22-09-07 sábado - Laguna
Agora são 8:30 h, resolvo tomar antiinflamatório e passar pomada no tornozelo, porque o trecho de hoje tem muitos obstáculos e terei que arrastar o Imortal em alguns pontos.
- Senhor, o sodado TD (tornozelo direito) está com ciúmes e quer o mesmo tratamento dado a TE.
- É justo. Falem ao soldado Dedos para passar aquela pomada de cavalo em TD também!
Arrumei tudo, despeço-me de Zinho (cuida do camping) e sigo para a praia, onde chego por volta de 10h. Pretendo ir a Imbituba (onde esta viagem iniciou) e voltar aqui em 3 a 4 dias.
A praia está calma e sem vento, muita gente passeando e meninas de uma escola jogam na quadra de futebol. Da barra até a extrema da praia deve ter uns 3 km. Depois tenho que seguir por uma parte perigosa pelo asfalto estreito e sem acostamento para contornar um pequeno costão.
Um cara de camionete raspa no mastro desmontado e risca sua lateral e quase acaba com minha viagem. Se ele batesse frontalmente no mastro, o mesmo viria por cima de mim e eu iria "entrar pelo cano".
Ele foi tão "maneta" que nem parou para olhar, deve ter ficado com vergonha, além de ter ficado com um "recuerdo" do Imortal!
Desço um barranco e retorno a praia, onde um fraco vento de popa me permite velejar rumo a Ponta do Gi.
Ali há uma pequena estradinha que liga ao outro lado da ponta e segue até a praia de volta.
Como o vento está favorável, sigo de "patinete" até lá.
Dali sigo velejando em direção de Itapirubá. Foi mais adiante que eu e o Luigi acampamos pela segunda vez. Foi no meio das dunas onde houve um temporal e ali ficou o sargento Fogareiro, morto em combate.
Vou seguindo, como vou achar o local se as dunas são todas iguais?
Lembro de um poste e umas dunas mais altas ao fundo...
Vejo um local parecido e vou conferir. Tchê, não é que encontrei?
Lá está o coitado no mesmo lugar na duna, apenas caiu porque o vento retirou a base.
Tiro fotos, coloco-o de pé e vou embora. Como decidi que vou voltar, melhor pegá-lo na volta.
Sigo até Itapirubá (que é outra ponta), desmonto a vela (por causa dos fios de luz) para atravessar uns 500 m de rua até o outro lado do povoado onde há a praia novamente.
Ali quase não há praia, o mar está alto e quase bate nas construções e galpões que guardam os barcos de pesca.
Mais adiante monto a vela e sigo em frente, já avistando o início de tudo: as ilhas e o morro de Imbituba.
Não deixa de ser uma emoção. Fosse o ponto final, a emoção seria maior.
Será um bate-e-volta, pois dali retorno para o sul.
Passo pelo museu da baleia onde há uma réplica de um filhote de Jubarte na frente.
Vou me aproximando das pedras e da ilha quase encostada no continente. Está havendo um campeonato de surf ali no canto da Praia da Vila. Aqui ocorreu uma etapa do WQS, (a nata do surf mundial) onde Kelly Slater ganhou .
Peço a um pessoal tirar fotos do Imortal amarrado nas pedras (14:15 h). Tiro um peso dos ombros, os 1630 km que planejei fazer viraram realidade. Agora botei na cabeça de fazer mais 370 para fechar as tais de mil milhas náuticas (1858 km), pois as milhas terrestres (1602 km) já foram pro espaço.
Tendo ânimo, vou até os 2000 km e parar, pois mais que isso fica parecendo cachorro correndo atrás do rabo.
Aparece seu Jorge e Henrique, pescadores ali do canto. Dizem que esta noite haverá show do Zé Ramalho... Gostaria de assistir, mas para evitar confusão vou em frente.
Como está soprando sul, retorno pela praia e subo até o bar de seu Gelson, onde montamos os carros e partimos no final da tarde de 15 de Julho.
Ele está por ali e aproveito para almoçar um prato de salada, pirão e peixe frito.
