Em 1973, meu filho Jorge Papaléo Vidal, então com 16 anos, foi convidado
pelo Waldemar Bier para velejar a Punta del Este, no Uruguai, com o Umuarama, sua Yole de 40 pés, belíssima, que tinha sido construída nos estaleiros do Roberto Funck, em Porto Alegre, pelo seu pai, falecido Erwin Bier.
Meu filho era ainda um menino. Fui solicitar a licença no Juizado de Menores, sem a qual ele não poderia viajar desacompanhado para outro país. Perguntou-me o juiz:
– Qual o meio de transporte?
– Num barco à vela.
Ele não entendeu nada... E foi difícil realmente convencê-lo. Por fim, ele aceitou meus argumentos e autorizou. Tentei provar para ele o quanto é seguro você viajar num barco à vela de tamanho capaz de abrigar pessoas com segurança, movido a vento, desde que você saiba respeitar as forças da natureza e, é claro, ter os elementares conhecimentos dos mistérios da vela. É importante também, nesse esporte, que a bordo você, preferencialmente, não enjoe o tempo todo. Nem sempre isso é possível. Acontece até com experimentados velejadores, mas é necessário que você se recupere ainda a bordo.
E... lá se foi o Umuarama, com Waldemar Bier, Carlos Altmayer Gonçalves, Arthur Correa, genro do Erwin Bier, Duche Chaves Barcelos, sua esposa Doris e meu filho Jorginho. Na escala no Rio Grande embarcou o Romildo Santos.
Foi uma velejada muito tranqüila. Passados quase 30 anos, meu filho se lembra até hoje da turma toda, das brincadeiras e do humor sempre presente, em especial do Arthuzinho Corrêa e do Duche Chaves Barcelos, duas extraordinárias companhias, que em qualquer viagem criam um ambiente de permanente alegria, tudo sob a experiência e a segurança do comandante Waldemar Bier e demais tripulantes.
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