Salvem a Classe Optimist, afastem os pais!
Nelson Horn Ilha, Juiz Internacional

SALVEM A CLASSE OPTIMIST, AFASTEM OS PAIS!
Esta frase estava estampada nas camisetas de alguns velejadores da classe optimist a alguns anos atras.

Me lembrei disso, no primeiro dia do Campeonato Brasileiro da classe Optimist em Vitória, quando dois pais que estavam acompanhando seus filhos, propiciaram um incidente lamentável, não chegando a agressão física, pela pronta ação da “turma do deixa disso”.

Tenho trabalhado em vários eventos da classe optimist e graças a Deus nunca tive problemas deste tipo, apesar de ouvir relatos de ameaças e agressões por parte dos pais, em alguns campeonatos pelo mundo afora.

O que pouca gente sabe é que no intuito de defender seu filho, o pai pode acabar prejudicando, não só no campo do relacionamento, mas também com alguma punição para o atleta ou delegação.

Normalmente a comissão de protestos ou jury, procura ao máximo não penalizar os atletas, mas punir os responsáveis diretos. É muito difícil, pois não estão participando das regatas e no final acaba tendo-se que reverter a punição ao atleta com quem ele tem relação.

Tema de casa
Uma das punições que mais me chamou a atenção, foi imposta a um técnico em um campeonato europeu de optimist contra um técnico que já havia invadido a raia duas vezes. Foi determinado que ele escrevesse 100 vezes; “NÃO DEVO INVADIR A RAIA”. Se não entregasse até o final do dia seguinte, a delegação que ele treinava perderia 5 pontos cada um nas regatas que ele havia invadido.

Indignado, disse que o jury não podia obrigar que fizesse e saiu.

No final do dia seguinte, entregou a lição de casa. Foi obrigado pela delegação, que pagava pelos seus serviços profissionais como técnico.

Cursinho para pai de optimist
No campeonato brasileiro tivemos 12 audiências de protestos no total, destas 4 foram pela regra 69 que trata de má conduta. Destas quatro, duas foram com pais.

Proporcionalmente é um numero elevadíssimo, de deixar todos preocupados.

Por outro lado, a classe hoje é uma das mais bem organizadas, graças ao trabalho dos pais. Felizmente a maioria sabe separar o trabalho de dirigente e o prazer de acompanhar os filhos em uma atividade esportiva sadia.

Como não existe cursinho para pai de optimist, acho que a solução é que a classe rejeite atitudes hostis ou de intereferência dos pais durante as regatas.

Nelson Horn Ilha
Juiz Internacional

 

 

 

 

 

 

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