Velejada de Primavera
Lestada na Lagoa dos Patos
Claudia Barth


O feriadão de finados foi uma boa oportunidade para dar uma esticadinha na Lagoa dos Patos e ir até o Porto do Barquinho. Os preparativos começaram algum tempo antes, ajeitando tudo para “enforcar” a sexta-feira e não dar furo no trabalho.

Além da nossa tripulação de fé, André, Claudia e Vitinho, juntou-se a nós uma tripulante muito especial, nossa prima Zuzu. Ela velejou com a gente na travessia até Santa Catarina há três anos, e agüentou “no osso” todas as dificuldades: ventos de 40 nós, ondas de 5 metros, água salgada respingando por tudo, noites mal dormidas fazendo os abomináveis quartos, água potável racionada, quatro dias sem tomar banho, enjoando e comendo club social com coca-cola.

Esse sufoco todo não é só a gente que sente, o barco também. Quebra alguma coisa aqui, outra ali, e não acaba mais. Fala sério, quem é que veleja e já não passou por isso? Pois é, taí a prima de novo, firme para mais uma empreitada.

Desatracamos o Victor (Fast 345) às 10 horas do dia 2 de novembro de 2006 e lá fomos nós curtir um “ventinho” de primavera. Claro que pegamos um vento sul de cara, em torno de 20 nós. Depois de passarmos a Ponta Grossa, subimos os panos e bordejamos até Itapuã. Chegamos lá às 3 horas da tarde e resolvemos tocar em frente. Na lagoa, continuamos bordejando até que o vento rondou para SE. Maravilha, foi um bordo só até Cristóvão Pereira, onde decidimos pernoitar. Fizemos uma bela velejada noturna, com uma lua quase cheia nos fazendo companhia e iluminando tudo. A propósito, as bóias luminosas que sinalizam as extremidades dos bancos São Simão e Cristóvão Pereira estavam apagadas.

Era 1 hora da manhã quando fundeamos no ancoradouro do Cristóvão Pereira, um bom abrigo para o vento SE. Jantamos uma deliciosa macarronada preparada pelo comandante e fomos dormir, felizes por termos escapado dos quartos durante a noite.

Pela manhã, num belo dia de sol, seguimos até o Porto do Barquinho. O vento continuava SE e nos arriscamos a subir o balão. Não demorou muito, o vento rondou para leste, e lá se foi nossa balonada.
Entramos no Porto do Barquinho sem encalhar uma só vez, estamos pegando o jeito. Paramos bem junto à margem do arroio, com a âncora de proa em terra, e outra na popa.

O vento leste não deu trégua. Além do vento forte, estava frio, pouco convidativo para um passeio pelo local. Aproveitamos para descansar, dormir e curtir o visual, que é muito bonito. O Porto do Barquinho tem uma fauna e flora muito ricas, vale a pena conferir.

Partimos no dia seguinte, apesar da vontade de ficar mais tempo. O vento leste chegou a 30 nós e nos proporcionou uma ótima velejada até a Praia do Sítio, onde fundeamos. Lá encontramos nossos amigos do Canibal, que estavam vindo de Tapes, e nos convidaram para um churrasco. Apesar do vento forte, foi uma noite muito agradável na companhia de bons amigos.

No dia seguinte, o vento chegou a 40 nós, e nossos amigos com um problema na adriça da genoa, acabaram encalhando na Coroa do Campista. Como sempre acontece nessas horas, foi uma confusão atrás da outra, e o vento empurrou-os para lá.
Após o desencalhe, nossos amigos nos acompanharam numa velejada com genoa rizada até o Veleiros do Sul, onde chegamos com muitas histórias para contar.

Velejando com meia genoa no ventão que chegou a 40 nós no Guaíba

 

Praia do Sítio

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