Mais Capri – Joinville Iate Clube
Complemento
Fernando Maciel

 

Janeiro/2007

Não é porque certas coisas são difíceis que não ousamos.
É justamente porque não ousamos que tais coisas são difíceis.
Sêneca

Marta em seu diário já relatou nossa navegada do Capri até Joinville, mas achei oportuno detalhar e complementar alguns detalhes do tipo:
Entrada e saída com segurança do Capri.
Waypoints até o Joinville Iate Clube.
Breve histórico.
Variação de maré.
Maruim ou mosquito-polvóra.
Como está o Planeta Água.

Novamente lembro para que seja observada a maré na hora de partir do Capri, o ponto critico esta na posição S 26°11,264’ W 048°35,100’ (WGS84), exatamente no par de balizas BB e BE do inicio do canal do Capri.
O veleiro LONGITUDE um Delta 36 do Jangadeiros, sentiu na quilha o fato de sua tripulação não ter tido o cuidado com a maré e o calado, arriscaram, e depois de muito bater abortaram a saída e voltaram para o trapiche para esperar a maré encher.

Para seguirmos até Joinville, seguimos os conselhos do pessoal da terra, maré cheia, após passarmos pelas balizas na posição acima mencionada, navegamos no rumo 056°RM aproximadamente 0,25MN para só então virar a BB para buscar o primeiro waypoint da rota, CANAL 2.

CANAL 2 CANAL BAIACU S 26°11,330’ W 048°35,820’
CANAL 1 CANAL DO PORTO S 26°13,180’ W 048°38,100’
PCTORR PARCEL DA TORRE S 26°13,720’ W 048°38,600’
LJMUCH LAJE MUCHOCHO S 26°14,230’ W 048°38,950’
LJGRDE LAJE GRANDE CIMA S 26°14,570’ W 048°39,170’
LJATAL LAJE ATALAIA S 26°15,380’ W 048°39,820’
LJFUND LAJE FUNDÃO S 26°15,950’ W 048°40,550’
ILHGRD ILHA GRANDE S 26°16,620’ W 048°42,230’
ILHRED ILHA REDONDA S 26°16,750’ W 048°42,830’
CORIPI COROA IPIRANGA S 26°17,050' W 048°44,250’
ILHMEL ILHA DO MEL S 26°17,700’ W 048°44,930’
CANAPI CANAL IPIRANGA S 26°17,760’ W 048°45,300’
ESPINH ESPINHEIROS S 26°17,540’ W 048°46,070’
PIEJIC PIER DO JIC S 26°17,630’ W 048°46,780’

Nossa navegada foi tranqüila até Joinville, mesmo sem termos a auxilio do instrumento nos dando a profundidade, o fato de sairmos com a maré cheia e o GPS com os pontos acima, foram ferramentas suficientes para completarmos as 15MN que separam o Capri do JIC.

JOINVILLE IATE CLUBE

Latitude: 26°17’30”S – Longitude: 048°46’30”W
Fone/Fax: 47-3434-1744
E-mail: jic@joinvilleiateclube.com.br
Canal VHF 68

Fica a 4 km do centro de Joinville, no bairro de Espinheiros. O acesso por água para quem não conhece a região não é muito fácil;
Use os pontos acima, pois existem muitos baixios ocultos por águas tranqüilas que podem nos pregar algumas peças.
Na dúvida, vale pedir ajuda por rádio, ao pessoal do JIC.
Iate clube bonito, muito bem cuidado, trapiches flutuantes, praças, churrasqueiras.
A cordialidade dos marinheiros e a eficiência dos descendentes de alemães são marcas deste clube, onde os visitantes são bem recebidos, por pessoas hospitaleiras e prestativas.
O JIC tem convênios com os principais iates clubes do sul e sudeste do país, para nossa surpresa, dos clubes de Porto Alegre somente o I.C.G. tem convenio com o JIC, menos mal que também somos sócios do Iate Clube Guaíba e por esta razão, nossa diária ficou em R$ 10,20.
Os banheiros que muito nos interessam, são grandes e impecavelmente limpos.
O bar aconchegante; restaurante com padrão excepcional.
Tem duas rampas, três guinchos, três tratores, diesel, gasolina, luz, água.
Serviços de mecânico, eletricista, marceneiro e reparos em fibra de vidro.

JOINVILLE É MAR

Navegando na baía da Babitonga sempre na direção W, ficam a Lagoa de Saguaçu e a cidade de Joinville.
E Joinville não apenas fica à beira-mar, mas sabe receber com hospitalidade que caracteriza a gente do mar, encostar o barco no trapiche do JIC é realmente um prazer.
Terra marcada pelo trabalho, pela vontade de realizar e empreender.
Maior cidade de Santa Catarina, hoje com mais de 450 mil habitantes.

JOINVILLE DOS PRÍNCIPES

Em 1851, o navio Colon passou em frente à povoação de São Francisco do Sul e seguiu adiante.
Cruzou a Lagoa de Saguaçu e subiu o Rio Cachoeira. A bordo, uma gente loira, de olhos azuis. Eram alemães, suíços e noruegueses que vinham para iniciar os trabalhos na Colônia Dona Francisca, um núcleo agrícola e industrial.
Um ano depois, a cidade passou a denominar-se Joinville.

VARIAÇÃO DA MARÉ

Algo normal, à medida que se navega para o N de nossa costa, aqui no JIC fica bem clara esta variação que chega a 1,8 metros, ao observarmos os pilares dos piers, (veja fotos), a foto com a maré cheia foi clicada as 13:00h. e a foto da maré baixa as 19:00h.

MARUIM OU MOSQUITO-PÓLVORA

Nem tudo são flores, para quem tem alergia à picada de insetos a região do JIC é um convite à tortura.
Maruim, nome em tupi de uma espécie de mosquito pequeníssimo, mas com uma picada muito dolorida. Díptero, membro da família Ceratopogonidae, suas larvas vivem na água doce ou salgada.
O cretino penetra pelo meio dos cabelos e por dentro das roupas, causando urticária com suas doloridas picadas.
O mosquito-pólvora (Maruim), é encontrado no interior, matas úmidas e brejos.
Possui este nome devido ao tamanho pequeno, e a cor que lembra um grão de pólvora (veja ilustração).
Ele é tão pequeno que passa entre as telas dos mosquiteiros de nossas gaiútas, vamos renovar nosso estoque de repelente, inseticida e poções que contenham Citronela.

E O PLANETA ÁGUA?

Ferido quase que mortalmente, só não incendiou porque ainda tem milhares de milhas a navegar.
Ficou aos cuidados do Moacir (eletricista), contratado para refazer parte da elétrica que ficou destruída com o curto circuito ocorrido no Capri.
Uma semana após meu retorno a POA, o telefone toca, do outro lado da linha o Moacir me diz:
Esta tudo certinho, testei tudo, ficou tudo OK; só tem um probleminha que não consegui resolver.
Qual Moacir, se está tudo OK?
O instrumento não funcionou... Chega a corrente 12V... testei... mas ele nada...
Para resumir, o Planeta esta no JIC em seco e novo instrumento já chegou lá via sedex e já que está fora d’água, resolvemos refazer a pintura de fundo.

Fernando Maciel
Veleiro Planeta Água-VDS

 

 

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