"Mau
tempo" depende da experiência da tripulação
Danilo Chagas
Ribeiro
03 Set 2003
A deposição
das cinzas do velejador Ricardo Sperb no rio Guaíba fora confirmada
com qualquer tempo para a manhã de 30/08/03.
O sábado amanheceu frio. Uma fina garoa caía sobre Porto
Alegre.
Mesmo assim, mais de 50 velejadores
embarcados compareceram ao local para homenagear o amigo e acompanhar
a realização de seu último desejo.
Outras pessoas acompanharam do Veleiros, junto à estátua
do Tamandaré.
Paulo Hampe e Wilson levaram o barco da CR do Veleiros do Sul até
o local. O Dedá levou a embarcação da CR do Clube
dos Jangadeiros, embandeirada a meio-pau. Posicionaram-se estrategicamente
com o Bruxa, representando o Navegantes São João.
Em conjunto soamos os Ois simbólicos para o Ricardo, como
havíamos planejado.
Vinte
barcos fundearam para acompanhar a breve cerimônia na área
entre o Veleiros do Sul e o Iate Clube Guaíba, onde Ricardo guardava
seu ultra-leve. Todos aqueles velejadores desatracaram seus barcos sob
chuva. A navegada seria curta, mas tinha que acontecer.
Pilotos amigos do Ricardo sobrevoaram o local com o ultraleve dele,
enquanto as cinzas e flores foram colocadas pela família no rio.
Cada Oi é uma seqüência de 3 apitos longos
e 2 curtos (saiba
aqui o porquê).
Os 5 apitos foram soados por 4 embarcações, alternadamente,
em várias seqüências.
Na cerimônia de despedida no crematório
ouviu-se Fly me to the Moon, a canção
preferida do Ricardo, que, em uma
tradução livre, começa assim:
Me faz voar pra lua
e deixa eu estar entre as estrelas.
Deixa eu ver como é a Primavera
em Júpiter e em Marte.
Em outras palavras,
segure minha mão...
Clique
para ouvir parte da canção (126KB)
Foi notória
a serenidade com que a esposa e a família do Ricardo mantiveram-se
nas cerimônias de despedida do nosso amigo. Filho de Geraldo Sperb,
conhecido velejador engajado em projetos comunitários e conselheiro
do Veleiros do Sul, Ricardo era conselheiro do Iate Clube Guaíba,
interessado em questões ambientais. Deixou uma belíssima
coleção de imagens - além de velejador e aviador,
era um fotógrafo amador sensível.
Na
foto ao lado, Ricardo preparando-se para decolar em 27/08/02.
Quando um amigo desses se vai tão depressa, já aos 41,
pensamos mais na vida. No jeito como a levamos. E assim, enquanto motorava
até o local da deposição das cinzas, lembrei da
frase: "Mau tempo" depende da experiência da tripulação.
Convém extrapolar.
Clique
para ver a foto do Ricardo em Navegadores 6
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