Teu mar

Depois de mover-me em ondas sobre ti
Ouvindo e bebendo tuas águas
Sonhei com o mar bravo
Que me levava e me devolvia
À terra nua e sem calor.

E teu oceano, outra vez me queria
E a ele meu medo também pretendia
Por horas flutuando entre tuas algas castanhas,
Ora mergulhando até o teu fundo escuro
Onde se encontravam nossos desencontros.

E outra vez na praia,
Vendo o horizonte crespo e intuindo a linha
Desejando a nuvem, mas acariciando a escuma
Estava de novo na tua companhia
Redivivo peixe transformado em gaivota

Quatro nomes - Poemas, Editora Insular, Porto Alegre, 2005