Cruzeiro-Regata Porto Alegre-Rio Grande - Bicentenário Almirante Tamandaré
O Mais Longo Evento Náutico do Hemisfério Sul em água doce

ARO
Mineração

 

De arrepiar os cabelos
Um recorde no mais longo evento do sul do planeta doce
Danilo Chagas Ribeiro

26 Mar 2007
E
m breve pronunciamento no Veleiros do Sul, na noite de uma quinta-feira, 22 de março de 2007, o Capitão-de-Mar-e-Guerra Geraldo Lavigne, Capitão dos Portos do RGS, declarou oficialmente aberto o Cruzeiro-Regata Porto Alegre - Rio Grande. A campeã estadual (feminina) de vela Anelize Caminha, madrinha do Cruzeiro-Regata recebeu flores e desejou o sucesso da velejada. Todos ergueram um brinde ao evento com o tríplice hip hip hurra, ao som da banda da Brigada Militar que tocava para o público. O embarque das tripulações começou logo em seguida. Os trapiches estavam lotados, com amigos e familiares despedindo-se dos participantes.

Em torno de 50 veleiros circulavam junto ao navio Comte Varella da Marinha, ao largo do Veleiros do Sul, aguardando a largada. A noite estava agradável, e o vento ameno.

A banda tocava o Cisne Branco, hino da Marinha, a bordo do navio. Tocava agora para os velejadores embarcados. As velas dos barcos foram iluminadas com lanternas. As instruções da largada pelo rádio e a sinalização pelo apito do navio atiçavam aquelas mais de 200 pessoas embarcadas, e outras tantas em terra.

A madrinha puxou o gatilho do fuzil a bordo do navio, dando a largada. Baterias de foguetes pipocaram no céu. Por fim, fogos de artifício iluminaram o céu, encerrando as festividades da largada. Mesmo comandantes tidos como frios ou indiferentes declararam ter ficado arrepiados durante os procedimentos da largada. Foi uma bela festa. Uma largada marcante para um evento que não ocorria há 10 anos.

Aquilo era só o começo do mais longo evento náutico do hemisfério sul em água doce. A velejada das 24 milhas náuticas até Itapuã ocorreu com ventos favoráveis. Foi uma navegada tranqüila pelo mesmo Guaíba por onde já haviam passado outras edições do evento, desde 1954. Em uma delas, possivelmente na última, em 1997, os velejadores assustaram-se com uma rajada de tiros vinda da Ilha das Pedras Brancas, onde funcionava um presídio.

As luzes de todos aqueles barcos fundeados na Praia do Sítio, junto ao Farol de Itapuã, pareciam as de uma cidade. A noite estava calma. Pela manhã tivemos a re-largada. O vento era fraco, mas favorável. Aos poucos os barcos foram espalhando-se pela lagoa. Havia muitos balões içados até o início da noite (foto abaixo). Mas já na metade sul da Lagoa dos Patos, o vento entrou do sul devido à chegada de uma frente com ventos de até 15 nós (20 nas rajadas). Alguns barcos abrigaram-se no Bojuru, mas a maioria seguiu até o Canal da Feitoria, onde chegaram ao amanhecer. As quilhas de alguns barcos ficaram presas em redes de pesca durante a noite, na metade sul da lagoa, em que pese o evento ter sido anunciado no Aviso aos Navegantes.

Durante todo o percurso um navio e três lanchas de apoio da Marinha do Brasil estiveram presentes. Um helicóptero esteve em "Alerta 30" durante todo o evento (ao alcance de qualquer ponto em 30 minutos). Duas viaturas foram mobilizadas para eventual suporte por terra. A organização do Cruzeiro-Regata manteve 5 embarcações a motor em prontidão ao longo do percurso.

A Marinha participou ativamente, oferecendo, de ajuda mecânica a suporte médico, e de segurança e informação, ao som da banda dos Fusileiros Navais.

A recepção no Rio Grande Yacht Club foi calorosa. Imagine atracar 50 barcos extras em um clube náutico. Os trapiches estavam completamente lotados. No domingo ocorreu a última atividade do programa: um desfile no porto velho de Rio Grande (foto ao lado). Estava muito bonito. O almoço foi festivo, com saborosas anchovas assadas em fogo de chão, seguido da premiação de mais de 200 partipantes.

Não tivemos nenhum acidente e as poucas dificuldades foram logo solucionadas, como um caso de hipotermia e panes mecânicas. O evento bateu o recorde de barcos participantes na Porto Alegre - Rio Grande em todos os tempos (a última teve 16 barcos). Dentre os mais de 50 veleiros, de 17 a 77 pés, tivemos tripulações de nível profissional e tripulações exclusivamente familiares. Tivemos a participação de barcos a motor também.

O sucesso do Cruzeiro-Regata Porto Alegre-Rio Grande 2007 deve-se ao trabalho dedicado de colaboradores do Popa.com.br e também do Rio Grande Yacht Club, que se reuniram dezenas de vezes durante quase um ano para equacionar e resolver dificuldades que pareceram por vezes intransponíveis. Além destes, tivemos também colaboradores que trabalharam decisivamente nos últimos meses da preparação do cruzeiro. Dos 18 aos 81 anos de idade, todos trabalharam brincando. Mais importante do que o recorde no número de barcos no mais longo evento do hemisfério sul em água doce, é o recorde, certamente, de dedicação no trabalho destes velejadores.

Contamos também com o importante apoio do Veleiros do Sul que operacionalizou o evento em Porto Alegre, e de patrocinadores que supriram as despesas. A todos que se empenharam no sucesso do Cruzeiro-Regata Porto Alegre - Rio Grande, e aos participantes, nosso muito obrigado.
Na foto acima, o belo Rio Grande que vimos na chegada, a bordo do Charlie Bravo.

Fotos: Rafael Britto e Danilo Chagas Ribeiro

Em breve, as imagens e as histórias


Iniciativa - Marinha do Brasil
Realização - Popa.com.br
Autoridade Organizadora - Rio Grande Yacht Club
Apoio - Veleiros do Sul

 

 

Comentários: info@popa.com.br

 

 

 

 

 

 

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