeonato de Oceano, mas seu peso foi muito alto, e campeonato sem descarte foi desafortunado. Um comentário final: hoje em dia temos dois sistemas de medição de ratings muito bons: ORC e IRC, os dois com pontos favoráveis e desfarováveis, mais os dois capazes de medir barcos diferentes bastante equanimente. É hora de juntar as duas regras, como foi feito nos 60’s e 70’s, quando RORC e CCA colaboraram para criar uma regra de ratings universal. Em minha opinião, ISAF, sendo o “pai” dos velejadores, deveria tomar esse argumento em consideração e unir os velejadores de oceano sob uma mesma bandeira. Por Manolo Bunge
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Foto 1 - First 45 credito Rolex Cup
Foto 2 - Comet 45 credito Rolex Cup
Foto 3 - IMX 45 credito Sailing Networks
Foto 5 - Cookson 50 credito Cooksonboats
Foto 5b - Cookson 50 credito Rolex Cup
Foto 6 - Low Noise M37 credito Marine Yacht Building