Os veleiros Orion
A história de grandes veleiros

Claudia Barth


Orion I

16 Jul 2006
Os veleiros O
rion deixaram marcas na história da vela gaúcha. Em suas três versões participaram de longas travessias e de importantes regatas internacionais como a Admiral’s Cup, na Inglaterra (Orion III) e Buenos Aires – Rio de Janeiro (Orion II e III), dentre outras. Foram grandes campeões e grandes aventureiros. O Orion I, em 1948, foi o primeiro veleiro gaúcho de esporte e recreio a se aventurar nas águas do Rio da Prata, realizando um cruzeiro a Punta del Este.

O Orion I, de Egon Barth, foi adquirido em 1941, em sociedade com José Andino Mônaco. Era um Cutter, um barco robusto de 12m de comprimento e 1,80m de calado, construído em 1936. Ficava atracado no trapiche em frente à Av. Brasil com Voluntários da Pátria, em Porto Alegre. Uma grande reforma transformou o Cutter em Yawl, e Egon Barth batizou-o com o nome de Orion, segundo ele, “a mais bela constelação do hemisfério”. Após as obras, o barco foi transferido para o ancoradouro da Pedra Redonda, na enseada a oeste do Morro do Sabiá. A partir daí, passou a navegar intensamente, realizando grandes cruzeiros.

Egon Barth iniciou na vela como tripulante do barco Pampeiro, de José Andino Mônaco, um dos pioneiros da vela gaúcha. Quando as embarcações a vela eram usadas quase que exclusivamente como meio de transporte, Mônaco já se aventurava sozinho, com seu primeiro barco, o Albatroz, nas águas do Guaíba.


A Constelação de Orion é representada
por um caçador

Alguns jovens, na época, resolveram lhe acompanhar, dentre eles, Eugênio Alcaraz, Egon Barth, Breno Caldas, Ewaldo Ritter e outros, formando um grupo animado e de apoio mútuo. Começava, então, a idéia da prática da vela como esporte e recreio. Mais tarde, Leopoldo Geyer uniu-se ao grupo, trazendo mais amigos, e tudo passou a andar mais rápido. Muitos barcos foram comprados num curto espaço de tempo, e tornou-se necessário um local para guardá-los. Foi quando, então, foi fundado o Veleiros do Sul, com sua primeira sede no bairro Navegantes. Em 1935, Egon Barth associou-se ao clube, dois meses após sua fundação.

Em 1936, Egon e Mônaco, a bordo do veleiro Pampeiro, realizaram a proeza de atravessar a Lagoa dos Patos e chegar até o Farol do Albardão. Foi a primeira vez que um veleiro gaúcho saiu das águas da lagoa e enfrentou o mar.

Em 1944, o Orion I fez sua primeira viagem à cidade de Rio Grande. O diário de bordo deste cruzeiro, escrito por Rolf Bercht, será publicado em outro artigo. Apesar de ser um texto longo, as expressões usadas na época e os erros de português, que serão mantidos, tornam a leitura muito divertida.

 

Fonte de pesquisa: BARCO ORION – A HISTÓRIA DE UMA DINASTIA (documento encontrado na biblioteca do Veleiros do Sul).

 

O despacho do Orion em Punta del Este

 

 

 


Documento apresentado por José Távora no Veleiros do Sul e fotografado por Danilo Chagas Ribeiro

 

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15 Jul 2006
José Torelli Campello CDJ

Danilo, estou assistindo abrires ao mundo a pedra fundamental da história gaúcha da vela de esporte e recreio. A época romântica, a aglutinação de um pequeno grupo com interesses afins, a intenção de criar uma sociedade interessada em atividades culturais, a obtenção dos equipamentos, diga-se veleiros de recreio, a realização das 1ªs conquistas, o desbravamento de águas mais distantes e a apresentação em outras sociedades, enfim a conquista da arte de velejar em desafios esportivos, também em águas internacionais.
Do agrupamento com outras matérias, eis que surge a formação de uma história, os pedaços soltos compondo e relevando aos poucos uma tradição.
Ao mesmo tempo que homeageias seus fundadores e descendentes o assunto está revestido de forte estímulo à juventude que consciente desta verve, certamente verá desabrochar um leque de interesses por este invulgar esporte.
Aguardo com curiosidade os próximos capítulos que marcam o pioneirismo dos veleiros Orion dentro deste contexto.

Abraços

Campello