Peripécias do Veleiro Malibú (em terra)
Manutenção sem infra-estrutura
Lidson Cancela*
Participação de Carlos Alfredo Muller

 

   

A simples tarefa de carenar um barco pode parecer extremamente simples para o cidadão acostumado com toda uma estrutura disponibilizada por um clube de médio pra lá.

 

Agora, o tempo enfeia quando ao optar por água limpa e bom vento abre-se mão das facilidades dos grandes centros.

 

O Malibú é um valente Scorpio 26 de bolina e mastro rebatível, atracado na Marina do "Lagoa da Pinguela Iate Clube", na BR 101, uns 20 km ao Norte de Osório, RS.

 

Bueno, a empreitada foi toda baseada na realidade de contar apenas com uma rampa, uma carreta rodoviária de Bruma 19, 4 palanques e orçamento mais do que enforcado. Da outra vez a carreta era mais reforçada (foto ao lado).

 

A idéia foi...

 

·         Remover Mastro, bolina, leme e motor;

·         Retirar o Malibú da água com a carreta de Bruma mesmo (foto abaixo), que apesar de ser  reforçada é de apenas 1 eixo;

·         Posicionar o querido entre os palanques;

·         Passar um cabo de 12mm pelo casco;

·        Macaquear o barco até uma altura confortável pra lida;

·        Tirar a folga dos cabos;

·        Baixar o macaco e observar o barco penduradito no más;

·         Entrar com lava-a-jato;

·         Lixa 60, depois 100 bem de leve;

·         Intertuff, Intermarine e água.

 

            Previsão: 3 finais de semana de trabalho!

   

O que não deu...

 

·         O trator simplesmente não conseguiu puxar a carreta;

·         O primeiro macaco hidráulico tinha um curso muito pequeno, uns 6 cm

·         O segundo macaco hidráulico explodiu e lambuzou o barco todo com fluído.

·         O cabo de 12 mm foi elástico demais, incompatível com o quanto consegui levantar o barco com o macaco. Depois de 1 dia de trabalho, ao soltar o barco dos sólidos calços de madeira, o barco voltou até o nível da carreta.

·         A porcaria do lava-a-jato entupiu

·        Agüentar um palpite de um certo engenheiro, que dizia... “isso é barbada, é só colocar um Servo eletro-hidráulico que o barco vai lá pra cima em dois toques”

O Jeito foi...

 

·         Alinhar uma caminhonete pra ajudar o trator na rampa;

·         Utilizar um macaco hidráulico do tipo “jacaré”, (que também passou sufoco);

·         Fixar com abraçadeiras de poste de luz correntes nas extremidades dos palanques

·         Ao invés do cabo 12 mm, duas cintas de nylon para 2ton; (Compradas em agropecuária por 23 pila cada).

·         Criar uma peça no formato de manilha pra corrente pegar as cintas

·         Antes de soltar o barco dos sólidos calços de madeira, esticar o conjunto Cinta-Corrente com um esticador de arame, deixando tudo o mais tensionado possível, evitando a perda de altura. Na emenda das correntes, manter sempre 1 parafuso de segurança mesmo que solecado.

·         Não pensar no tal Servo eletro-hidráulico e muito menos no palpiteiro

 

O que não deu novamente

 

·        As correntes foram fixadas na abraçadeira de poste através de parafuso, o primeiro elo acabou trincando, por forcejar meio atravessado

 

 

Daí pra frente foi o de praxe, muita lixa e pó sempre nas piores posições possíveis...

 

Mas uma coisa dá pra dizer o serviço está ficando feito e com todo cuidado, coisa de dono mesmo...

 

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(*) Lidson Cancela fez parte da primeira tripulação do NV Cisne Branco

 

"Sólido conjunto"

 

Bolina

 

Berço

 

Cintas e correntes

 

 

 

Veja o projeto para a implantação dos postes