Fui muito bem recebido no Iate Clube do Rio de Janeiro
03/12/04 - Acordei cedo e aproveitei para depois do café lavar roupa e polir as ferragens inox do barco. No final da manhã o pessoal da veleria Cognac esteve a bordo para verificar as velas e levar a buja para uma pequena modificação e a mestra para reparar duas bolsas de talas. A tarde fui almoçar, fazer algumas compras no supermercado e voltei ao ICRJ para atualizar o diário de bordo do site já que estava chuviscando. Vale mencionar que o ICRJ fica na enseada do Botafogo e que os barcos ficam apoitados nesta área com o Pão de Açucar de um lado e o Corcova um pouco para o outro.

02/12/04 - Algumas arrumações no barco, abastecimento de água, revelação dos filmes fotográficos e organização/classificação das fotos. Dia nublado com chuviscos esporádicos.

01/12/04 - Pela manhã dei uma volta pela Urca e Botafogo e depois do almoço comecei a fazer vários contatos para definir minha estadia no RJ. Com o Arnaldo Andrade da Congnac sobre as velas, com o Kadu do ICRJ para definir como e onde deixar o barco, com o Gustavo Pacheco sobre a Mini transat e alguns outros sobre a divulgação da viagem.

30/11/04 - Partida do Abraão às 03:51 a motor numa bela madrugada com céu parcialmente nublado com luar e ótima visibilidade. Livrando o barlavento da Ilha grande pude velejar em través com vento muito fraco com mestra e buja depois de quase 3 horas a motor. Aos poucos o vento foi melhorando e ao clarear o dia coloquei o balão assimétrico em través, depois passei a usá-lo como simétrico com pau de spinnaker quando o vento mudou para popa até chegar ao lado do morro do Pão de Açucar. Minha previsão de tempo de velejada fechou certo com a necessidade, 60MN a 5 nós = 12 horas. Andei a motor no início, velejei parte do percurso com média inferior a 5 e parte com média de velocidade superior a 5 nós. Cheguei na Baía da Guanabara a tempo de pegar o final da maré enchente às 16:17, sendo que a maré mudaria às 16:21. O único porém durante o percurso e que entristece os olhos é constatar que quanto mais perto da cidade do Rio, com seu famoso relevo, maior a quantidade de lixo no mar principalmente sacos plásticos, garrafas e muito mais. Fui muito bem recebido no Iate Clube do Rio de Janeiro com sua ótima estrutura e organização.

Uma ducha com enorme volume d'água que desce do morro no meio da mata
29/11/04 - O dia amanheceu chovendo e portanto fiquei no barco até depois do almoço. Conversei um pouco com os amigos do restaurante Lua e Mar e fui fazer umas trilhas próximas do Abraão. Passei pelo Lazareto, prédio onde ficavam em quarentena os recém chegados do mar e que depois serviu de presídio político na época da repressão e até o presídio novo ficar pronto (este foi desativado em 1994). Pelo aqueduto que abastecia o Lazareto construído por ordem de D.Pedro II e o Poção, piscina natural de água doce no meio da mata onde os escravos tomavam banho amarrados entre si e nas pedras. Logicamente aproveitei para tomar um refrescante banho gelado.
No final da tarde encontrei o Ernesto no "New Life" para conhecer o barco e acabamos conversando até quase 22 horas sobre projetos náuticos, idéias, divulgação, livros, barcos, equipamentos e muito mais. Voltei ao "Equinautic" para terminar os preparativos para seguir para i Rio de Janeiro no dia seguinte.

28/11/04 - Dia de chuva. Tomei café da manhã na Pousada Alfa com o Carlos, proprietário, e o Ernesto do "New Life". Passei o resto do dia entre o barco e a vila.

27/11/04 - Dia aproveitando o Abraão com muito sol e nada de vento, ou seja, muito quente e abafado. Pela manhã reparei a luz verde de navegação que havia parado de novo de funcionar por oxidação dos pólos da lâmpada. Conheci o Ernesto do veleiro "New Life", argentino que está retornando de uma viagem pelo Atlântico e Mediterrâneo com um 31 pés de série em fibra de vidro e o Aroldo, gaúcho que mora e veleja num Velamar 31.
Ontem e hoje, no final da tarde, tomei banho gelado no "Bicão", trata-se de uma queda d´água que tem parte do fluxo canalizada gerando uma ducha com enorme volume d´água limpa que desce do morro no meio da mata preservada.

26/11/04 - Saída do Saco do Céu às 10:45 rumo a Enseada do Abraão com vento muito fraco de NE/E. Velejada só de buja mantendo a capa da retranca semi-aberta para me proteger do sol. Chegando na praia do Abraão ancorei entre os barcos locais com a popa quase na praia. Ao desembarcar consegui uma poita emprestada com o pessoal do restaurante Lua e Mar não sendo necessário nem ligar o motor para alcançá-la. Dei uma volta no vilarejo repleto de pousadas, procurei um lugar para acessar a internet e voltei para o barco.

