Breve história do porto de Porto Alegre
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02 Dez 2009
O
primeiro projeto de construção do Porto de Porto Alegre data de 1899 de autoria do então diretor de Viação Fluvial da Província, engenheiro João Luiz de Farias Santos. Previa a construção de 2.997 metros de cais, duas docas e profundidade de três metros – prazo de conclusão em dez anos.

 

Em 1904 outro projeto mais audacioso para o porto da Capital tomou prioridade no governo de Borges de Medeiros. O objetivo era a construção de um porto que permitisse a navegação transoceânica. “Porto Alegre porto de mar” foi o nome dado ao projeto que interliga a capital do Estado ao Oceano através do Guaíba e da Lagoa dos Patos.

 

 

 

 

Para viabilizar o Projeto “Porto Alegre porto de mar”, o Governo reúne esforços para dar mais fôlego às dragagens da Lagoa dos Patos e Guaíba, iniciadas 1897.

 

 

 

 

 

 

 

Em 1907 o Governo Federal lança “Plano para a realização do melhoramento dos portos da República”, baseado em exemplos de portos dos Estados Unidos e Europa – readaptando o projeto original.

 

 

 

 

 

 

Em 1911 foi publicado edital para construção do primeiro trecho de 140 metros de cais em frente à Praça da Alfândega. A proposta vencedora foi do engenheiro Rudolf Ahrons, que iniciou as obras no mesmo ano. Em julho de 1913 foi concluída a primeira parte do porto.

 

 

 

 

 

 

 

A construção do cais foi sendo feita em partes – as obras começavam no meio do Guaíba – no local onde era planejado. Depois de demarcado, os sedimentos que eram dragados para aumentar a profundidade do canal, eram usados para aterrar o futuro cais.

 

 

 

 

 

A construção do cais foi sendo feita em partes – as obras começavam no meio do Guaíba – no local onde era planejado. Depois de demarcado, os sedimentos que eram dragados para aumentar a profundidade do canal, eram usados para aterrar o futuro cais.

 

 

 

 

 

 

 

Detalhes de construção do cais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Detalhes de construção do cais.

 

 

 

 

 

 

Em maio de 1913 a Secretaria das Obras lançou edital para dar continuidade às obras do cais e para abertura dos canais de navegação para 17 pés de calado.

 

 

 

 

 

 

Em 1916 é lançado edital para construção de um novo trecho de 600 metros e armazéns. Porém as dificuldades técnicas da obra, extremamente complexa para a época, justificavam a morosidade de seu andamento. Em janeiro de 1921 apenas 344 metros da muralha do cais estava concluída.

 

 

 

 

 

Em 1919 o projeto desse porto sofreu novamente alterações. Foi adotado sistema de blocos para o cais e para os armazéns, estruturas metálicas fornecidas por empresa francesa - projeto baseado no porto de Rio Grande.

 

 

 

 

 

 

Em 1919 foram encomendados da empresa francesa Daydeé a estrutura metálica para os armazéns A e B e para o pórtico central. Obras concluídas em 1922.

 

 

 

 

 

 

Em agosto de 1921 o então presidente da Província Borges de Medeiros inaugurou oficialmente o porto da capital, que consistia em cerca de 800 metros de cais, um armazém de estrutura metálica, um edifício para a administração e o armazém provisório B-1.

 

 

 

 

 

 

 

 

Em agosto de 1921 o então presidente da Província Borges de Medeiros inaugurou oficialmente o porto da capital, que consistia em cerca de 800 metros de cais, um armazém de estrutura metálica, um edifício para a administração e o armazém provisório B-1.

 

 

 

 

 

 

Com início de projetos em 1899, conclusão do primeiro trecho de cais em 1913, inauguração em 1921, as obras continuaram e apenas em 1937 o porto de Porto Alegre opera com todo o projeto concluído.

 

 

 

 

 

 

 

Em 1940 o Porto da Capital movimentou 20.123 embarcações a vapor e o total de 1.735.678 toneladas de mercadorias em geral.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Prédio da administração do porto – construído no final da década de 40.

