Conta todas, vovô
Jorge Vidal
Grandes encontros em São Lourenço do Sul
A turma de velejadores de Rio Grande, Pelotas e o pessoal de São Lourenço
do Sul, por volta de 1967-1968, capitaneados pelo Henrique José da Fonseca, mais conhecido como Foquinha, então diretor da Cia. Ipiranga de Petróleo, junto com sua esposa, Maria Carmem, e os filhos, iniciaram um movimento de congraçamento anual do pessoal da vela da zona sul do Rio Grande do Sul durante a semana do carnaval. Inicialmente, não existia a sede do Yate Clube de São Lourenço. Mas, no local em que hoje se encontra essa sede, bem na foz, eles se reuniam para, entre outras coisas, comer melancias. O pessoal de Porto Alegre – do Veleiros do Sul, do Jangadeiros e do Yate Clube Guaíba –, a partir de 1970/71, começou a participar também. Frederico Linck, então Presidente da Federação, oficializou o evento em 1971, tornando-o parte oficial do Calendário de Regatas do Estado. O Dr. Breno Caldas, proeminente iatista do Estado, através dos seus jornais, ampliou sua divulgação nos veículos da Caldas Júnior. Ele mesmo era freqüentador assíduo, com o seu iate Aventura. Como conseqüência do movimento, criaram-se regatas de longo curso de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre a São Lourenço, para barcos de oceano, somando-se as regatas oficiais locais de triângulo na Lagoa dos Patos, bem defronte à cidade. Numa das edições se alcançou a participação de 68 veleiros. Até o pessoal das lanchas ia até lá para dar a sua bicada. Alguns até se tornaram velejadores... As autoridades Municipais e Estaduais o incluíram no Calendário Anual de Eventos Turísticos do Estado. Agora tudo era oficializado. Secretários estaduais de Turismo, representantes da Marinha de Guerra, prefeitos das cidades vizinhas, todos começaram a aparecer. Foram construídos novos trapiches, banheiros, etc. Somente a dragagem do canal de acesso, ano após ano mais assoriado, é que foi sendo postergada. Prometida pelas autoridades, jamais foi atendida a tempo. Os barcos de maior calado não podiam ingressar no arroio. Isso de certa forma foi enfraquecendo essa grande festividade do iatismo gaúcho. Felizmente, em 2000/2001, a obra da dragagem foi concluída pelo Governo Estadual. Assim, só falta retomar essa grande festa dos velejadores. |