Recepcionado
por um grande grupo de golfinhos
1º/11/04 - Durante
quase todo o percurso fui acompanhado pela chuva, ventos fracos
ou ausentes. Depois de ter passado a Laje da Conceição
fui recepcionado por um grande grupo de golfinhos que me acompanhou
por um bom tempo brincando em volta do barco. Cheguei ao Iate Clube
de Santos às 17:30 completando o percurso em 25 horas. Mais
uma vez devido a pouca visibilidade não pude dormir quase
nadadurante o percurso, sempre em intervalos de no máximo
10 minutos.
31/10/04 - Parti do
ancoradouro de Cananéia às 16:30 depois de conseguir
soltar minha âncora do cabo de uma das poitas que havia perdido
a bóia. Pelo menos o trabalho rendeu a recuperação
da poita. Seguindo a orientação e os waypoints fornecidos
pelo pessoal local passei a barra sem problemas. Vento fraco de
SW com pancadas de chuva.
Nadando
em gasolina
30/10/04 - Às 06:00 aproximadamente já
estava tirando o motor do barco para trocar a fieira (cabo de partida
do motor) e fazê-lo funcionar com água doce. Aproveitei
para pegar a caixa de ferramentas e o tanque de combustível
antes de soltar o barco do trapiche. Ao abrir o paiol de popa no
chão do cockpit a surpresa, estava tudo nadando em gasolina.
O tal tanque plástico novo tinha um micro furo deixando vazar
uns 6 litros no paiol. Limpeza geral do paiol, inflável,
remos, lona, etc. Entreguei a gasolina contaminada ao pessoal do
posto e fui trocar o tanque e arrumar o motor. Depois do almoço
com o pessoal do posto convidei o Marcos para dar uma velejar.
29/10/04 - Dia para
conhecer Cananéia, tarefa fácil devido ao tamanho
da cidade. À tarde instalei as alças para fixação
das caixas de ferramentas e gelo. No final do expediente do posto
fui colocar o barco no flutuante e não houve jeito de o motor
pegar. Fiz uma manobra com o inflável amarrando vários
cabos entre si conectando o barco ao trapiche flutuante. Depois
levei o barco até o flutuante liberando o cabo de âncora
e caçando o que estava no flutuante. Aproveitei para deixar
tudo pronto para na manhã seguinte voltar para a ancoragem
apenas soltando-o do trapiche.
O
tal do Porvinha
28/10/04 - Conversando com o pessoal que estava no posto
de manhã cedo descobri o nome do extremamente pequeno mosquito
que vem me atormentando desde Paranaguá. É o tal do
"Porvinha", acredito, pelo que disseram, que tem a ver
com a pórvora, digo pólvora, pois sua picada arde
como se estivesse queimando. O desgraçado é tão
pequeno que passa pela malha do mosqueteiro. Naq noite em que passei
entre Paranaguá e Cananéia dormi com o mosquiteiro
e mais um Boa Noite aceso dentro do barco e mesmo assim o estrago
foi grande devido a presença de mosquitos, mutucas, borrachudos
e o tal do porvinha.
27/10/04 - Acordei às
05:55 com um belo sol e céu limpo mas completamente sem vento.
Toda a região por onde estou passando é linda formada
por mangues e cercada por montanhas de vegetação intocada.
No final da tarde fui muito bem recebido pelo Marcos e toda turma
do Centro Náutico Cananéia, posto náutico de
combustível no final da cidade. O Marcos, como velejador,
tem por habito receber muito bem seus semelhantes, com muita hospitalidade
e disponibilizando estrutura existente. Eles ficam em escuta permanente
no VHF canal 88.
Ancorei
sobre banco de areia
26/10/04 - Parti de Paranaguá às 07:41
rumo a Guaraqueçaba um pouco atrasado, perdendo a maré
vazante. Velejei lentamente com vento fraco pela baía aproveitando
a vista apesar do dia nublado. Depois de passar pela frente Guaraqueçaba
decidi seguir direto para Cananéia. Depois de horas motorando
e as vezes velejando pelos canais ancorei sobre um banco de areia
às 18:48 no final da Baía dos Pinheiros próximo
da Ponta da Paciência num, local belíssimo.
Diminuindo
o movimento de gangorra
25/10/04 - O dia começou com chuva intensa desde
a madrugada que durou até o final da manhã. Depois
do café da manhã comecei a re-configurar a organização
interna da cabine. A partir de agora as caixas de gelo e a de ferramentas
ficarão fixadas cada uma em um bordo entre os armários
sobre as cama de proa. No chão onde elas ficavam até
hoje deixarei as âncoras , seus cabos e correntes, cada conjunto
dentro de um saco de vela amarrados na haste de sustentação
do mastro. Desta forma transfiro mais peso para o centro de gravidade
do barco melhorando o alinhamento do casco em relação
a água. Estas mudanças devem melhorar sensivelmente
o desempenho quando velejando em contra-vento, diminuindo o movimento
de gangorra nas ondas. Para o tipo de viagem que estou fazendo é
uma pena que o barco não possua caixa de âncora na
proa, sempre dificultando a manobra de ancoragem pois sempre preciso
pegar a tralha na cabine e preparar os cabos para soltar o ferro.
A tarde fui com o Gerardo tirar as cópias e depois acessar
a Internet, comprar parafusos e comida. De volta ao barco preparei
tudo para navegar e arrumei a luz de navegação verde
que havia parado de funcionar devido a oxidação nos
pólos da lâmpada. No início da noite deixei
o Iate Clube e ancorei em frente a cidade próximo do veleiro
holandês.
24/10/04 - Acordei quase
10 hs bem melhor da gripe que me pegou quando cheguei com chuva
em Paranaguá. Tratei de preparar a navegação
para atravessar o canal do Varadouro.
Papo
de engenheiros
23/10/04 - Pela manhã o Gerardo passou pelo barco
e emprestei um livro e um guia do litoral para ele copiar. Depois
fomos ao barco dele para separar algumas cartas náuticas
para eu copiar também. No final da tarde algumas cervejas
e muita conversa sobre construção e estruturas dos
veleiros (papo de engenheiros) num bar na beira do rio em frente
aos veleiros ancorados.
Veja
a rota do Felipe
Veja
as fotos
Conheça
o sonho do velejador Felipe Loss
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