Conta todas, vovô
Jorge Vidal

Grandes encontros em São Lourenço do Sul

A turma de velejadores de Rio Grande, Pelotas e o pessoal de São Lourenço do Sul, por volta de 1967-1968, capitaneados pelo Henrique José da Fonseca, mais conhecido como Foquinha, então diretor da Cia. Ipiranga de Petróleo, junto com sua esposa, Maria Carmem, e os filhos, iniciaram um movimento de congraçamento anual do pessoal da vela da zona sul do Rio Grande do Sul durante a semana do carnaval.
Os encontros foram se repetindo e hoje já devem estar pelo 36o Encontro. Romildo Santos, Fernando Vianna, entre outros, eram figuras proeminentes em todos eles.

Inicialmente, não existia a sede do Yate Clube de São Lourenço. Mas, no local em que hoje se encontra essa sede, bem na foz, eles se reuniam para, entre outras coisas, comer melancias.
A coisa foi tomando vulto e o Encontro da Vela se tornando uma das festas mais freqüentadas do sul do País. Vinha gente até do Uruguai e da Argentina com seus barcos. Tudo graças ao esforço desse pessoal, destacando-se entre eles: Carlos Bus, Jair Carvalho, Guaraci Raupp, João Carlos Colvara, Nedilander Corrêa, Antônio Moreira, Vandir Kath, Douglas Elmes, Douglas Kath, Pedro Tomachewski e mais outros grandes aficionados. No entanto, a figura do Henrique José (Foquinha) era a mais destacada, dedicando sempre muito esforço para o movimento.

O pessoal de Porto Alegre – do Veleiros do Sul, do Jangadeiros e do Yate Clube Guaíba –, a partir de 1970/71, começou a participar também. Frederico Linck, então Presidente da Federação, oficializou o evento em 1971, tornando-o parte oficial do Calendário de Regatas do Estado. O Dr. Breno Caldas, proeminente iatista do Estado, através dos seus jornais, ampliou sua divulgação nos veículos da Caldas Júnior. Ele mesmo era freqüentador assíduo, com o seu iate Aventura.

Como conseqüência do movimento, criaram-se regatas de longo curso de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre a São Lourenço, para barcos de oceano, somando-se as regatas oficiais locais de triângulo na Lagoa dos Patos, bem defronte à cidade. Numa das edições se alcançou a participação de 68 veleiros. Até o pessoal das lanchas ia até lá para dar a sua bicada. Alguns até se tornaram velejadores...

As autoridades Municipais e Estaduais o incluíram no Calendário Anual de Eventos Turísticos do Estado. Agora tudo era oficializado. Secretários estaduais de Turismo, representantes da Marinha de Guerra, prefeitos das cidades vizinhas, todos começaram a aparecer. Foram construídos novos trapiches, banheiros, etc. Somente a dragagem do canal de acesso, ano após ano mais assoriado, é que foi sendo postergada. Prometida pelas autoridades, jamais foi atendida a tempo. Os barcos de maior calado não podiam ingressar no arroio. Isso de certa forma foi enfraquecendo essa grande festividade do iatismo gaúcho.

Felizmente, em 2000/2001, a obra da dragagem foi concluída pelo Governo Estadual. Assim, só falta retomar essa grande festa dos velejadores.
Minha participação na festa se iniciou em 1970, junto com Romildo Santos, no Tahiti. Em 1972, fui com o Martha. A partir de 1973, por longos anos, fui com o Arpège, até que, por dificuldades de calado, não pude mais fazê-lo. Para meu orgulho, até mesmo venci algumas regatas por lá com meu Arpège.