A Bandeira Nacional
Augusto Chagas

  


“Auriverde pendão da minha terra…”
Castro Alves

 

 

 Comemora-se o Dia da Bandeira em 19 de novembro devido ao fato de ter sido desse dia o decreto que a criou. Era o decreto de número 4, de 19 de novembro de 1889, assinado às 12 horas, razão pela qual ela é hasteada ao meio dia nessa data.

Proclamada a república fazia-se necessário novos símbolos: bandeira, hino, escudo de armas e selo.

 

 

 

 Foi apresentada ao governo uma bandeira totalmente diferente da Bandeira do Império, inclusive esta bandeira existiu entre 15 e 19 de novembro.  Era parecida com a dos Estados Unidos, listras verdes e amarelas com um retângulo azul com as estrelas.              

 

 

 

Deodoro da Fonseca que tão duramente aprendera a amar a bandeira do império não quis que este símbolo se perdesse completamente: “não chefiei um movimento revolucionário contra o Brasil e suas tradições”. O Marechal, inclusive, perdera na Guerra do Paraguai três irmãos sendo que o mais moço, o Alferes Afonso Aurélio morrera empunhando o pavilhão como Porta-Bandeira de seu batalhão.

No decreto redigido por Rui Barbosa, foram mantidas as antigas cores nacionais que, independente da forma de governo, simbolizam a perpetuidade e a integridade da Pátria. Foi substituída, porém, a esfera anular do império por uma esfera celeste.

O projeto da nova bandeira foi idealizado por Raimundo Teixeira Mendes em colaboração com Miguel Lemos, desenhada pelo pintor Décio Villares e proposta ao Governo Provisório da República por Benjamim Constant. Nela deveria constar em destaque um dos já símbolos da pátria, o Cruzeiro do Sul por evocar os primeiros nomes que nossa pátria recebeu como Vera Cruz e Santa Cruz.

Todos os elementos que compõe o pavilhão foram dimensionados neste decreto como por exemplo a relação entre a largura e o comprimento que é de 14 para 20 módulos.

A esfera celeste representa o céu no Rio de Janeiro no dia 15 de novembro de 1889, dia da proclamação, sendo escolhida a hora das oito e trinta da manhã para que o Cruzeiro do Sul se encontrasse no meridiano do lugar e portanto mais ou menos no centro da esfera. O número era de 20 estrelas, uma para cada estado e mais uma estrela representando o Município Neutro depois chamado de Distrito Federal.

 

Para posicionar as estrelas foi chamado o astrônomo Manoel Pereira dos Reis que fez um trabalho notável. Para conferir a posição das estrelas usamos um programa de computador que, na hora e data do decreto, nos deu o céu que acompanha esta matéria.

Uma coisa que nos intrigou foi que as estrelas foram posicionadas sendo vistas de cima para baixo na vertical do zênite do local. Na verdade, como a esfera simboliza a esfera celeste a estamos vendo como se estivéssemos fora dela. Comparando o céu que aparece na bandeira com o céu do dia temos um posicionamento espelhado, porém, se nos considerarmos observadores da terra, que está no centro da esfera a posição das estrelas estará correta.

As estrelas são desenhadas de quatro tamanhos conforme a sua grandeza, sendo que hoje depois de alguns acréscimos somam 26, sendo o nosso estado representado pela estrela Átria, Alpha do Triângulo Austral. Nos subsequentes acréscimos o posicionamento continuou a respeitar o céu do dia. 

 

 

O Distrito Federal é a Sigma da constelação do Octante que no céu de Porto Alegre está permanentemente, isto quer dizer dia e noite, no azimute de 180° e numa altura de 30° do horizonte. Esta estrela corresponde no Hemisfério Sul à estrela Polar, só que sendo de pequena grandeza não é vista a olho nu. Se fosse, teríamos uma referência muito boa para as nossas navegações.