Decido que vou até Ibiraquera... Não lembro quantos quilômetros são, mas desmonto o mastro enquanto Rodrigo fica conversando comigo. Ele é muito gente boa e está trampando como segurança ali ao lado.
Sigo pelo asfalto e vou subindo sem parar rumo a BR 101. Cara é subida sem parar. Há uma placa que indica Ibiraquera, o mirante, o museu da baleia e um farol.
Chego ao mirante, tiro fotos. Dali é possível ver o Porto de Imbituba e a praia da Vila mais ao fundo.
- Senhor, esse lugar é alto!
- O Imortal foi feito para andar ao nível do mar... Ele está passando mal e o pelotão está ficando desidratado de puxar esse animal pesado montanha arriba.
- Eu sei e também estou brabo, se quisesse fazer escalada voltava ao Aconcágua.
- De quem foi a idéia de Ibiraquera?
- Do "Espírito que Manda"!
- Bueno, se foi Ele: "tudo cessa quando a musa canta e um valor mais alto se alevanta"!
- É melhor seguirmos em frente, pois já subimos demais e essa coisa de elevação não acaba!
Tchê, pensava que no mirante encontraria o ponto mais alto, mas seguimos para uma parte mais inclinada ainda até chegarmos ao topo de onde podia avistar o farol em um morro mais para baixo. O suor escorrendo solto e a respiração ofegante.
Menos mal que está nublado e esfriando.
Na descida vejo meu destino final.
Uma paisagem deslumbrante: o asfalto escorre entre o verde das montanhas e vai se perdendo entre as dunas douradas que há lá pra baixo. Depois das dunas se vê a Lagoa de Ibiraquera para bombordo e o mar para boreste.
Montanhas sem fim demarcam o fim das praias extensas e o ponto onde o Imortal não pode mais seguir livre, no rumo dos ventos sem fim.
Até hoje velhos e crianças comentam da vez que um windcar subiu ao alto da montanha. Os nativos se ajoelhavam; pensavam que aquilo era o veículo dos deuses do Olimpo.
- Senhor, que fumaceira é aquela no horizonte?
- É a Guarda do Embaú...
- São índios?
- Sim, da tribo Marijuana!
- São antropófagos?
- Não, adoram "cachimbo da paz" e chá de ervas exóticas...
- ????
- Cogumelos de bosta de vaca, folhas e raízes de Dama da noite, etc...
Tchê, se a inclinação para vir já era terrível, o pior era a inclinação da descida.
Aquilo "despencava" até a praia da Ribanceira. O Imortal não tem freios e segurá-lo na descida estava detonando meu ombro direito.
Quero ver eu subir esse negócio se quiser voltar!
Droga, que mania de fazer as coisas sem pensar e sem conhecer o campo de combate...
Agora te rala cara!
Algumas vezes deixava o carro encalhar nas canaletas de drenagem para descansar um pouco, pois as "juntas" estavam estralando.
Pior que isso só o som dos rolamentos do Imortal.
Parece aquelas "comunidades" de bugios das ilhas do rio Paraná. O ronco era muito parecido e quando o Imortal pegava velocidade o ronco aumentava a ponto de irritar o comandante, que direcionava o Imortal por dentro da água para afogar os macacos.
Finalmente chego a praia da Ribanceira. Altos barrancos e praia estreita. O mar quase bate nos barrancos e uma espécie de neblina prenuncia um final de tarde esquisito.
Acho uma brecha no barranco e deixo o Imortal despencar para a praia.
Por causa do morro quase em cima, ali não havia vento.
Sigo em frente me questionando o porquê de ter vindo aqui. Teria sido tão fácil dar meia volta e seguir para o sul... Vou gastar cerca de três horas desde Imbituba até a Barra da Lagoa de Ibiraquera. Amanhã será pior!
Olho para o mar cinzento e vejo algo escuro logo depois da rebentação.
Deve ser um boto!
Dali há pouco um imenso chafariz de uns cinco metros de altura. Depois parece haver um enorme tronco negro na superfície do mar.
Cara! Eu nunca tinha visto isso na minha vida... Uma baleia!
