As misteriosas argolas da Lagoa dos Patos
Por que foram chumbadas lá?
Danilo Chagas Ribeiro

1º Fev 2007
Argolas chumbadas em pedras na Lagoa dos Patos têm origem desconhecida. Parecem ser de bronze pela coloração e pela pouca oxidação que sofreram ao longo do tempo. Estão fixadas em matacões de granito bem na beira da lagoa, a uns 2 ou 3 metros acima da linha d'água. São peças com uns 10 ou 15cm de diâmetro, e por isso é preciso passar bem perto para vê-las. Fotografei as argolas em Jan 2007, a bordo do Mirapalheta, o inflável de 17 pés do Comte Luiz Alberto Grassi. A informação da existência das argolas me foi passada pelo Comte Dieter Brack Garoa.

Consultamos velejadores veteranos que as conhecem há muitos anos. Consultamos historiadores e navegadores da região. Consultamos funcionários públicos do meio náutico. Alguns não sabem delas, e dentre os que as conhecem, nenhum sabe a origem das argolas. No entanto, algumas versões não convincentes e sem fontes de referência foram apresentadas.

As argolas, na verdade uma argola e o que restou de uma outra, ou algo parecido, estão chumbadas em pedras da costa norte da Lagoa dos Patos, entre o Farol de Itapuã e a Praia do Tigre.

Por que as argolas teriam sido fixadas lá?
Conheça as versões ouvidas:

- Porque por elas passava um cabo que fechava a foz do Rio Guaíba para impedir a passagem dos navios imperialistas na Guerra dos Farrapos.

- Para amarrar a draga e os batelões por ocasião da dragagem da barra do Guaíba.

- Para amarrar barcos que transportavam madeira do Morro de Itapuã.

- Para amarrar barcos que não podiam entrar na barra do Guaíba por causa do vento forte do norte.

Ninguém apresentou uma fonte de referência para suas versões. Nenhuma versão parece coerente.

Coordenadas das peças, na Ponta da Espia (veja carta náutica mais abaixo):

Meia-argola ou algo parecido: S30º 23,4708' W051º 03,3702'

Argola: S30º 23,5170' W051º 03,3120'

Se V. conhece a origem das argolas, escreva para info@popa.com.br

Jun 2007
Comandante Tau Golin, historiador
No diário do viajante belga A. Baguet, com registro de 1845, lê-se o seguinte:
"Ao fazer um bordejo, raspamos um enorme rochedo que serviu de base a um forte dos Farrapos (insurretos) que ali tinham fixado uma corrente que ia até a margem oposta. Atacados ao mesmo tempo por terra e pela flotilha do almirante Greenfel, tiveram que ceder, não sem terem-se defendido valentemente."
Como se vê, fala em corrente e não registra nenhum sistema com argola. De outro lado, o local também parece ser outro...
Tau

 

 

 

 

Algum metal presente na liga da peça (ferro?) manchou a pedra ao longo dos anos

 

 

 

Ponta da Espia, na Lagoa dos Patos

 

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