De Príncipe a Sapo
A volta ao mundo em 1888 - 1890

Carlos Altmayer Gonçalves

Grandes Cruzeiros da Marinha Brasileira, Revista Yachting Brasileiro nº 25, Novembro - 1946

Cruzador "Almirante Barroso"
A volta ao mundo em 1888 - 1890

Segundo nos informa a revista, esta foi a segunda volta ao mundo empreendida pela nossa Marinha. A primeira foi realizada pelo "Vital de Oliveira", de 1879 a 1881.
Zarparam do Rio de Janeiro em 27 de outubro de 1888, recalando em "Montevidéo" para seis dias de descanso e posteriormente "Buenos Aires", onde visitaram "o presidente Don Juarez Celman por luzida representação de 36 oficiais (chefiados pelo próprio comandante e com o príncipe Dom Augusto), numa especial galanteria que não foi retribuída." (sic).

De Buenos Aires seguiram para Punta Arenas e Valparaíso, onde novamente houve grandes festejos. Zarparam então para Sidney, num cruzeiro de 72 dias. Daí para Yokohama, quando pegaram tempo feio que fez cair ao mar um gageiro que, apesar dos esforços dos demais tripulantes, que inclusive baixaram um escaler para resgata-lo, não foi recuperado, dando-se por falecido em ação. De Yokohama foram a Nagasaki, Shanghai e Hong-Kong, onde lhes foi oferecido um banquete pelo cônsul brasileiro, "ao comandante e oficialidade ( o príncipe Dom Augusto inclusive)" sic.

De Hong-Kong a Singapura, Batávia e Acheen, onde chegaram a 30 de novembro de 1888.
"... fundeou-se deante de uma esquadra dos Países -Baixos, ainda com emblemas imperiais e um príncipe a bordo, ao passo que no Brasil já haviam ocorrido os sucessos de que se teve vaga notícia pelo oficial holandês que fez a visita de cortesia." Sic.
Prosseguiram viagem para Colombo, capital do Ceilão, onde chegaram a 14 de dezembro de 1888. Neste trajeto faleceu o maquinista Julianete Alves de Moura, cujo corpo foi lançado ao mar com o ritual das praxes. Ali aguardava-lhes a notícia oficial da proclamação da República e

"...ordem para desembarcar o príncipe Dom Augusto Leopoldo."

De Colombo foram a Bombaim, Aden, Djeddah, Suez, cruzaram o canal de Suez a Port-Said, Alexandria, Nápoles, Toulon, Barcelona, Gibraltar, Bahia e Rio de Janeiro, onde chegaram a 29 de julho de 1890, após 21 meses de viagem.
Dos 340 marinheiros que zarparam, 9 não retornaram aos lares, 1 morto em ação, outro vítima do ferro assassino, os demais de causa natural.

-o-

 

 

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