Naufrágio no Guaíba
Um acidente e suas versões
Danilo Chagas Ribeiro


Geraldo Sperb

29 Dez 2005
Seguem trechos de mensagens recebidas pelo popa.com.br em função da publicação da notícia do naufrágio.

Versão 1
Em 26/12, Paulo Fontela, dono da embarcação, escreveu ao popa que "... Como é do seu conhecimento o rio esta muito assolhado, bateu forte com a quilha começou a fazer agua, as bombas não estavam dando vencimento, então o comandante da embarcação resolveu encalhar o barco para não colocar em risco a tripulação"... Mais adiante diz: "dispensamos a suas ironias, e de forma alguma fugimos de nossas responsabilidades, e nos colocamos a sua disposição para dirimir as suas duvidas e relatar a verdade dos fatos".

Versão 2
Em 28/12 Eduardo Barth informa-nos que é muito amigo de um dos donos do veleiro e que tendo participado da operação de resgate, garante que o barco era conduzido por pessoa habilitada, e que outras embarcações prestaram auxílio, além das citadas. Eduardo informou ainda que a causa do naufrágio não foi o abalroamento de uma árvore submersa, mas que o veleiro "...por um problema mecânico começou a fazer água...". O resgate ocorreu na terça-feira, 27/12.

Versão 3
Em 28/12, em mensagem enviada ao popa, Hebert Chez Moi chamou a atenção: "Não e bom ir pelas conversas de trapiche, estas as vezes não são exatas e provocam muitas historias, normalmente negativas, quando o que devemos fazer e nos- ajudar"...
Hebert deu também sua versão para explicar a causa do acidente, informando que "o casco nao esta furado por galho algum, simplesmente encalhou, boias apagadas, e informações de tubulações sem demarcação no guaíba entre outras coisas que sempre provocam estes pequenos inconvenientes."

Versão 2 bis
Já em 29/12 Eduardo complementou sua versão, bem diferente da de Paulo e de Hebert. Informou que "O veleiro tem um motor de centro diesel que capta água do rio para sua refrigeração. A mangueira dágua se soltou do bocal de captação e barco fez muita água. Como o comandante vinha velejando no cokpit (me desculpe os erros) só se deu conta muito tarde e resolveu encalhar o barco temendo seu naufrágio! "... Mais adiante Eduardo informa que "quando ele se deu conta ja tinha água até o joelho dentro do barco e ele não sabia o motivo (pensou em rachadura etc..), apenas depois de tirar o barco dágua que verificamos a mangueira solta!".

"Às vezes um parafuso mal apertado pode resultar em naufrágio, mas isso só acontece com quem veleja!" (Eduardo Barth)

O popa não esteve no local, não viu a embarcação, e não tem opinião a respeito. Que cada um descubra quais são as versões "de trapiche" e qual é a verdadeira.

A importância do relato fiel de acidentes
O relato fiel de acidentes é da maior importância para o meio náutico porque pode trazer lições para todos. Na Nova Zelândia a autoridade marítima publica anualmente relatório de acidentes. Li uma publicação dessas, em que é discriminada cada embarcação, a condição do comandante, a causa do acidente e o que poderia ter sido feito para evitá-lo. Mas de nada adianta relatar acidentes sem contar a verdade.
O popa.com.br está voltado aos aspectos positivos da navegação de recreio como tem mostrado fartamente em seus quase 4 anos de atividade, mas não pode deixar de divulgar informações sobre acidentes, voltando-se assim também à segurança da navegação.

Ironia, como Paulo diz ter havido na notícia inicial (veja se percebe mais abaixo???), é dizer o contrário do que se está pensando. O popa deu a notícia inicial ressalvando que se tratava de informação não confirmada. Esta ressalva não ocorreu nas mensagens (acima) enviadas ao popa em função da notícia. Pelo contrário, algumas foram enviadas com tom autoritário.
É lastimável que informações provenientes de pessoas de quem se poderia esperar "a verdade dos fatos", ironicamente, podem não passar de uma autoritária conversa de trapiche. E essa conversa é ainda mais danosa.

 


Geraldo Sperb

24 Dez 2005
Na tarde desta sexta-feira, 23/12/05, naufragou um veleiro no Rio Guaíba, a aproximadamente 2,5mn a noroeste do Veleiros do Sul. O Iate Clube Guaíba teve dificuldades no resgate e solicitou ajuda do Veleiros do Sul, que enviou ao local duas embarcações e vários funcionários.

Um deles informou que o local do naufrágio "dá pé", e que um galho de árvore encalhada e semi-submersa teria perfurado o casco de madeira do veleiro.

Informações não confirmadas dão conta de que o barco é de um associado do São João Navegantes, de nome Paulo, que teria emprestado o veleiro de (vinte e poucos pés?) a amigos, cuja intenção era navegar até Tapes. Os tripulantes do Vagabundo* (nome não confirmado) não estariam habilitados.

A Marinha esteve no local fotografando o naufrágio.

O temporal de ontem (sexta) atrapalhou a operação de resgate. Até o final da tarde de hoje a equipe do Veleiros continuava trabalhando na operação de resgate, sendo visto do Veleiros do Sul, com o mastro já de pé, conforme foto abaixo.

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(*) não confundir com o Skorpio26 homônimo.

 

 

 

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