Lancha da Capitania ficou à deriva por 40 milhas, sem tripulação
O helicóptero não a encontrou. Moradores avisaram.


20 Set 2007
Cajapió, Maranhão - A lancha LAEB 7 (Lancha de Apoio ao Ensino e Patrulha) da Capitania dos Portos, que estava desaparecida desde o fim da noite de domingo da semana passada, foi encontrada na terça-feira (dia 11), no município de Cajapió.

Moradores ligam para a Capitania
De acordo com o capitão dos Portos do Maranhão, Ricardo Achiles de Faria Mello, a embarcação foi encontrada com a ajuda de moradores de Cajapió, que ligaram para a Capitania dos Portos no início da manhã.

Foto no jornal
Por volta de 11h, a equipe da Capitania confirmou que a lancha encontrada era a da Capitania dos Portos. “A ajuda da imprensa foi muito relevante. Acredito que uma pessoa tenha observado a foto da embarcação no jornal e nos alertou”, disse o capitão dos Portos.

"Pelo menos agora, conhecemos melhor o caminho para chegar a Cajapió"
Por coincidência, a Capitania dos Portos planejava uma ação cívico-social em Cajapió para o fim de setembro ou início de outubro, na qual deverão ser realizadas palestras educativas para os pescadores e atendimentos médicos na região. “Pelo menos agora, conhecemos o melhor caminho para chegar a Cajapió. E, como a nossa lancha foi encontrada com a ajuda dos moradores de lá, essa ação serve agora como uma forma de agradecer à população pela ajuda”, disse Ricardo Achiles Melo.

A lancha apoitada garrou*
A embarcação da Capitania dos Portos estava na área do Porto do Itaqui, presa a uma bóia, quando o cabo de náilon que a segurava rompeu-se na noite de domingo. Após o incidente, na segunda-feira, foram realizadas várias buscas no canal de acesso à Alumar e na região do Porto do Itaqui. O capitão dos Portos informou que o helicóptero do Grupo Tático Aéreo (GTA), da Secretaria de Segurança, foi utilizado na varredura pela área.

Ao sabor das marés
O capitão dos portos acredita que a embarcação foi levada pela corrente marítima a uma velocidade de aproximadamente 4 km/h até chegar a Cajapió. “Desde domingo, com certeza foram três ciclos de maré alta e, quando isso acontece, uma embarcação pode ser conduzida, pelo próprio mar, durante um período de seis horas, parando apenas no momento em que há diminuição do nível do mar. Então, isso explica como fomos encontrar a lancha cerca de 80 km do local onde ela estava originalmente”, explicou o capitão dos Portos.

Sindicância para apurar as causas
Pelo baixo nível do rio Mearim na manhã de ontem, o barco somente pôde deixar a cidade de Cajapió por volta das 17h. Nas inspeções prévias da Capitania dos Portos, ainda pela manhã, não foram encontradas avarias. Mesmo assim, a Capitania abriu uma sindicância para apurar as causas do incidente.
Fonte: Imirante, Maranhão
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(*) Apoitada: presa a uma poita (corpo pesado que se usa, em vez da âncora, para fundear, sinalizada por uma bóia); Garrar: Desprender as amarras, desunhar a âncora.