Cruzeiro
à Tapes 20Jan2004 No dia seguinte, após o café, seguimos em frente. Colocamos a mestra na primeira forra de rizos e a genoa 3 e entramos na Lagoa, com o vento em torno de 20 nós. A navegada estava tranqüila até o farolete da Ilha do Barbanegra, quando o vento apertou, aumentando para 25 nós, aproximadamente. Baixamos a genoa 3 e colocamos o tormentim, o que melhorou as condições de navegação, com velocidade em torno de 6 nós. O vento, que entrava pela bochecha, passou para través. As ondas passaram a vir de través, com quase dois metros, molhando velas, convés e a tripulação, que blasfemava como se estivesse possuída por mil demônios... Embora ainda sem o farolete, passamos o Pontal S. Antonio sem problemas e adentramos na baía onde se situa o Birú. Lá, encontramos as tripulações do Refúgio (Hélio e seu filho Geraldo) e do Virtú (Ceccon e Tartakowsky) assando um belo churrasco no convés da super-lancha Fairline 40´do Renato Plass ( D´ont Ask). Amarramos um cabo na popa do Virtú, pegamos a nossa carne e enturmamos no churrasco. Algum tempo depois, chegou o Jodan, com o J.Daniel, o Beto Biguá e o Cristian, que fez procedimento idêntico. Embora tenhamos levado comida e bebida, o Comte Renato colocou à disposição de todos a sua adega maravilhosa recheada de finos vinhos e cervejas geladíssimas de seus dois refrigeradores de bordo. A janta, com boa carne, boas bebidas, boa música em DVD e bom papo, encerrou com alguns Cohibas do Renato (dizem que da reserva pessoal d´El Comandante...). Já em hora
avançada, saímos para os respectivos barcos a fim de passar
a noite. Todos ancoramos afastados uns dos outros, com bastante lazeira,
pois o vento estava forte. Não sei se foi o churrasco ou a azeitona
do aperitivo, mas a ancoragem do Jodan não foi das melhores,
pois durante a noite ele garrou, passando por entre os outros barcos,
afastando-se quase 2 km baía afora. Não fora a providencial
urinada do seu Comte pela madrugada, ele teria chegado até Tapes
de ré...! Estávamos sem
GPS, mas seguindo as instruções do livro do Comte Geraldo
Knipling, achamos o Farolete do Hugo e do CNT sem problemas. Nunca ande
sem "O Guaíba e a Lagoa dos Patos" no barco. No sábado chegaram
o Lady Jany, com o Comte Renato, o Bolleto e o indefectível
Jamil, e o Titan, com o Comte Gadret e o Pfeiffer. O Virtú
e o Algazarra, dois Deltas 32´, saíram de volta
ao Birú, com intenção de entrar na Lagoa. O Algazarra
voltou com uma vela rasgada e o Virtú permaneceu no Birú. Esta semana aguardaremos tempo favorável para voltar e buscar nossos barcos. Mas esta será uma outra estória... |
Cruzeiro a Tapes II O Resgate
Depois de marchas e contramarchas, acertei com um companheiro, o Jorge, de trazer o Tobruk de Tapes neste fim-de-semana que passou, de qualquer maneira, com vento de qualquer direção e intensidade.
Pretendia ir para Tapes na 6ª. Feira à noite, trazer o barco no sábado e ficar no litoral fazendo média com a família no domingo e na segunda (feriado).
Como os tripulantes SEMPRE têm planos diferentes do comandante, a missão ficou adiada para domingo à noite, invertendo-se as atividades familiares.
Viemos com o carro do Jorge de Capão até P. Alegre, enfrentando engarrafamentos na Estrada do Mar e chuvas esporádicas. Aqui trocamos de carro, fomos com o meu até Tapes. Até aí a indiada de sempre...
A perspectiva começou a mudar após um lanche/janta na estrada, no Restaurante das Cucas, com um clássico pastel com café (manjar dos deuses).
Seguimos para Tapes já com tempo estável, chegamos ao CNT, paguei a conta da estadia (com uma dor no coração) e fomos para o trapiche, após estacionar o carro.
A noite estava maravilhosa, estrelada e com uma brisa de sudoeste que convidava a velejar. Pensamos na alternativa de velejar à noite até o Birú e sair de manhã direto de lá. Não obstante, decidimos dormir no CNT e sair cedo de manhã, mais descansados e com luz natural.
Acordamos às 6 hs. O nascer do Sol por detrás do molhe do CNT foi sensacional, valendo o cruzeiro a Tapes! Começamos a arrumar as bagagens e tralhas espalhadas pela cabine e cockpit e após iniciamos a operação de desatraque do barco. Uma leve brisa de sudoeste ajudava para que o fizéssemos sem dificuldades e sem perturbar os vizinhos que dormiam.
Saímos do clube às 7:30 hs. Seguimos a trilha das estacas até chegar na primeira delas que tem um balde verde em cima; aí infletimos para sul, por sobre o banco. A profundidade é em torno de 5 a 5.5 pés por um longo trecho.
Armamos as velas andando, vela grande e genoa 3, ambas veteranas (porque as novas são para regatas...) e pegamos um vento sudoeste na cara que foi aumentando gradativamente até uns 20 nós. Na altura do Farolete do Hugo, como o barco tendia a estolar o leme, colocamos a grande na primeira forra de rizos, o que estabilizou a navegada.
Seguimos assim até o farolete do Pontal S. Antonio, que cruzamos às 9:40 hs.. Ali tomamos o rumo 60° em direção ao farol de Itapuã. Neste rumo, o vento ficou em popa rasa. Armamos asa-de-pomba com a grande ainda rizada e genoa 3. Algum tempo depois, tiramos a forra de rizos da grande , mas não trocamos a genoa 3, por puro comodismo.
O vento estava acima de 20 nós, de sudoeste a sul, formando ondas enormes que faziam o Tobruk surfar a mais de 7 nós. Como a velocidade estava boa, sempre acima de 6 nós e a navegada confortável, não alteramos os panos. Chegamos e cruzamos o farol de Itapuã às 15:05 hs, após uma navegada maravilhosa na Lagoa.
Após passarmos o Farol, as ondas mudaram de formato e tamanho, mas o vento continuou o mesmo, com pequenas variações. Continuamos com o mesmo velame, e a mesma navegada tranqüila da Lagoa, cruzando a Chico Manoel às 16:41 hs., a Ponta Grossa às 17:45 hs., e concluindo este rush com a chegada no CDJ às 18:40 hs. .
De clube a clube, 11 horas e 10 minutos, sem balão e com genoa 3. Realmente, um recorde para um O´Day!
Epílogo: Agora só falta buscar o bendito carro em Tapes...!
Peixe Cascudo limpando
cascos em Tapes
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