Não dessas que a gente vê em terra, comendo salgadinhos.
Uma de verdade...Viva!
Quase ao lado da primeira vejo uma segunda.
Seguindo para o norte vejo mais duas...
Que legal! Que alegria ao ver algo que nunca havia visto na minha vida.
Na viagem de caiaque lá no Rio de Janeiro quase bati em uma, pensei que a barbatana fosse um pedaço de pau, mas ela foi pro fundo e não vi o bicho, embora tenha chegado a menos de cinco metros com o caiaquinho antigo.
Que experiência emocionante! Até esqueci da lomba e do que estava fazendo.
O "Espírito que Manda" se manifesta:
- Viram seus boludos? O pelotão não é nem será comum.
Tivessem retornado de Imbituba para o sul não teriam visto as paisagens que viram e nem teriam tido essa experiência emocionante!
- Nunca tenham medo de arriscar!
- Essa de "profeta do acontecido" quando algo dá errado é para quem nunca saiu da frente da poltrona e acha mais fácil ficar na frente da tv assistindo um programa de auditório, hipnotizado pela rotina e novelas da vida.
É verdade, quando estou desanimando ou quase no fim penso nas inúmeras vezes que quase desisti e nas experiências gratificantes ao insistir, de poder ter visto mais além.
Graças a insistência vejo coisas emocionantes, retalhos de aventuras.
Sigo pelo escuro, mas não acho a barra. Subo pelas dunas na direção das luzes. Começa a chover fracamente. Havia um camping subindo a barra. Ficava bem na margem.
Quando chego no fim há um hotel enorme, o camping não existe mais. O porteiro diz que há outro retornando,
- É adiante da Raia 1!
- Raia 1? Não é do Renato Pozzolo?
- Sim, você o conhece?
- Claro, o Pozzolo eu considero um grande amigo. Ele tinha uma guarderia náutica na Av Guaíba, no bairro Ipanema em Porto Alegre.
Quando ficou sabendo da minha viagem pioneira de windsurf de Porto Alegre ele organizou uma palestra na Associação Gaúcha de Windsurf.
Isso foi nos anos 80, tinha ele e o Leka, o Diabo, a Marta Santos, as Gêmeas, seu Antônio e tantos outros.
Ele quase foi campeão brasileiro e só perdeu porque caiu quando liderava, foi no nervosismo e no detalhe. Era o melhor de todos!
Retorno e encontro a pousada. Quem está cuidando ali é o Paul e sua esposa Paula. São simpaticíssimos. Chega Albernaz que é cirurgião vascular, nasceu em Rio Grande (onde meu pai se criou) e trabalha em Novo Hamburgo (onde nasci). as coincidências não param aí, ele conhece o Nardi, o Simões e tem um windcar francês... Diz que já passou de 100 km/h no seu.
A conversa flui em companhia de Diabo que chegou ali também. Que legal, ele ainda se lembra até do meu nome...
Paul diz que o Pozzolo bateu o recorde de velocidade de windsurf indo de Chuí até Rio Grande em 7 h pelo mar.
Eles conhecem o Kauli Seadi que é filho de nosso professor de tênis, o Ricardo que é meu vizinho de beira da Lagoa da Conceição em Floripa...
Algumas coincidências!
Por falar em Kauli ele foi campeão mundial de Windsurf e semana passada ganhou a etapa do mundial aqui em Ibiraquera. Ele derrotou lendas como Rob Nash...
Resolvo ficar, mesmo a diária sendo acima do padrão do pelotão, mas foi um prêmio por ter chegado ao ponto mais ao norte da viagem.
Paul me traz pão com salmão que Albernaz havia preparado. Que delícia!
A chuva cai forte e o pelotão dorme numa cama com lençóis limpinhos e tendo pesadelos, pois deixei a tv ligada e passa Zorra Total... Ninguém merece!
23-09-07 Domingo
Acordo cedo, parece haver um carro com motor ligado, mas é o exército de Thor rugindo porque foi enganado pelo pelotão.
É trovoada que não acaba mais. Estou com preguiça aliado ao fato de estar chovendo e saber que existe a rampa para os céus de Olímpia me esperando para chegar de volta a Imbituba.
