21 Mar 2010 Me pergunta o Niels: Só não fechei no ato porque já não tenho essa autonomia toda, mas a negociação do alvará caseiro foi tranquila e já na quinta logo cedo aceitei o convite recebido do Niels em nome do comandante Sergio Neumann. A previsão do tempo se confirmou e a navegada até Punta del Este e Piriápolis foi espetacular, de cerca de 440 milhas com vento e mar favoráveis todo o tempo, muito sol e noites estreladas. Fizemos 46 horas do Veleiros até o porto de Punta, non stop, uma média ótima e somente viável para brinquedos de grande porte como o Congere (77 pés). Confirma-se assim a teoria do "Nego" Márcio Pinto Ribeiro, que diz que a única coisa melhor que um barco grande é um outro maior ainda.
Saída do VDS às 20:30 do dia 22/01, ao por-do-sol, com bom vento S-SE de 15-20K. Saímos com a grande rizada e a motor, já que o ângulo era bem de contravento até a chegada em Itapuã. Jantamos e iniciamos os quartos de vigia da primeira noite, com 5 pessoas tentamos organizar algo parecido com o esquema 2X3, onde cada um fica 2 horas na vigília e 3 descansando. Registre-se aqui nossa surpresa positiva com as bóias luminosas e faroletes do Guaiba, quase todos funcionando perfeitamente. Entramos na Lagoa dos Patos por volta das 23:30, abrimos a genoa e tiramos o motor, para uma ótima velejada de través até cerca das 4hs, quando o vento enfraqueceu e tivemos que dar uma empurradinha com o Mercedão. Por volta do meio dia o vento entrou novamente de leste, possibilitando uma boa velejada de genoa 2 e com toda a vela grande em cima, já no final do Canal da Feitoria até Rio Grande e os molhes da barra. Cruzamos os molhes por volta das 14:30 de sábado, cerca de 18 horas após a saída do VDS. O mar estava marrom na saída da barra, com muita água saindo em função das recentes chuvaradas no Guaiba e nas bacias dos rios que desaguam da Lagoa dos Patos. De qualquer forma a comemoração da entrada no mar foi com um churrasco de almoço na popa, com o marinheiro Dudu começando a mostrar os seus talentos multi-uso. A entrada no mar foi com um bom leste de cerca de 15k, optamos por um ângulo um pouco mais orçado no início da descida, para dar uma boa distância do banco do Albardão. Ao menos eu pensei assim...
O pessoal (o comandante inclusive) não só passou perto como também passou exatamente em cima do tal ponto da carta, segundo me disseram o fundo nunca diminuiu de 11m. Não conseguimos fazer o meu iPod se conectar ao som do Congere, então meu momento contemplativo de puro jazz Encontramos os amigos Tatu e Marcelo Aaron, que estavam correndo as regatas da semana com o Viva, do Pedrão Couto do RJ. Neste dia navegamos a motor até Piriápolis, a cerca de 20 milhas a oeste e entrando para o Rio da Prata. Chamou a atenção o enorme número de mães d'água no percurso, é praticamente impossível mergulhar nessas águas sem se encostar nessas belezinhas (são aquelas manchas que aparecem na foto). No mesmo dia 25/01 pela manhã recebemos a visita dos Mais tarde recebemos a atracação a contrabordo da mais nova máquina de regatas argentina, o Lola, um Javier Soto de 52', todo de fibra de carbono e que mais parece mais um monotipo gigante. A manhã do dia 26/01 foi dedicada à retirada do Congere da água, em uma operação relativamente complexa coordenada pelo mestre Álvaro, o operador-chefe do Travelift.
Fim de viagem para mim e o Dog, que no mesmo dia voltamos de avião do novíssimo aeroporto de Carrasco. Alguma burocracia chata na imigração ("Se não entrou como é que vai sair??") e alguns papeizinhos e carimbos a mais, tudo resolvido no final. Veja o diário completo, dezenas de fotos e vídeos a bordo ______________ |