Conta todas, vovô
Jorge Vidal
Uma marina no Parque Gigante
Fui Conselheiro do Esporte Clube Internacional, de Porto Alegre, durante
20 anos. Comecei ainda no Estádio dos Eucaliptos, de grandes glórias. Cada vez que ganhávamos um jogo, à noite íamos festejar no restaurante do China Gorda, ali bem próximo do estádio. Por mais uma vitória, comíamos, durante a nossa festa, a tradicional galinha à molho pardo, que o próprio China fazia. Não tinha outra igual, sem contar que ele era uma figura genial. Espirituoso, encontrava explicação para tudo. Como ocorreu certa ocasião em que morreram três veados em Porto Alegre numa mesma semana. Quando o China soube, apavorou-se, dizendo que havia uma piroca envenenada na cidade... Nosso presidente do Conselho do Internacional era o Dr. Osvaldo de Lia Pires, que presidia as reuniões com rara desenvoltura. Sabia organizar eficientemente os trabalhos e mantinha uma ordem impecável. Grande habilidade e autoridade. Lembro-me também com saudades do Dr. Paulo Feijó. Quando ingressei no Conselho, o presidente do Internacional era o saudoso Salvador Lo Pumo. Grande e dedicado colorado, sabia como poucos solicitar aos seus companheiros de diretoria e aos conselheiros uma mãozinha para o “caixa do clube”. Nessa tarefa o ajudava seu tesoureiro, Rafael Strougo, outro sábio na matéria. Na criação do Parque Gigante, fui procurado pelo meu querido e velho amigo Frederico Arnaldo Balvé, então presidente, para opinar sobre a possibilidade da construção de uma marina junto à área do Parque Gigante, nas margens do Guaíba. Estivemos inclusive no local. Era Diretor na época, se não me falha a memória, o querido Léo Centeno. O Internacional pensava criar um departamento náutico, pois tinha a vantagem de estar na beira do rio. Era bem viável, desde que fosse construído um molhe de pedras para abrigar os barcos do vento sul e do oeste, enfim do nosso famoso Minuano. Isso feito, estaríamos criando um excelente e bem abrigado ancoradouro. Em outra ocasião também fui consultado pelo ex-presidente e amigo Marcelo Feijó sobre o assunto, mas não deu em nada. Uma lástima que o Internacional não tenha aproveitado essa vantagem e criado o departamento de náutica. Meu velho e querido amigo Arthur Dallegrave, atual vice-presidente, poderia pensar novamente nessa possibilidade. O Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense também poderia fazer, em sua área fronteira ao Guaíba, na baía do Cristal, defronte ao Jockey Clube, uma marina, pois a área se presta, e muito, para tal. Mas... como são clubes de futebol, ... |