- Doutor, como está o soldado TE?
- Senhor, depois de tanta pomada para cavalo ele não incha, relincha!
Fico deitado até mais tarde, tomo outro banho e inicio a arrumar as coisas.
Paul traz o café, eu até já tinha comido minha gororoba, mas pensando no esforço que farei, resolvo aceitar.
Paul é filho de dinamarqueses e Paula é tão simpática quanto ele. Sua filha Camila é linda, assim como a amiguinha dela, filha de holandeses.
Além da pousada, aqui tem uma guarderia de wind e kite surf, esporte que Paul pratica.
Despeço-me de Paula e sigo com Paul para a praia. Parou de chover e há um fraco vento NE que pára justo na hora que vou partir...Corno!
Chega Lars, irmão de Paul e ele diz que amanhã entra vento sul forte.
Droga, teria que chegar hoje em Laguna, mas já são quase 14 h...
Resolvo seguir e dormir onde escurecer.
Sigo puxando, certo que mais bons amigos o pelotão acaba de conhecer.
O vento se manifesta fracamente e resolvo andar no "patinete" para tirar a "virgindade" desta praia. Passa um cara correndo pouco depois, é Jonh, um americano que puxa conversa por causa do carro.
Depois vejo as baleias de novo e subo o barranco para tirar umas fotos com o Imortal em primeiro plano. Vejo a imensa cauda, chafariz e até a cabeça quadrada que uma coloca para fora. Acho que são cachalotes!
De certeza eu vi um filhote ao lado da mãe. Baleias grandes havia quatro.
- Pelotão! Sentido!
- Preparem-se para a peleia!
Sigo em frente, subo o barranco já na praia da Ribanceira e chegam Leonel e Cláudia que moram ali e param para conversar enquanto chove.
Eles ficam maravilhados com a viagem e convidam para voltar um dia e visitá-los.
Sigo em frente e começo a subir a ladeira íngreme. Que dureza!
Não sei se estou molhado da chuva ou do esforço para escalar aquilo.
Bem ou mal o pelotão chega lá no alto. Há uma neblina que não permite ver muito além. No GPS deu 180 m de altura, mas pareceu ser 1180m.
- Soldados, do alto dessa montanha 1650 km vos contemplam e 350 km vos esperam!
- Senhor, estamos confusos com essa estória de milhas náuticas, milhas terrestres.
- Porque não é tudo em quilômetros?
- Por causa dos ingleses. Eles pensam que são diferentes, andam pela esquerda, o peso não é em quilos, é em libras. Profundidade é em pés e por aí vai...
- Esses caras são uns "atravessados"!
- E as mulheres também são "atravessadas"?
O Tenente Issi esteve por Londres e retruca:
- Elas são normais, apenas a diferença é que depois de tudo elas não fumam um cigarro, preferem tomar um chá...
- O pior é que eles espalharam seus costumes pelas colônias...
- Sim, mas quem inventou o "viagra" não foram eles, foram os indianos...
- Tu deve estar falando naquela estória de encantar a serpente, mas aquilo não funciona direito...
- Não?
- Claro, como é que o vivente vai transar e tocar flauta ao mesmo tempo?
- Bueno, então tem que ser o marido e um amante...
- Resta saber quem vai tocar a flauta!
- Chega seus inúteis, ainda temos que descer o monte da Agonia e chegar a praia.
Está soprando vento do norte. Se conseguir chegar lá e o chifrudo do vento não parar posso ir um pouco além do que quero. Amanhã seguir contra o vento sul forte que virá será um problema.
O problema é que chego a praia só depois das 17 h. Nublado como está escurece antes.
Encontro Gelson de novo. Despeço-me do amigo pela terceira vez. aliás, todos os pontos por onde passar agora será pela terceira vez.
Exceto Ibiraquera e La Coronilla que foram os extremos e Quintão, pois passarei e retornarei pela quarta vez. Ali, se Deus permitir, encerra a viagem, depois de 2000 km.
Armo a vela e sigo velejando devagar rumo a Itapirubá. Já está escuro, desarmo a vela, atravesso a ponta pelo povoado e rearmo do outro lado.
