Décio Vaz Emygdio faleceu
Velejador, autor de "Lagoa Mirim, um paraíso ecológico"

Décio Vaz Emygdio, velejador de 57 anos, faleceu ontem (20/02/2004) em Jaguarão, RS. Escritor, Décio deixou uma obra cultural importante. "Lagoa Mirim, um paraíso ecológico" é um legado ímpar aos velejadores interessados na Lagoa Mirim. Apresentado sob forma de diário de bordo, a obra inclui fotos, cartas e tabelas. Muito mais do que informações sobre a navegação na Mirim, o livro reúne importante conteúdo histórico e cultural compilado de várias obras que garimpou.

Carlos Altmayer Gonçalves, o Comandante Manotaço, comenta que os velejadores de Pelotas e Rio Grande nunca pouparam elogios ao Décio. "Este livro é um legado à cultura gaúcha, pois aborda diversos aspectos históricos da navegação gaúcha, além de ser um bom livro de viagens a vela, de fácil e agradável leitura, e um bom roteiro para os que navegam pelas bandas da Lagoa Mirim", informa Manotaço.

Em 1.990 Décio abandonou os arrozais que administrava e dedicou-se à navegação e à literatura. Engº Agrônomo, desde setembro vinha lutando contra um câncer no cérebro. Sua segunda obra, dedicada à Lagoa dos Patos, já estava na gráfica para ser impressa, cfe notícia veiculada no jornal Zero Hora de hoje.

O livro do Décio, adquirido em Jaguarão, foi importante referência na navegada que fizemos com a Aline pela Mirim no ano passado. Segue trecho da matéria do popa Destino: La Charqueada, citando informação da obra.

Danilo Chagas Ribeiro
21/04/2004


Por que "Rio Branco", e não Río Blanco?
Do outro lado da ponte sobre o rio Jaguarão, em território uruguaio, está Rio Branco, uma cidade fundada no final do século XVIII com o nome de Arredondo.

Observe que "Branco" não é uma palavra da língua espanhola. A curiosidade está comentada no livro "Lagoa Mirim, um paraíso ecológico": da briga entre espanhóis e portugueses em 1750, ficou decidido que a Lagoa Mirim e seus afluentes pertenciam ao Brasil.

Em 1909 entretanto, sendo José Maria da Silva Paranhos o Ministro das Relações Exteriores, o Brasil cedeu parte da Lagoa Mirim ao Uruguai. Em 1915, em agradecimento, o Uruguai mudou o nome da cidade limítrofe com Jaguarão para Rio Branco.
Detalhe: o tal ministro era mais conhecido por Barão do Rio Branco.

"Lagoa Mirim, um paraíso ecológico"
Décio Vaz Emygdio
6ª edição, Jun 2000, 268 páginas
Editora Livraria Mundial, Pelotas

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