A faixa branca corresponde à eclítica, faixa no céu por onde transitam os planetas do nosso sistema e o próprio sol. O dístico “ORDEM E PROGRESSO” é a síntese do Positivismo sistema filosófico que muito influenciou os homens que contribuíram para a implantação do Regime Republicano no Brasil. É o resumo da frase de Augusto Comte: “O AMOR POR PRINCÍPIO, A ORDEM POR BASE E O PROGRESSO POR FIM”.

Augusto Chagas

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[popa] Nós navegadores temos mais contato com a bandeira nacional do que a população em geral. Levamos a bandeira içada em cada navegada. Veja abaixo informações sobre a bandeira nacional a bordo.

NORMAS E MATERIAIS DE SEGURANÇA E NAVEGAÇÃO PARA EMBARCAÇÕES

NORMAM03 - CAP 4

NORMAS DE TRÁFEGO E PERMANÊNCIA

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0402 - USO DA BANDEIRA NACIONAL

As embarcações de esporte e/ou recreio, exceto as miúdas, inscritas nas CP/DL/AG ou registradas no TM, deverão usar na popa a Bandeira do Brasil nas seguintes situações:

a) na entrada e saída dos portos;

b) quando trafegando à vista de outra embarcação, de povoação ou de farol com guarnição;

c) em porto nacional, das 08:00 horas ao pôr-do-sol; e

d) em porto estrangeiro, acompanhando o cerimonial do país.

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CERIMONIAL DE BORDO
O CERIMONIAL DA BANDEIRA

Os navios da Marinha do Brasil, quando em contato com terra (atracados, fundeados ou amarrados), arvoram a Bandeira Nacional no pau da bandeira, na popa.

Ao suspenderem, no instante em que é desencapelada a última espia ou o ferro arranca ou é largado o arganéu da bóia, a Bandeira é arriada na popa e içada, em movimentos contíguos, no mastro de combate, mas de forma que nunca deixe de estar içado o Pavilhão Nacional. Não há cerimonial, nessas ocasiões,

A Bandeira do Cruzeiro, que é arvorada no pau do jeque, acompanha os movimentos da Bandeira Nacional na popa. Ou seja, é içada e arriada junto com esta.

O Pavilhão é içado às oito horas da manhã e arriado exatamente na hora do pôr-do-Sol. O Cerimonial consta de sete vivas com o apito do marinheiro e das continências de todo o pessoal. Quem estiver cobertas abaixo, permanece descoberto e em silêncio, atento. O cerimonial do arriar é maior e consta de formatura geral da tripulação. Após o arriar, é costume o cumprimento geral de "boa-noite" entre todos os presentes, sendo primeiramente dirigido ao Comandante.
https://www.mar.mil.br/menu_v/tradicoes_do_mar/cerimonial_bandeira.htm

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CERIMONIAL DE BORDO
BANDEIRA A MEIO-PAU

Nos navios da Marinha não se usa as denominações de "mastros" de bandeira, nem do jeque: a nomenclatura correia é nomeá-los o "pau da bandeira" e o "pau do jeque", mesmo que sejam metálicos. O distinto, na Marinha, segundo a tradição, é que sejam de madeira e envernizados.

Desta forma, o termo bandeira a meio-pau é a expressão que corresponde à Bandeira Nacional içada a meio-mastro. O jeque acompanha a Bandeira Nacional, a meio-pau. E o sinal de luto.

O costume teve origem na antiga marinha a vela. Era usual que os navios, como mostra de pesar pela morte de uma personalidade, desamantilhassem as vergas, de modo a deixá-las desalinhadas e pendentes, em diferentes ângulos, e com todos os cabos de laborar, de mastros e vergas folgados e pendentes. A mostra de pesar consistia neste aspecto de desleixo, por tristeza. O Pavilhão também era arriado a meio-pau.
https://www.mar.mil.br/menu_v/tradicoes_do_mar/cerimonial_bandeira_meio_pau.htm