Peripécias do Veleiro Malibú
A simples tarefa de carenar um barco pode parecer extremamente simples para o cidadão acostumado com toda uma estrutura disponibilizada por um clube de médio pra lá.
Agora, o tempo enfeia quando ao optar por água limpa e bom vento abre-se mão das facilidades dos grandes centros.
O Malibú é um valente Scorpio 26 de bolina e mastro rebatível, atracado na Marina do "Lagoa da Pinguela Iate Clube", na BR 101, uns 20 km ao Norte de Osório, RS.
Bueno, a empreitada foi toda baseada na realidade de contar apenas com uma rampa, uma carreta rodoviária de Bruma 19, 4 palanques e orçamento mais do que enforcado.
A idéia foi...
·
Remover Mastro, bolina, leme e motor;
·
Retirar o Malibú da água com a carreta de Bruma mesmo (foto abaixo), que apesar de ser reforçada é de apenas 1 eixo;
·
Posicionar o querido entre os palanques;
·
Passar um cabo de 12mm pelo casco;
· Macaquear o barco até uma altura confortável pra lida;
·
Tirar a folga dos cabos;
· Baixar o macaco e observar o barco penduradito no más;
·
Entrar com lava-a-jato;
·
Lixa 60, depois 100 bem de leve;
·
Intertuff, Intermarine e água.
Previsão: 3 finais de semana de trabalho!
O que não deu...
·
O trator simplesmente não conseguiu puxar a carreta;
·
O primeiro macaco hidráulico tinha um curso muito pequeno, uns 6 cm
·
O segundo macaco hidráulico explodiu e lambuzou o barco todo com fluído.
·
O cabo de 12 mm foi elástico demais, incompatível com o quanto consegui levantar o barco com o macaco. Depois de 1 dia de trabalho, ao soltar o barco dos sólidos calços de madeira, o barco voltou até o nível da carreta.
·
A porcaria do lava-a-jato entupiu
· Agüentar um palpite de um certo engenheiro, que dizia... “isso é barbada, é só colocar um Servo eletro-hidráulico que o barco vai lá pra cima em dois toques” O Jeito foi...
·
Alinhar uma caminhonete pra ajudar o trator na rampa;
·
Utilizar um macaco hidráulico do tipo “jacaré”, (que também passou sufoco);
·
Fixar com abraçadeiras de poste de luz correntes nas extremidades dos palanques
·
Ao invés do cabo 12 mm, duas cintas de nylon para 2ton; (Compradas em agropecuária por 23 pila cada).
·
Criar uma peça no formato de manilha pra corrente pegar as cintas
·
Antes de soltar o barco dos sólidos calços de madeira, esticar o conjunto Cinta-Corrente com um esticador de arame, deixando tudo o mais tensionado possível, evitando a perda de altura. Na emenda das correntes, manter sempre 1 parafuso de segurança mesmo que solecado.
·
Não pensar no tal Servo eletro-hidráulico e muito menos no palpiteiro
O que não deu novamente
· As correntes foram fixadas na abraçadeira de poste através de parafuso, o primeiro elo acabou trincando, por forcejar meio atravessado
Daí pra frente foi o de praxe, muita lixa e pó sempre nas piores posições possíveis...
Mas uma coisa dá pra dizer o serviço está ficando feito e com todo cuidado, coisa de dono mesmo...
|
"Sólido conjunto"
Bolina
Berço
Cintas e correntes
Veja o projeto para a implantação dos postes