CRIC - Convênio de Resgate Interclubes
Otimizando o auxílio a navegadores
Danilo Chagas Ribeiro

Os clubes náuticos gaúchos formaram um convênio para facilitar o resgate de associados desde o Rio Jacuí, incluindo o Delta, o Rio Guaíba, a Lagoa dos Patos e o Rio Jaguarão junto à Lagoa Mirim. O objetivo é agilizar o resgate através do clube mais próximo à embarcação em dificuldades, reduzindo-se o tempo para o auxílio e os custos da operação.

O auxílio pode significar apenas informação, como também o suprimento de materiais e combustível, translado de vítimas, e até reboque.


Emilio Oppitz, do CNT, Beto Goidanich, do CDJ, e Cesar Rostirola do CDJ

Economia
"Muitas vezes o reboque até um clube próximo da embarcação em pane pode ser o suficiente", disse Carlos Humberto Goidanich, o idealizador do Convênio, lembrando que uma peça substituída nas proximidades pode resolver o problema, sem precisar deslocar um barco de auxílio desde o clube de origem.

Jorge Lessa, o fundador da Marina do Lessa, em Belém Novo, zona sul de Porto Alegre, afirma que em certos casos é preciso apenas experiência para resolver o problema. Lessa é o navegador que mais resgate faz por estas bandas. Citou o caso de um velejador a quem prestou auxílio no Arroio Araçá, neste Verão. Aproximou-se do veleiro encalhado e puxou a adriça até o veleiro inclinar o suficiente para afastar o patilhão do fundo do arroio e permitir o desencalhe. Imagine fazer uma embarcação do clube de origem, por vezes distante, ir até o local para prestar um socorro como este...


Dedá, do CDJ

Contatos
Há casos em que o navegante sabe da existência de um clube nas proximidades. Mas quem chamar? Em que telefone? O VHF nem sempre resolve, principalmente à noite. O CRIC está compondo uma planilha com os telefones e outras informações dos clubes e de seus associados, de forma a poder repassar a quem precisar do auxílio. A idéia é divulgar os telefones de alguns membros do CRIC que providenciarão os contatos para o resgate.

Entidades Participantes
A maioria dos clubes integrantes já passou os dados ao CRIC e tem participado das reuniões. A entidade conveniada mais ao sul é o Clube Náutico de Jaguarão, no Rio Jaguarão, afluente da Lagoa Mirim. A oeste, está sendo mantido contato com navegadores baseados em Rio Pardo.
No Delta do Jacuí, temos o Navegantes São João. Entre a Usina do Gasômetro e a Ponta Grossa estão o Veleiros do Sul, o Clube dos Jangadeiros e o Iate Clube Guaíba. Mais ao sul, ainda no Guaíba, temos a Marina do Lessa e o Clube Náutico Itapuã. No norte da Lagoa dos Patos, quase na Lagoa do Casamento, está o Condomínio Esmeralda. Na Lagoa dos Patos temos o Clube Náutico Tapense, e também com possibilidade de inclusão do Iate Clube de S. Lourenço do Sul. Junto ao canal S. Gonçalo está o Veleiros Saldanha da Gama, e em Rio Grande, o Rio Grande Iate Clube.


Tina, do CNI

Apoio da Marinha
Em 28 de Abril de 2005 ocorreu a segunda reunião do grupo fundado em Março de 2005, formado por representantes de diversos clubes náuticos. O evento realizado no clube dos Jangadeiros foi prestigiado pelo Capitão-de-Fragata Nelson, delegado da Delegacia da Capitania dos Portos em Porto Alegre, que expôs sobre temas de interesse do Convênio. A Delegacia, explicou o Comte Nelson, faz parte do Salvamar, um órgão da Marinha destinado ao resgate e auxílio. Em Porto Alegre a Marinha conta com duas lanchas, atendendo a região de P. Alegre até Tapes. Dali até Rio Grande, o atendimento é feito pela Capitania, em Rio Grande. O Delegado ilustrou a atuação da Salvamar contando de um veleiro francês com pane sêca ao norte de Fortaleza, que recebeu ajuda de um navio por solicitação da Salvamar.


Paulo Castro, do CNT, Schmit do ICG, e Roger do VDS

Disponibilidade dos Bombeiros
Também esteve presente à reunião do Convênio de Resgate Interclubes o Capitão Jefferson, do Corpo de Bombeiros, representando o SGBS - Sub Grupamento de Busca e Salvamento. O Capitão, que comanda o grupo de mergulhadores, informou que podem prestar auxílio cedendo mão de obra para resgates, incluindo mergulhadores. Colocou à disposição também embarcações miúdas com motor de popa e um jet-ski. A embarcação maior encontra-se em manutenção. O SGBS tem sede no cais do Porto de Porto Alegre. Podem acionar aeronaves, inclusive helicópteros. Os aviões Ximango têm auxiliado no resgate a embarcações, posicionando-se sobre elas para orientação do auxílio vindo por água.

Definindo repasse de valores
O CRIC ainda não está operando. Alguns detalhes, como o repasse de custos operacionais, está sendo estudado. As despesas de quem prestar o resgate serão repassadas ao clube do associado e não ao socorrido. O Convênio apenas coordenará a operação, sem nenhum envolvimento financeiro, portanto. Os valores serão definidos provavelmente em função da distância de deslocamento e do tempo dispendido.

O grupo está sendo coordenado pelo Comandante Cesar Rostirola Mareblu e pelo Comandante Carlos Humberto Goidanich RaspaJunco. Ambos são velejadores experientes e que já participaram de diversas operações de resgate.

Entidades interessadas em participar do convênio podem entrar em contato.

 


Modestas cenas de vídeo mostrando a reunião de
constituição do CRIC, em 10 de Março de 2005,
no Clube dos Jangadeiros (4,7MB / 2:30min)

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A logotipia do CRIC é de autoria do Com. Antônio Joaquim Machado Tobruk CDJ

 

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03-05-05 Cmte Manotaço VDS
Na Argentina, existe algo semelhante, a nível de clube. Há um grupo de sócios, escolhidos por sua experiência náutica. Cada fim de semana ou feriado, um deles desempenha o papel de "oficial do dia".É responsável por tudo que ocorre no clube, em termos de náutica. Este sistema existia no Veleiros do Sul, aí por 1945.
Seria uma boa idéia ter uma "brigada" de voluntários, para atuar em situações de emergência, já que a maioria dos fatos que necessitam atendimanto, ocorrem em fins de semana ou feriados. Imagine o telefone da secretaria do clube atendendo um pedido de resgate, demoraria algum tempo até o chamado atingir ouvidos capazes de tomar alguma atitude. Daí a importância duma organização terrestre, com telefones de contato, etc.