Iniciação Profissional em Trabalhos Náuticos
Tau Golin
Jan 2005 Este ano parece ser auspicioso para a região de Passo Fundo, Marau e Mato Castelhano e, por dedução, para o norte-noroeste -, pois o Clube Náutico Capingüi acaba de ser habilitado como Unidade Gestora juntamente com a sua Escola de Vela e Navegação pelo Projeto Escola de Fábrica do MEC, de cunho educativo-profissionalizante. Dessa forma, se capacitou tanto para elaborar e desenvolver o projeto Navega Capingüi quanto ao seu cunho pedagógico dos cursos como para treinar os instrutores, selecionar os alunos, fiscalizar o funcionamento das demais unidades formadoras, acompanhar os egressos e certificar os alunos. No projeto Navega Capingüi, as atividades principais dos alunos estarão voltadas pedagogicamente para a habilitação do mundo do trabalho de marinharia, condução e manutenção de embarcações. A construção de embarcações e os demais conhecimentos correspondem às habilidades agregadas, um plus para o eixo fundamental do aprendizado, mas que poderá motivar aos alunos interesses de aprofundamento posterior e a convivência em ambientes de produção, a exemplo da construção de embarcações e motores. A liderança do Clube Capingüi, e em particular da trajetória pioneira da Escola de Vela e Navegação, possibilitou que ele possa, agora, com a chancela do MEC, aglutinar várias instituições públicas e comunitárias, bem como empresas da região para que, todas juntas, efetivem o projeto Navega Capingüi, que objetiva, pelo seu caráter profissionalizante, capacitar alunos de baixa renda para o trabalho no mundo náutico, possibilidade aberta no norte do Rio Grande do Sul pala construção de diversas barragens e que se ampliará com outras já projetadas. O objetivo geral, portanto, é oportunizar a formação náutica profissionalizante e o conhecimento da vela para adolescentes e jovens até 21 anos, além de formar monitores para dar prosseguimento ao ensino da navegação e, conseqüentemente, constituir flotilhas para participar do esporte náutico, a exemplo de regatas. Especificamente, os objetivos do projeto Navega Capingüi são os seguintes: - Formar um grupo de monitores advindos da Educação Física para disseminar o ensino náutico e a prática da vela na metade norte do Rio Grande do Sul. - Preparar os alunos de baixa renda da rede pública para o trabalho náutico, desenvolvendo agregadamente os conhecimentos de legislação, de construção de embarcações e do conserto de motores. - Conscientizar os alunos da importância da preservação ambiental. - Possibilitar o contato dos alunos com a natureza visando a formação pessoal e humana. - Aumentar a auto-estima, autoconfiança e criatividade. - Incentivar o espírito de grupo e o companheirismo. - Aumentar a capacidade de concentração, de atenção e de raciocínio. - Desenvolver as habilidades motoras, como a coordenação, a lateralidade, o equilíbrio e a noção espaço-temporal. - Desenvolver os aspectos da responsabilidade através do cumprimento de tarefas variadas. Já na sua implantação, o Navega Capingüi distribui renda, pois o MEC fornece bolsa individual de aproximadamente meio salário mínimo durante seis meses, período de duração do Curso, com turmas de 20 (vinte) alunos. As instituições gestora e formadora recebem em torno de 45.000 reais para executar o projeto. No momento, estamos em conversação com as prefeituras da região para ingressarem como parceiros com as seguintes atribuições: 1) Seleção dos alunos de baixa renda na rede pública em parceria com a coordenação do Navega Capingüi. 2) Se for de interesse, indicar professor(a) de Educação Física para coordenar e supervisionar as atividades dos alunos. 3) Fornecer transporte escolar para os alunos para as aulas de navegação até a Barragem do Capingüi. 4) Fornecer transporte ou passagem escolar aos alunos para as aulas na Fábrica de Fibras, na Fábrica de Ferragem Náutica e na Universidade de Passo Fundo (Engenharia Mecânica motores náuticos, Educação Física, Biologia Meio Ambiente e História). P.S. Estes valores podem ser buscados também na iniciativa privada. 5) Fornecer os lanches aos alunos. Além dos recursos legais que o Poder Público pode obter com sua inclusão no projeto, todos os parceiros terão suas contrapartidas reconhecidas em forma de divulgação e materiais públicos de publicização. Os barcos construídos manterão a marca dos parceiros enquanto existirem, ficando adstritos eternamente à Escola de Vela do Clube Náutico Capingüi, que se responsabilizará pela sua conservação e os manterá no ensino de vela e navegação. Estima-se a utilização média de um veleiro em 20 anos, podendo chegar a indestrutibilidade desde que recebendo permanente manutenção. Todos os parceiros participarão do plano de comunicação do projeto. Diante do exposto, estamos a disposição para maiores esclarecimentos sobre o projeto, como também para realizar assessoramento aos clubes e escolas de vela que tenham interesse em seguir o mesmo caminho. Segundo conversa com o MEC, existe o interesse em socializar essa experiência, juntamente com o Projeto Grael, que também foi selecionado para a Escola de Fábrica, e que, na verdade, é o pioneiro e a bússola dessa concepção de ensino de vela. Um abraço e bons ventos para nós.
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