- Senhor, como vamos resgatar o sargento Fogareiro no escuro?
- Ele ficou ali até hoje. Um dia eu venho de moto e o resgato...
Todos ficam tristes, gostariam de levar consigo os restos mortais de um companheiro de mais de 20 anos de peleia.
Sigo em frente, já está difícil para navegar no escuro, não tem como saber onde fica o local no escuro e nas dunas.
Vou em frente, mas o olhar não deixa de pescrutar as dunas na vã esperança de poder encontrar meu companheiro.
Depois de um tempo acho que vi algo. Saio da beira e atol. Resolvo deixar o imortal ali e subir um pouco mais. acho que vi um poste e umas dunas altas. Sem ver direito adentro em um banhado e me enterro na areia mole, mierda!
Continuo em frente e reconheço uma das dunas. Adiante tem outra alta então tenho que dobrar a esquerda para encontrar aquela onde montamos a barraca e deixamos o sargento.
Cara, consegui! Chego mais perto e consigo encontrá-lo no escuro.
Ao voltar para o Imortal o resto do pelotão urra de felicidade.
Amarro na parte de trás e volto para a beira.
O vento parece ter diminuído. Agora eu fiquei mal, pois vejo clarões no céu e algo ruim vem por aí. Pior é que será bem na região de dunas sem abrigo como foi da outra vez.
Sigo velejando e "bombeando" a vela. Assim vou seguindo e começo a rodar pela parte molhada, pois ali reflete um pouco a luminosidade da lua que fica encoberta por nuvens rápidas.
Vejo luzes ao longe. É um povoado antes da ponta do Gi.
Os clarões estão mais frequentes.
- Senhor temporal a frente.
- Teremos que desmontar o mastro!
- Negativo, toquem o máximo que puderem. Ficar sem abrigo no escuro e na tempestade pode ser pior.
Consigo chegar na ponta do Gi, atravesso a estradinha até o outro lado e retorno a praia. Vejo as luzes longíquas de Laguna e o temporal se aproximando pelo sul.
Situação parecida com a do farol Albardão em menor escala.
Tenho que chegar pelo menos até um pequeno costão antes da última praia, ali fica só há três quilômetros da Barra e posso seguir puxando.
Virou um jogo enervante, pois mesmo o vento tendo aumentado um pouco minha aproximação é enervante, pois alél dos relâmpagos, escuto os trovões.
- Homens, huevos!
- Sigam em frente e mantenham a lança do Imortal apontada para os inimigos do céu.
- Senhor, eles vão nos transformar em torresmo!
Finalmente, por volta de 21 h o pelotão chega ao destino. Desarmo a vela e arrasto o Imortal para cima.
Há um vigia das casas ali. A cachorrada dele se póem por cima, mas ele os chama e me ajuda a levantar o carro sobre a barreira que tem ali.
Sigo puxand pelo asfalto naquela parte perigosa e estreita agora no escuro.
Muitos carros travam bruscamente, mas deu tudo certo.
Desaba o maior temporal e sigo pela chuva.
Quando passo pela pior parte, apesar das trovoadas e relâmpagos, vou cantando Singing in the rain e chutando as poças de água.
Como é bom ganhar!
O vento parou total e começa a vir do sul.
Sigo até o camping, deixo o carro sob um telhado (não tem ninguém) e como não chove mais vou comer algo para comemorar.
Tchê, fui longe para encontrar algo aberto àquela hora e entra um violento temporal acompanhado de vento fortíssimo do sul...
Tenho que ficar na lanchonete por horas até dar uma leve diminuída na chuva e voltar ao camping onde dormi no chão, ao lado das pias como da outra vez.
Amanhã o Zinho chega e eu fico em um quarto.
24-09-07 Segunda
Fui para um quarto, levo o Imortal e o deixo em uma oficina mecânica para trocar os rolamentos e seguir viagem. Parece que só vão trocar amanhã.
Agora são quase 19 h e estou terminando o diário aqui no centro.
Amanhã provavelmente eu sigo.
Abração