 

 

 

 

 

 

 

 

Nas décadas de 40 e 50 o porto atuava principalmente na importação de carga geral. A indústria no Estado ainda não estava desenvolvida, muitos materiais eram trazidos de fora através do porto.

 

 

 

 

 

 

 

 

Carga e descarga necessitavam do auxílio da força humana – estivadores.

 

 

 

 

 

O ano de 1951 marca a criação do Departamento Estadual de Portos, Rios e Canais -Deprc – responsável por administrar os portos de Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande, além de manter as hidrovias.

 

 

 

 

 

 

Em 1995 a movimentação do porto era de cerca de 3 milhões de toneladas.

 

 

 

 

 

Em 1972 o Porto de Porto Alegre registrou uma movimentação de 4.650 milhões toneladas de cargas geral, sacaria, graneis sólidos e líquidos entre todos os tipos de navegação (lacustre, fluvial, cabotagem e longo curso).

 

 

 

 

Em 1983 o Pórtico Central do Porto foi tombado como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

 

 

 

 

 

 

 

Em 2005 os terminais públicos e privados de Porto Alegre movimentaram cerca de quatro milhões de toneladas em cargas.
Atualmente (2009) a movimentação do porto de Porto Alegre é marcada pela importação de fertilizantes, bobinas de papel, produtos químicos e sal. E na exportação celulose, soja e transformadores elétricos.

 

 

 

 

 

O porto de Porto Alegre não foi atualizado para operar com contêineres. Não há espaço para o porto crescer, estrangulado na área central de Porto Alegre. A maior parte do porto tem projetos para ser transformada em área cultural e de lazer. Grande parte está abandonada, a não ser pela realização de eventos públicos e locação para a realização de festas. O transporte fluvial no RS carece de incentivo.

 

 

Comentários recebidos

02 Dez 2009
João Cunha

Que belos registros históricos!

Os Governantes da época detiam importante premissa no que se refere ao desenvolvimento de uma cidade: a construção e UTILIZAÇÃO de um porto fluvial.
Atualmente, a matriz de transportes é o modal rodoviário. Rodovias em estado precário de trafegabilidade, congestionamentos, e milhares de vidas ceifadas todos os anos são exemplos clássicos.
Realmente,"...O Porto de Porto Alegre não foi atualizado para operar containeres..." Entretanto, se existe demanda, nada mais justo que adequar o Porto a esta demanda. No citado Porto, existem áreas inexploradas que poderiam ser utilizadas como terminal (de containeres, passageiros, turístico) e ainda terminais retroportuários. Porém para a implantação destes empreendimentos, licenças como EIA/RIMA são necessárias. São processos burocráticos, onerosos e que levam tempo para serem aprovados, de forma que, esse tempo é motivador para o empreendedor desistir de investir no local.
Todo mundo sabe, mas a maioria não utiliza: o modal hidroviário além de ser o MAIS barato em relação a tonelada/km percorrido é o MENOS poluente.
O Governo do Estado tem planos para que até 2015, o transporte hidroviário seja responsável por 15% de tudo que é transportado no estado. Quinze por cento não significa muita coisa mas se comparado com os 3% da atualidade é bastante.

02 Dez 2009
Germano

Uma síntese bastante valiosa da história de Porto Alegre.

07 Dez 2009
Geraldo Knippling

Parabéns pela publicação desse valioso e detalhado documentário, cujo teor a grande maioria da população e dos navegadores desconhecia.
Geraldo

07 Dez 2009
Emilio P Oppitz

A proposta para que o modal hidroviário volte a ser utilizado no RS, estão com estudos em andamento, e com muito entusiasmo. Estes 15% pretendidos para 2015, são das cargas daquele ano, o que vai ser bastante comparado ao que se transporta hoje por água. Acredito e tenho esperança que, depois de reiniciado o tranporte por barcos vai ser uma questão de adaptação e logo este percentual vai crescer rapidamente.



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