Peixes nadando sob o barco sendo refletidos pelo sol
25/11/04 - Mais um dia que amanhece com muito sol. Ao levantar às 07:00 posso conferir o fundo do mar espelhado pela completa falta de vento aumentando ainda mais a visibilidade. Às 09:18 sai deste lugar também conhecido como Lagoa Azul rumo ao Saco do Céu. Durante o caminho passei para conhecer a enseada da Freguesia onde existe uma pequena igreja antiga muito bem conservada dentro de uma propriedade particular, do lado oposto da ponta onde eu estava ancorado. Ao contornar a Ilha dos Macacos entrou um vento fraco de NW e pude velejar de popa só de buja apreciando a vista. Em torno do meio dia cheguei no Saco do Céu, um lugar belíssimo mas já bastante urbanizado e com muito movimento para o meu gosto. São pousadas, bares na orla e casas particulares por todos os lados.

24/11/04 - Mais um belo dia de sol com mar espelhado. Saída da praia do Sítio Forte às 08:51 a motor. Enquanto recolhia a âncora com fundo de 6 metros dava para ver os cardumes de peixes nadando sob o barco sendo refletidos pelo sol. Cheguei no Pirata's Mall em Angra dos Reis perto das 10:35 para abastecer o barco de gasolina, gelo e fazer compras no supermercado. Depois de almoçar no shopping parti de Angra de volta para a Ilha Grande em contra-vento. Durante o percurso o vento E aumentou a ponto de Ter que rizar a buja e soltar todo o treveller da mestra nas rajadas. Depois da laje da Saracura segui em um bordo direto para Santana ao sul da Ilha dos Macacos e Ilha Redonda ancorando em frente a uma pequena praia de água muito limpa às 15:55. Apesar de protegido com terra a barlavento fiquei um bom tempo observando se a âncora havia unhado bem por causa das fortes rajadas que passavam entre os morros e as ilhas. Fui mergulhar com ótima visibilidade e só para se Ter idéia estava ancorado a 4 metros de profundidade e podia ver o cabo, corrente e a própria âncora no fundo de areia com nitidez. Depois do mergulho leitura, chimarrão e algumas falcaças nos cabos de amarra enquanto apreciava o por do sol sobre as montanhas na região de Parati.

Centenas de lugares interessantes de serem visitados
23/11/04 - Pela 1ª vez em 10 dias um dia com céu limpo e muito sol, ótimo para arejar o barco e mergulhar.

22/11/04 - Partida da prainha do Cantagalo às 10:18, parada para abastecer gasolina, no Pier 46 e logo em seguida rumei para a Ilha Grande em contra-vento fraco bordejando entre as escunas que saiam de Parati e praias com turistas. Passei pela enseada de Araçatiba e Ilha do Longa sempre costeando para aproveitar bem a vista e finalmente fundear na enseada do Sítio Forte na praia de Ubatuba às 18:10 aproximadamente. Toda a região da Baía da Ilha Grande apresenta, na maioria dos dias, clima ameno e ventos fracos-médios com centenas de lugares interessantes de serem visitados. Uma área que realmente merece muito tempo de uma viagem náutica. Infelizmente neste dia a ondulação de S-SW atrapalhou a visita as praias dos Meros e Provetá.

Mais de uma hora e meia mergulhando
21/11/04 - Acabei adiando para amanhã a saída de Parati. Confraternização com os amigos dos outros barcos. Deixei tudo preparado para levantar âncora. No final da tarde fui dar mais uma volta no centro histórico de Parati.

20/11/04 - Mais uma ida ao centro pela manhã e a tarde fiquei mais de uma hora e meia mergulhando para limpar o fundo e fazer o serviço na quilha. Amanhã sigo para Ilha Grande.

19/11/04 - Pela manhã fui ao centro de Parati cortar cabelo, fazer compras no supermercado e procurar material adequado para reduzir a folga da quilha. Ao retornar participei da comemoração do aniversário do Webber do "Acauã" a bordo do "Casagrande" que é maior e acomoda mais gente mesmo com chuva.

18/11/04 - O mal tempo tem marcado presença sempre. O evento do dia foi a comemoração do aniversário da Lúcia a bordo do "Confete".

17/11/04 - Reparo do motor com a ajuda do também gaúcho Webber do "Acauã" incluindo desmontagem quase que completa do carburador e mais alguns serviços a bordo quando a chuva não atrapalhava.

16/11/04 - Dia inteiro de chuva dedicado a leitura e alguns planos futuros.

15/11/04 - Passei a maior parte do dia na cidade e quando voltei para a enseada ainda peguei o final do churrasco do pessoal dos barcos que teve continuidade numa janta no "Confete Rio". Muito divertido!

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Conheça o sonho do velejador Felipe Loss